terça-feira, 10 de junho de 2025

 

NÃO DEIXEI DE RESPONDER

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.246



 

Fui perguntado sobre as coisas da cidade que mais marcaram a minha juventude. Pelo menos nunca omiti a mim mesmo, a minha história, aos meus sentimentos, os sentimentos de naturalidade. E nem que você queira, pode apagar a nódoa, no bem sentido, da qual se impregna para sempre na infância. Portanto tive que responder sem titubear os lugares que exerceram grades influências na minha vida. E cito com prazer pelo menos esses: Poço dos Homens, no rio Ipanema; Igreja Matriz de Senhora Santana; Grupo Escolar Padre Francisco Correia, no Bairro Monumento; a Rua Antônio Tavares e suas adjacências e a Biblioteca Pública, dirigida por Nilza Marques e Ginásio Santana na pessoa do professor de Geografia Alberto Nepomuceno Agra.

Sem pensar nunca que poderia ser um escritor, passava as férias escolares (três meses no início do ano, um mês nos meados) no povoado Pedrão de Olho d’Água das Flores, na casa da minha tia Delídia. Dali trouxe várias bagagens e detalhes da caatinga, mais usos e costumes, que seriam enfeixados futuramente nos meus romances regionalistas/históricos. Juntei sem saber todas as leituras dos diversos autores do mundo na Biblioteca Pública, o aprendizado do Pedrão, as incursões na caatinga, nas capoeiras e no rio Ipanema para solidificar meus escritos impactantes. Claro que muitas outras coisas foram se agregando ao nosso entendimento, ao nosso estilo e ajudando a iluminar a estrada. Ninguém nasce no rio, mas de repente se vê nadando.

Muito valeu uma biblioteca pública, emprestadora de livros quinzenais; uma bibliotecária educada, entendida e prestativa; um ambiente agradável, formal e limpo; e a leitura agradabilíssima de gibis americanos, folhetos de feiras (romances, cordéis) e livros de bolso americanos, de bang-bang. Tudo são fábricas de escritores. Não posso deixar aqui de exaltar o esforço de alguns prefeitos da terra ao enxergar e tentar praticar a Cultura, muito difícil de ser entendida antigamente. Preito ao “Prefeito Cultura” e fundador do museu, Hélio Cabral de Vasconcelos e ao prefeito fundador da Biblioteca Pública, Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão.

Santana do Ipanema para o mundo.

Orgulho em ser SERTANEJO.

 


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