PRIMEIRA
MÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de fevereiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.183
Falo principalmente aos
santanenses da terra e aos que estão espalhados pelo Brasil, sobre um detalhe
da nossa história tão carente de pesquisadores. Até chegar o ano de 1966,
quando chegou água encanada em Santana do Ipanema, todo o serviço de abastecimento
do líquido nas residências, era feito através de jumentos com ancoreta de
madeira e seu tangedor, chamado Botador
d’água. A água era retirada das
cacimbas escavadas no leito seco do rio Ipanema. Mais de cem botadores d’água,
prestavam esse serviço em toda a cidade. A água do rio Ipanema era salobra ou azinhavrada,
como disse o escritor Oscar Silva. Quem queria uma água de melhor qualidade pedia
que o botador d’água trouxesse água do sítio Marcela, na região do sítio Água
Fria, cujas cacimbas no leito do rio, era uma maravilha. Era a preferência dos
ricos que podiam pagar melhor.
Nunca vi até hoje ninguém ter
escrito quanto custava uma carga d’água, apesar de tantas repetições do que já
foi amplamente divulgado. Novamente, venho em PRIMEIRA MÃO dizer aos
santanenses que uma carga d’água das cacimbas comuns do rio, custava quinhentos reis. Claro, se fosse duas
cargas seria destões, isto é, dez tostões. Mas se fosse uma carga
d’água da Marcela, se pagaria dois mil
réis, isto é quatro vezes mais. Kkkkkk (Internet). Quer saber a fonte?
Acabo de entrevistar o último botador d’água da cidade, com quase 90 anos e
hoje, meu historiador oral: Daniel Manoel Filho.
Atualmente, embora não seja
amplamente divulgado, existe uma empresa explorando água mineral do sítio Água
Fria. Estamos comprando e usando essa água da Marcela, agora industrializada e
vinda em garrafões, sem diferença nenhuma de preço de outras águas vindas de
outras partes do estado. Agora, cada santanense que viveu a época de água das
cacimbas, que tenha a lembrança do seu botador d’água particular. Os da minha
casa mesmo não era o que é representado na estátua do jegue. Mas sim os dois
irmãos gêmeos Elias e Enoque e o preto de avançada idade, chamado Quixaba e,
seu filho.
Ê Sertão!
Orgulho Nordestino.
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