quarta-feira, 1 de setembro de 2010

BEBER SANGUE

BEBER SANGUE
(Clerisvaldo B, Chagas, 2 de setembro de 2010)
     Com a retirada das tropas americanas do Iraque, lá se vão sete anos sem vitória. O mundo inteiro sabia que a existência de armas químicas no país de Sadam, era apenas um engodo. Um alvo de teste de armas das poderosas indústrias bélicas do Tio Sam. A população daquele país parece indiferente às invasões realizadas pelos militares. Acostumada às mentiras prévias das autoridades, parece convencida de que a sua pátria é invencível e os demais seres da humanidade são restos ou bárbaros como pensava o império italiano. Até parece que o gringo comum não estuda História e nem Geografia de outros povos. É como se só ele existisse no mundo. Já foi dito nestes trabalhos que é fácil invadir um país, o difícil é sair. Calcula-se em cem mil mortos no Iraque. Mas quando a verdade dos quatro mil cadáveres americanos chegou aos ouvidos indiferentes, começou a cair à popularidade de Obama. Qual foi o resultado dos sete anos de matança? Saem às tropas cabisbaixas como as que saíram derrotadas do Vietnã. E assim sairão também derrotadas as tropas outras que ocupam o Afeganistão. Um país destruído pela guerra, pela fome e pelas catástrofes naturais. Onde irão baixar agora os donos do mundo? É preciso testar mais armas, é preciso matar mais gente. Está aí o Iraque. Continua dividido na iminência de uma guerra civil onde mais pessoas poderão morrer num futuro inglório e sem perspectiva.
     É de se pensar como é possível se gastar tanto dinheiro, mesmo para um país rico como os Estados Unidos. Uma guerra, por pequena que seja, é calculada em trilhões de dólares, De onde vem tanta verba dessa fonte que não seca? Naturalmente o americano não tem como se vangloriar das mortes dos miseráveis do Afeganistão. E quando de lá saírem, sairão derrotados como saiu à antiga União Soviética. Quais serão os próximos passos de senhor Barack Obama? Depois do Iraque, Afeganistão, qual será a próxima vítima? Irã, Coreia, Líbano, Venezuela? O gigante viciado em carne humana não vai se contentar com a paz no mundo. Paz não engorda indústrias bélicas. Quando um dos militares afirma que “ninguém liga para história de soldado”, isso pode ser verdade na indiferença dos seus compatriotas. Se alguém escrevesse mil livres ilustrados sobre uma guerra, ainda assim não diria metade dos seus horrores. Os chefes de estado fazem chegar ao seu povo, apenas as notícias que a eles interessam. E a população enriquecida, preocupada apenas em comer, beber e luxar dá de ombros às excentricidades dos chefões.
     Não deixa de ser boa, entretanto, a notícia de retirada de tropas do Iraque. Os que voltam para casa geralmente trazem neuroses e traumas que dão trabalho à área médica. Quem participa de combates como aqueles, mudam completamente de vida no seu mundo interior. De hoje em diante é observar o lugar do próximo voo da águia. Ela é feita de penas e bico, mas bem que gosta de atacar o ser humano e BEBER SANGUE.


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terça-feira, 31 de agosto de 2010

GARGALOS DA EXPANSÃO
(Clerisvaldo B. Chagas, 1º de setembro de 2010)
     Não surpreende saber que Arapiraca será metrópole como diz a revista “Veja”. Basta dizer que ela já é realmente uma metrópole estadual. O seu crescimento é extraordinário em todos os setores. Suas terras são férteis, planas, ligeiramente onduladas a se perder de vista. A cidade trabalha na infraestrutura e, seu crescimento físico acelerado, mais novas indústrias e importantes cursos na Educação asseguram o futuro promissor. O importante não é crescer, mas crescer com qualidade de vida.
     Em Santana do Ipanema vamos enfrentando o caos que toma conta do trânsito sem busca de vias alternativas. Fomos brindados ultimamente com as estruturas particulares da entrada de Santana pela AL-130. Posto de gasolina e distribuidora no início de quem vem de São José da Tapera, Pão de Açúcar, Senador Rui Palmeira, fizeram uma paisagem digna de uma cidade grande. Está faltando o básico, porém, desse local até o rio Ipanema passando pelas Cajaranas e Conjunto Eduardo Rita. Com asfalto, planejamento e a tão sonhada ponte, cuja ilusão se arrasta desde os anos 50, tudo poderia virar progresso. A região do conjunto que rodeia o serrote do Gonçalinho carece de toda atenção do poder público para se expandir. Uma ponte sobre o rio Ipanema naquela passagem molhada iria dá a mesma força que a ponte General Batista Tubino deu para a criação dos bairros Floresta e Domingos Acácio. Além disso, iria desafogar o trânsito caótico do comércio. A construção de duas ou três pontes menores sobre o riacho Salgadinho acabaria de integrar os dois bairros acima, ajudando no acesso ao hospital novo e ao polo da UFAL, além do incentivo a expansão de povoamento pelo sopé esquerdo do serrote do Cruzeiro. É urgente o alargamento com asfalto da Rua Abdias Teodósio para dá melhor acesso ao Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo. Por outro lado, o caminho do hospital novo até o rio Ipanema para o Bairro São José, tem apenas 60 centímetros de largura. Se for alargado esse caminho e construída outra ponte no local, toda a região do Bairro São José iria economizar cerca de 6 km de rodeio, além de desafogar a Ponte Padre Bulhões e o comércio. Em suma, construções de pontes deveriam ser uma das metas de infraestrutura de Santana do Ipanema. Outros terrenos e fazendas que impedem a expansão de Santana devem ser enfrentados pela coragem do planejamento em nome da coletividade. Recentemente, no Bairro Barragem, um proprietário limpou uma boa área de terra para iniciar um conjunto habitacional, cujos terrenos já se encontram à venda. Isso, entretanto, é coisa rara por aqui. Investimentos particulares com estrutura para expansão é pé de cobra, ninguém vê. A cidade quer se expandir, mas está amontoada, sufocada por ideias retrógradas de quem pretende sustar uma avalancha com a mão.
     Enquanto isso a sociedade que se diz organizada, vai apenas cuidando do interesse uno. Um exemplo claro que alguma coisa precisa ser feita, é a Festa da Juventude e a de Senhora Santana que não cabem mais na região do comércio. Pense numa cela para dez presos onde estão oitenta! É preciso mentalidade nova e bons profissionais como urbanistas e outros peritos em crescimento e planejamento urbano para que a nossa cidade rompa com esses pontos que a impedem florescer. Para problemas grandes, grandes pensadores. Nem adianta reclamar todos os dias da UNEAL à Barragem, do Lajeiro Grande ao Cachimbo Eterno. Reclamar para quê? É enfrentar com firmeza os GARGALOS DA EXPANSÃO.


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