ABANDONO
– SAUDADE
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de junho de
2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.255
Não
é especificamente, saudosismo, mas alguma coisa mexe com a gente, diante da
decadência da nossa agremiação. Mais uma vez passei pela rua lateral do Estádio
Arnon de Mello e contemplei o muro alto, desgastado e cheio de lodo. Por
coincidência encontrei na Rua Santa Sofia (rua principal do Estádio) dois
atletas dos áureos tempos do Ipanema: Zé Cuinha e Severiano. Este agora com o
apelido de “Paraná” e ainda exercendo de mecânico. Com a morte do Ipanema, todo
o esporte santanense veio abaixo. Entretanto, vem a nós também o conhecimento
das dificuldades em se manter um clube de futebol numa cidade do interior sem
indústrias, sem a verba de prefeitura, sem uma outra fonte de renda que possa
sustentar toda uma estrutura das precisões de um clube, imediatamente ou não.
Além disso, a habilidade que deve ter uma administração é fundamental nos
destinos de qualquer agremiação.
Quando
a direção é séria, tem o dever de ser criativa idealista e inovadora, para que
haja êxito no destino dos seus comandados. No meio de tudo isso, conheci
dirigentes egoístas que tudo que queria parecia ser apenas serem chamados pela
função do cargo que exerciam. Difícil
fazer milagres sozinho, mas se pode fazer parte do milagre. E assim fui me
afastando do alto muro mal retratado e nem tive a iniciativa nem a coragem de
tirar uma foto da murada altamente maltratada pelas intempéries. Recusei a mim
mesmo voltar novamente à Rua Santa Sofia pela parte frontal de estádio,
adentrar a arena vazia e passar o rabo de olho na conservação interna. Ah! Se
eu que era torcedor do meu querido “Canarinho do Sertão” estava tristonho com
as cenas vistas, imaginem estas cenas avistadas por torcedores fanáticos!
Bem diz o poeta: “Tudo passa na vida, tudo passa, mas nem tudo
que passa a gente esquece” (tema de cantoria de viola em martelo agalopado).
É...
Deixe o tempo passar
SANTANA
DO IPANEMA (FOTO: B. CHAGAS).
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