quinta-feira, 23 de setembro de 2010

HURRAS E TURRAS

HURRAS E TURRAS
(Clerisvaldo B. Chagas, 24 de setembro de 2010)
     Mais uma vez o senhor Mahmud Ahmadinejad, rouba a cena em reunião da ONU. O homem baixinho, barba rala, quando abre a boca pouca gente aguenta as besteiras pronunciadas, esteja onde estiver. Há pouco, o presidente causou uma revolta mundial após dizer que o holocausto fora apenas uma invenção. Não quer acordo nenhum a respeito do enriquecimento de urânio, como se o Irã não pertencesse a esse planeta. Disse ainda que vai varrer Israel da face da terra e, agora, fala na ONU que o onze de setembro foi trama do governo americano. Aonde quer chegar o senhor Mahmud? O homem é convidado para um acordo e chega com palavras ofensivas e abomináveis parecendo coronéis do sertão disputando terras. Em quem confia esse tolo do poder iraniano? Será para desviar atenção do seu povo sofrido para as bravatas que só o conduzem para um emaranhado crescente? Fizeram muito bem, as delegações dos Estados Unidos e da União Europeia, ao se retirarem da reunião depois dos vilipêndios do senhor Ahmadinejad. Lá fora do prédio, protestavam os ativistas de organizações de direitos humanos. A Assembleia Geral da ONU, apesar de tão desgastada, ainda é uma coisa muita séria devido às representações de peso que a sustentam. O Irã cada vez vai-se enrolando mais na teia estendida pelo próprio presidente. Já sabemos de sobra, aonde vai desaguar a intransigência de Mahmud.
     Pelo Brasil fala o inteligente Celso Amorim com a posição já definida do Brasil. Quer que o mundo não corra o risco de uma guerra com o Irã e, insiste no diálogo. Como haver diálogo, camarada, com palavras ásperas e intoleráveis? E o chanceler vai tentando costurar aqui, acolá, querendo por remendos novos em roupas velhas. Pula do eixo e vai pedir reforma do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil pretende uma vaga permanente, é verdade, mas não é defendendo Ahmadinejad que vai conseguir. Prossegue o chanceler brasileiro repudiando o bloqueio comercial a Cuba, pedindo a volta de Zelaya ao poder, solicitando ajuda para a África e o Haiti. Se o chanceler procura simpatia por qualquer tipo de causa, não pode escorregar na própria competência de dizer as coisas no momento errado. Menino não pede dinheiro ao pai ao notá-lo irritadiço. Quando o velho está feliz, sorridente, satisfeito, é que o garoto chega perto e assegura o trocado. Crianças também ensinam.
     Prosseguem os desentendimentos no mundo porque esse planeta é misturado mesmo. Os civilizados estão no meio dos bárbaros. A pedra lascada também está no século XXI. Ignorância, ódio, tirania, fazem parte dos sentimentos baixos, mas caminham juntos ladeando a sabedoria, o amor e a liberdade. Tudo faz parte da evolução humana e seus sucessivos aprendizados. Quem existe na Terra vai convivendo entre o divino e o infernal, no equilíbrio difícil, desafiador, cansativo que contrapesa os homens. E enquanto os humanos se beijam e se escoiceiam, as nações fazem a mesma coisa entre HURRAS E TURRAS.


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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O MESMO SACO

O MESMO SACO
(Clerisvaldo B. Chagas, 23 de setembro de 2010)

     Foi uma boa ideia esse negócio de deixar o carro em casa por um dia. Aqui mesmo no Brasil, com a melhora do poder monetário, a aquisição do carro próprio se tornou uma febre. E quem não quer tornar realidade o sonho básico do trabalhador: emprego, casa e carro? O negócio é que a casa não sai do lugar. Quando surgiu o primeiro carro de Alagoas, ninguém tinha nem de longe, o pensamento de que Maceió iria se tornar tão pequeno para a quantidade de veículos. Inúmeras ruas foram alargadas, mangues aproveitados, novas avenidas abertas ligando bairros e mais bairros. O exemplo de socorro mais conhecido foi a via expressa e que agora também grita pelo mesmo socorro, pois está quase igual à Avenida Fernandes Lima. O número de veículos incorporados mensalmente ao trânsito está causando dor de cabeça com constantes engarrafamentos em todos os lugares. Mas cadê um sistema de transporte coletivo de qualidade? O drama antigo permanece para quem não dispõe de veículo particular e para quem quer fazer a experiência plural. Os ônibus continuam poucos, lentos, lotados, irritando o usuário que passa até quarenta minutos nos pontos de espera. Mesmo esse transporte sobre trilhos que estão aguardando, não vai resolver o problema da ganância das empresas que continuam vencendo o duelo com as autoridades em detrimento à população. É uma vergonha o que acontece na “Cidade Sorriso”.
     Quando os nossos olhares se voltam para a “Capital do Sertão”, proporcionalmente ainda é pior. Falamos sobre o assunto há pouco, mas mostrando apenas uma parte da solução dos problemas. A última pessoa que abriu novas ruas e avenidas em Santana foi Adeildo Nepomuceno Marques, prefeito por três vezes e carreira encerrada em 1977. Há trinta e três anos não se abrem novas avenidas, ruas ou travessas em Santana. A quantidade exorbitante de veículos já não cabe mais no centro da cidade, tornando os bairros Monumento, Camoxinga e o centro, uma verdadeira bagunça, principalmente no primeiro horário. Além de sugestões dadas antes, podemos acrescentar inúmeras indenizações em lugares estratégicos para novas e urgentes travessas para escoar o trânsito imprensado e doido. Os homens que mexeram com a estrutura da cidade, prefeitos Adeildo e Ulisses Silva, já partiram. Será que os últimos gestores estão aguardando a volta de ambos? Até quando Santana continuará sem construir um só beco, com a derrubada de uma casa velha repleta de morcegos? Ora, se as forças organizadas não tomam decisão nenhuma, para não melindrarem “a” ou “b”, então, que organizações submissas e fracas são essas? Você, amiga, você, amigo, já viu gestor trabalhar sem pressão? Enquanto se fala mal de governos, a própria sociedade tira o corpo ou não faz o papel que deveria. É tão culpada quanto o gestor do seu município ou do seu estado. E se vocês são de outra cidade e querem fazer um trabalho com seus alunos sobre o caos no trânsito, mande-os a Santana, lugar onde todos estão no MESMO SACO.

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