terça-feira, 9 de novembro de 2010

SANTA HELENA

SANTA HELENA
(Clerisvaldo B. Chagas, 10 de novembro de 2010)
CRÔNICA Nº 400

     Ao completar quatrocentas crônicas publicadas na Internet, por coincidência, descobri a figura de Santa Helena, doada a minha mãe Helena Braga das Chagas, pela sua amiga e colega professora Durvalina. Nada mais especial para comemorar o número e homenagear Helena Braga.
     Santa Helena foi importante personagem da História. Nasceu em Bitínia e foi a primeira esposa do imperador Constâncio Cloro. Talvez a situemos melhor ao dizer que ela foi mãe do famoso imperador Constantino I. Constantino foi extremamente importante para o catolicismo após a sua conversão, fazendo com que a religião oficial do Império Romano, em 324, fosse o cristianismo. Fez também, nessa época, com que a cruz se tornasse o símbolo da Cristandade.
     Antes do casamento com o imperador Constâncio, Helena trabalhou em taverna e a ele deu um filho a que chamou de Constantino. Quando Constantino I assumiu o trono da Bretanha, 35 anos depois, ela seguiu seus passos, sendo mãe e filho ainda pagãos. Houve guerra civil pelo trono. Foi nessas disputas que Constantino viu o sinal de uma cruz luminosa no céu e a inscrição “com este sinal vencerás”. Constantino mandou pintar o sinal na bandeira e venceu a batalha. Converteu-se ao cristianismo e suspendeu todas as perseguições aos cristãos, através do conhecido “decreto de Milão’ (313). Foram destruídos inúmeros templos pagãos dedicados a vários deuses romanos. Helena passou a ter uma vida laboriosa trabalhando pelo lado cristão. O filho a admirava e a tinha sempre ao seu lado, deu-lhe o título honorífico de Augusta e mandou até cunhar medalha com sua efígie. Helena mandou destruir muitos templos pagãos e erguer várias igrejas em Roma e em todo o império. Viveu ao lado do filho em Treves, Roma e em Bizâncio, conduzindo o filho para venerar os lugares santos. Tudo isso fez com que o Imperador Constantino declarasse o Cristianismo como a única religião oficial do Império Romano (324). Flávia Júlia Helena foi suspeita na morte da nora, chamada Fausta, em 325, por isso deixou Roma e foi peregrinar à Terra Santa. Quando Helena chegou a Jerusalém, em 326, contava quase com oitenta anos de idade. Fundou várias igrejas onde diziam das passagens de Jesus, em Belém e Jerusalém. Destacaram-se as igreja da Natividade, do Santo Sepulcro e a basílica da Ascensão de Jesus, no Monte das Oliveiras. Na Palestina, Helena vivia em um mosteiro, inclusive mandou construir outros para monges e freiras. Foi ela quem descobriu a gruta onde Jesus foi sepultado e peças da crucificação. Enviou para o seu filho pedaços da verdadeira cruz e cravos, como amuleto para protegê-lo. Constantino usou os cravos para fazer um elmo (capacete) e em estátua erigida a si mesmo, colocando fragmentos da cruz do Cristo. Fragmentos outros, também foram enviados para várias igrejas de Roma. Quando Helena retornou a Roma (326), foi morar nos aposentos da basílica da Santa Cruz e ali morreu dois anos depois com a idade de oitenta anos.Constantino mandou que a sepultassem em um mausoléu ao lado da basílica de São Pedro e São Marcelino. Santificada, Helena tornou-se uma santa muito venerada no Ocidente. As comemorações a sua pessoa ocorrem em 18 de agosto.



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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A HORA DA SERPENTE

A HORA DA SERPENTE
(Clerisvaldo B. Chagas, 9 de novembro de 2010)
     Com o saco da crise às costas, lá vai o presidente Barack Obama numa peregrinação humilhante pela Ásia. Todas as previsões de oito ou dez anos atrás que apontavam a China como potência lá para 2020, foram, realisticamente, reduzidas para o hoje. Repetimos em sala de aula e em nossos escritos, que todo império tem início, meio e fim. Aconteceu com todos os da História Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. Agora parece ser a vez da Águia que se surpreende mais cedo com a escalada do dragão. Enquanto um país ergue-se, outro imerge. A China, arrebatando do Japão o título de segunda economia mundial, inicia a rodada pelo primeiro lugar. Nem sequer está suada no combate. O receio dos Estados Unidos em perder a liderança mundial da economia para Pequim (questão de tempo) incomoda bastante aos ianques. Além da subida desse foguete chinês, a crise americana fez Barack sair nessa apelativa feiúra.
     A Índia no instante foi procurada para resolver a questão da América, ocasião em que Obama virou mascate. O acordo com Nova Déli, na base de dez bilhões de dólares, permite exportar produtos para a Índia, ampliando o número de empregos na América. Mas Barack teve que prometer o que antes não admitia. Prometeu apoiar a Índia na busca por uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. (Lembra políticos alagoanos na disputa pelo Tribunal de Contas). Para compensar o medo da emergência chinesa, chamou a Índia de “potência” e, logicamente, quer a sua amizade como contrapeso contra a China. É preciso também notar que o Paquistão é adversário da Índia. Não vê com satisfação a promessa de Obama ao inimigo. E olhe que o Paquistão é parceiro de Barack na luta contra o Afeganistão. Para não haver ciumada e nem novos barulhos entre Paquistão e Índia, Obama, matreiramente, vai pedindo que os dois se entendam, para não atrapalhar os negócios americanos. E se não houver esse entendimento, o apoio a Índia pela vaga no Conselho, não sairá barato na Ásia. Ainda tem a China que não aceita a Índia no Conselho. É complicado o jogo internacional de interesses entre as nações. É também de se perguntar: E o Brasil como é que fica? A situação do Brasil vai depender das decisões que irar tomar no encontro do G-20 (teste de fogo) e os interesses de Obama pelo Brasil, como teve com a Índia. Afinal, Dilma ainda é uma incógnita dentro do seu próprio estilo. E para quem está atento, ainda tem de quebra o problema da compra de caças. O governo brasileiro, em optando pelos aviões franceses, rejeita os caças americanos. Mas se os ianques não fornecem tecnologia, dificilmente o Brasil não negociará com a França que oferece tudo.
     A rejeição brasileira aos aviões americanos poderá sofrer revés, mesmo disfarçados. Nesse momento de pelica em que as lideranças mundiais atravessam, a sabedoria da serpente está em alta. Ganha mais que souber morder melhor. Mas não é só morder. A mordida deve estar coberta de cautelas. Mas que ninguém tenha dúvidas, agora é mesmo À HORA DA SERPENTE.
* No final desta crônica o FMI anuncia o Brasil como a 7ª economia de 2011.


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