PASTORIL
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de
2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.256
Homenageando
meu primo velho, escritor João Neto Chagas, fui buscar no passado da década 60,
os pastoris de Santana do Ipanema que ainda proliferavam por ali. Ao lado dos
“Guerreiros”, “Reisados”, “Tapagens de casas”, “Forrós” e “Novenas” que
divertiam o povo ainda naquela metade de século. Funcionava o Pastoril com duas
alas de mocinhas, enfileiradas em azul e encarnado. Comandava a fileira do
azul, a Contramestra e, a fileira do encarnado, a Mestra. A coluna do meio só
havia uma pastorinha denominada Diana, que se dividia entre as cores Azul e
encarnado. Colocavam nas cabeças das fileiras, as mais altas e bonitas figuras
para que elas atraíssem dinheiro que pediam à multidão. A disputa era para ver
quem mais ganhava dinheiro para as suas cores
Ainda
havia outras figuras como a borboleta e o pastor. As apresentações aconteciam durante o período
Natalino, a multidão torcia pelo azul ou pelo encarnado, chamava as pastoras de
uma ala ou de outra e pregava dinheiro nas blusas de ambas. Às vezes a
agraciada era a Diana. Aliás foi dessa disputa de pastoris que nasceram o CSA e
o CRB, os dois principais clubes esportivos de Alagoas: Encarnado e Azul. Quase
sempre os palanques eram armados entre o “prédio do meio da rua” e o “sobrado
do meio da rua”. Daí ter falado o “primo
Véi”, a cantiga inicial do Pastoril:
Meu
São José
Dai-me
licença
Para
meu pastoril dançar
Viemos
Para
adorar
Jesus
nasceu para nos salvar...
Mas
como dissemos outras vezes, a televisão, o divertimento em casa, acabou todas
as tradições do interior.
Fecharam-se
teatros, clubes de futebol, cinemas, clubes sociais e foram extintos os
folguedos. Fazer o qu
Nenhum comentário:
Postar um comentário