domingo, 3 de outubro de 2010

DIVIDIR O BOLO
(Clerisvaldo B. Chagas, 4 de outubro de 2010)
     Levando em conta o tamanho desse país continente, suas diversificações regionais e seus recônditos peculiares, o brasileiro pode se orgulhar dessas eleições. As dificuldades encontradas, principalmente na grande região Amazônica onde toda distância é um mundo e os meios de transportes aquáticos, a velocidade com que foram apuradas as urnas e transportados os resultados para a central marcaram uma grande vitória de organização. O avanço tecnológico das urnas eletrônicas é de deixar qualquer país do Hemisfério Norte com inveja e admiração da eficiência e da rapidez nas apurações. Podemos afirmar sem medo nenhum de erro que as partes tecnológica, organizacional e mesmo a social, deixaram um amadurecimento importante, evolutivo, salutar e equilibrado, permitindo ao povo brasileiro entrar numa era de plenitude durante a escolha dos seus representantes. É inacreditável que esse país pudesse dá conta com ordem e tranquilidade de um acontecimento tão significativo nesse dia maior. Os formidáveis exemplos de organização, tranquilidade e democracia, devem tocar fundo nas feridas de arroubos da América do Sul e Caribe. No mínimo, deixarem pasmos os Estados Unidos e União Europeia.
     Em Alagoas mesmo, a serenidade do pleito, deixa pelo menos uma esperança de um novo comportamento do mundo político. Parece que uma série de medidas que antecederam as eleições por parte da Justiça, da polícia federal, da OAB, dos movimentos populares, começa a fazer efeito na capital e no interior. É sabido que uma peneira grossa ainda deixa passar bastantes caroços. Mas pelo que deslumbramos, parece que houve certo aprendizado que deverá ser incluído nas próximas administrações executivas e parlamentares. Ainda que esses indesejáveis grãos tenham conseguido escapar da peneira grossa, a continuação dos vícios não deverá acontecer mais em toda plenitude. Isso, se levarmos em conta as novas e constantes intervenções das classes acima, pela moralização que se faz desejada para abreviar o nosso equilíbrio.
     Por outro lado, a decisão que se realizará no segundo turno ─ apesar de muita conversa batida dos candidatos ─ promete. Pelo menos na disputa pelo governo estadual, poderão ser arrancados compromissos que beneficiarão o povo e em particular aos servidores. Sem definições sobre precatórios e reajustes salariais, dificilmente o candidato levará os votos dessa classe massacrada pelos que fazem o poder. Agora é a vez dos servidores pressionarem os dois sobreviventes pelos compromissos escondidos do primeiro turno. E assim, entre eleições de quatro em quatro anos, pode ser que pingue alguma coisa interessante para os que já sofreram tanto. E o melhor: os tempos de promessas parecem estar acabando. É bem possível que estejamos entrando na era do comprometimento. Hora de DIVIDIR O BOLO.



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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ENGOLINDO O EQUADOR

ENGOLINDO O EQUADOR
(Clerisvaldo B. Chagas, 1º de outubro de 2010)
     O mundo velho e o Velho Mundo vão-se agitando na mexida econômica que ultimamente vacila na corda bamba. Para nós, latinos, parecem incríveis os movimentos de ruas que se tornam violentos nas mais famosas capitais europeias. Insatisfeitos, as multidões invadem as principais avenidas de Paris, Atenas, Londres, Roma e outras mais descobrindo o véu do engano civilizado. Isso quer dizer que mesmo no vagão de luxo da espécie humana, os problemas afloram nas cadeiras fofas da primeira classe. Mais de quatro mil anos tecendo uma civilização podia até parecer que o pano já estava pronto. Nós dos arredores, seríamos apenas a periferia, segundo estudiosos que costumam rotular o planeta. Então descobrimos que os casamentos de celebridades não tem muita consistência e são apenas golpes de publicidades para a grande mídia. Não sabemos se isso serve de consolo para os nossos constantes problemas na América do Sul e no Caribe. Como no Brasil o presidente não aceita um terceiro mandato seguido, o país pode passar uma visão de democracia fortalecida graças aos erros do passado. Mas infelizmente não é esse o pensamento de alguns dirigentes do hemisfério.
     É lamentável o que estar acontecendo no Equador, país vizinho, mas que não faz limite conosco. Equador também é um país pobre que luta pela sua sobrevivência e que sempre teve suas questões mal resolvidas em questão de estabilidade. Os que chegam com muita sede, não trazem manejo suficiente, deixando que o entusiasmo cego se transforme em aventura. A primeira coisa que um dirigente perdido faz, é querer acabar com o seu congresso porque não admite que ninguém pense contrário as suas teses que não cabem mais no sistema moderno. Rafael Correa ameaçou retirar uma série de benefícios econômicos dos militares e da polícia, para continuar seu plano de austeridade. Como acabar com direitos conquistados pelos servidores? Até parlamentares do seu partido votaram contra e com razão. Pois, a sombra do Chávez quis e quer dissolver o parlamento.
     Está certo que não queremos mais apoiar golpes na América Latina. A OEA – Organização dos Estados Americanos – publicou resolução de apoio a Correa. Também surge o apoio do MERCOSUL e da UNASUL, mas não é somente o apoio internacional que vai pacificar mais esse episódio que mantém a tradição arcaica do caudilhismo. Arroubos de valentia como a frase que pronunciou no hospital, também vale apenas para jornalistas. Esse negócio, seu Rafael, de sequestrar direitos de pais de família que arriscam a vida constantemente perseguindo marginais, parece não ser boa ideia em nenhum país do mundo. É só o que nos aparece na América do Sul na safra dos parafusos. Frouxos. Quer seguir os maus exemplos? O povo diz: “Quem anda com morcego dorme de cabeça para baixo”. E enquanto o país, politicamente não se faz respeitar, é muito melhor inventar moda para chamar a atenção alheia. É o vulcanismo do atraso ENGOLINDO O EQUADOR.

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