segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ATACAMA

ATACAMA
(Clerisvaldo B. Chagas, 31 de agosto de 2010)
(Crônica: número 350)
     As atenções do mundo se voltam para o país chileno e a mina obstruída no deserto. Tragédias em minas de cobre, ouro, carvão e outros minerais, ocorrem em vários países do mundo. A China é a mestra em matar mineiros nas galerias que exploram o carvão. Com seus segredos sem fins, nunca se sabe quando os chineses divulgam verdades ou meias verdades sobre o assunto. Quem trabalha nos subterrâneos, vive em perigo permanente e, na maioria dos países, só Deus sabe em que condições. O caso atual do Chile é apenas um que até agora deu sorte, entre dezenas de outros semelhantes, mas com escapamento zero. A obstrução, entretanto, de um dos túneis da mina de cobre no Chile, dá ao mundo uma lição de fé e têmpera dos protagonistas.
     O deserto de Atacama está localizado ao norte do Chile, sendo banhado pelo Oceano Pacífico. É deserto porque as águas da chuva não conseguem chegar ao interior do continente por causa de fenômenos atmosféricos. São 200 km de extensão em que já foram contados até 400 anos sem indícios de chuvas. Com sua temperatura variando entre 0ºC e 40º C noite/dia, Atacama é o lugar mais árido do mundo com seus 2.400 metros de altitude. Mesmo assim, as minas do seu subsolo oferecem riquezas que contribuem para as exportações do país. Seu nome Atacama, tem origem com os nativos que habitavam a região e eram chamados de atacamenhos. Apesar da sua aridez, no deserto existem lugares com gente do mundo inteiro. São pessoas que procuram o Chile em busca de pesquisas e aventuras em cima do exótico. O lugar São Pedro do Atacama, com 3.000 habitantes é o principal deles. Em suas andanças, esses aventureiros também esquisitos, conhecem no deserto, lagoas, vulcões gêiseres, vales, canyons de águas claras e até múmias milenares. É por isso que São Pedro do Atacama possui uma animada vida noturna que passa da meia-noite. Alguns lugares surgem com arvoretas e arbustos e outros em completa aridez. Mesmo assim, ali vivem animais como ratos, lagartos e cobras e alguns outros domesticados que se adaptaram como lhamas, guanacos e flamingos. Calama é a maior cidade do grande deserto.
     Mas como ia dizendo, é a lição de fé, esperança, organização e resistência dos mineiros chilenos que está chamando a atenção para os valores que estão dentro do ser humano. Eles se mostram em situação adversa como a presente onde se calcula que esses homens de ferro passarão no mínimo dois meses em baixo da terra, antes do resgate. Isso faz lembrar o espírito Emanuel passando carão no médium Chico Xavier: “não berre, morra com dignidade”. Se quiser, alguém pode comparar também com Daniel à cova dos leões. O certo é que aqueles homens souberam manter a serenidade, a fé, a esperança e tiveram a capacidade de organização civil e espiritual que os fazem continuar vivendo. Essas lições dos mineiros chilenos não são encontradas com frequencia nos países do globo. O mundo inteiro está recebendo esses ensinamentos de valorização à dignidade humana e a inabalável certeza da existência de Deus. São os novos ícones mundiais os mineiros do ATACAMA.

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domingo, 29 de agosto de 2010

INTEGRAR OU DISCRIMINAR

INTEGRAR OU DISCRIMINAR

(Clerisvaldo B. Chagas, 30 de agosto de 2010)

     Quando o estádio de Maceió foi planejado para o terreno do Trapiche da Barra, foi positivo. Não se falava por ali ainda o nome favela. Mas na região oposta à entrada da futura praça de esportes, as habitações eram de uma pobreza de fazer medo. Não o medo direto dos donos da pobreza, mas da marginalidade gerada por ela. Construído o estádio – que logo recebeu o apelido de Trapichão – deu muito trabalho o escoamento de pedestres e automóveis após os jogos. O caso era difícil principalmente pelas imediações de casebres, lama, coqueirais, matagal e ruelas. O pensamento inicial era de que as rendas geradas após a obra, haveriam de melhorar os arredores. Fora a Avenida Siqueira Campos, coisa pouca mudou. A pobreza naquela área por trás do estádio ainda é grande. E há quanto tempo foi construído o Trapichão?
     Se tudo correr bem em Santana do Ipanema com o hospital novo e geral, já chamado Clodolfo Rodrigues de Melo, poderemos nos regozijar. Ao serem construídas ali vizinhas as instalações da UFAL – Universidade Federal de Alagoas – o júbilo, então, será em dobro. Não vamos ser pessimistas diante desses dois projetos arrojados. Queremos bons fluidos guiando ambos os empreendimentos. Vamos exorcizando as energias negativas mesmo diante do quadro da Saúde no estado, Nordeste e Brasil. Eles juntos irão gerar centenas e centenas de empregos, instruções, conhecimentos, ninguém tem dúvida alguma. Essas duas instituições sozinhas irão elevar, e muito, o nome de Santana do Ipanema e proporcionar sua expansão urbana. Além disso, ambas serão motivos de novos e formidáveis investimentos. Estaremos tirando o atraso em nosso progresso, desde a construção da hidrelétrica de Xingó quando passamos uma eternidade com a BR-316, trecho Palmeira ─ Delmiro via Santana, intransitável. A construção da rodovia por Olho d’Água do Casado até Delmiro Gouveia ajudou na agonia da “Rainha do Sertão”. Não se pode negar a nova oportunidade que Santana terá para progredir, nem mesmo pelo mais bronco caboclo sertanejo. Todavia, a empolgação pela presença da Universidade e pelo novo hospital, faz esquecer a pobreza do entorno. Sem planejamento social e desenvolvimentista para uma periferia carente de tudo (onde sobejam mirantes naturais) o local continuará como hoje. É triste ver as “casas de pombos” e os terrenos acidentados de conjuntos que teimam em existir. A continuação do atraso e da miséria com letras graúdas vai depender da visão dos novos gestores municipais. Uma coisa é certa: a grande oportunidade para os conjuntos Marinho, Santa Quitéria, Cajarana, localidade Alto dos Negros e todo o Bairro Floresta é agora. Os dirigentes de olhos voltados apenas para os dois gigantes, não podem esquecer o caso “Rei Pelé”. Ou aumentará a distância da exclusão ou acontecerá à metamorfose que movem os espíritos humanistas. Para quem interessar possa, eis aqui uma consulta grátis. É INTEGRAR OU DISCRIMINAR.



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