SANTA HELENA (Clerisvaldo B. Chagas, 10 de novembro de 2010) CRÔNICA Nº 400      Ao completar quatrocentas crônicas publicadas na Internet...

SANTA HELENA

SANTA HELENA
(Clerisvaldo B. Chagas, 10 de novembro de 2010)
CRÔNICA Nº 400

     Ao completar quatrocentas crônicas publicadas na Internet, por coincidência, descobri a figura de Santa Helena, doada a minha mãe Helena Braga das Chagas, pela sua amiga e colega professora Durvalina. Nada mais especial para comemorar o número e homenagear Helena Braga.
     Santa Helena foi importante personagem da História. Nasceu em Bitínia e foi a primeira esposa do imperador Constâncio Cloro. Talvez a situemos melhor ao dizer que ela foi mãe do famoso imperador Constantino I. Constantino foi extremamente importante para o catolicismo após a sua conversão, fazendo com que a religião oficial do Império Romano, em 324, fosse o cristianismo. Fez também, nessa época, com que a cruz se tornasse o símbolo da Cristandade.
     Antes do casamento com o imperador Constâncio, Helena trabalhou em taverna e a ele deu um filho a que chamou de Constantino. Quando Constantino I assumiu o trono da Bretanha, 35 anos depois, ela seguiu seus passos, sendo mãe e filho ainda pagãos. Houve guerra civil pelo trono. Foi nessas disputas que Constantino viu o sinal de uma cruz luminosa no céu e a inscrição “com este sinal vencerás”. Constantino mandou pintar o sinal na bandeira e venceu a batalha. Converteu-se ao cristianismo e suspendeu todas as perseguições aos cristãos, através do conhecido “decreto de Milão’ (313). Foram destruídos inúmeros templos pagãos dedicados a vários deuses romanos. Helena passou a ter uma vida laboriosa trabalhando pelo lado cristão. O filho a admirava e a tinha sempre ao seu lado, deu-lhe o título honorífico de Augusta e mandou até cunhar medalha com sua efígie. Helena mandou destruir muitos templos pagãos e erguer várias igrejas em Roma e em todo o império. Viveu ao lado do filho em Treves, Roma e em Bizâncio, conduzindo o filho para venerar os lugares santos. Tudo isso fez com que o Imperador Constantino declarasse o Cristianismo como a única religião oficial do Império Romano (324). Flávia Júlia Helena foi suspeita na morte da nora, chamada Fausta, em 325, por isso deixou Roma e foi peregrinar à Terra Santa. Quando Helena chegou a Jerusalém, em 326, contava quase com oitenta anos de idade. Fundou várias igrejas onde diziam das passagens de Jesus, em Belém e Jerusalém. Destacaram-se as igreja da Natividade, do Santo Sepulcro e a basílica da Ascensão de Jesus, no Monte das Oliveiras. Na Palestina, Helena vivia em um mosteiro, inclusive mandou construir outros para monges e freiras. Foi ela quem descobriu a gruta onde Jesus foi sepultado e peças da crucificação. Enviou para o seu filho pedaços da verdadeira cruz e cravos, como amuleto para protegê-lo. Constantino usou os cravos para fazer um elmo (capacete) e em estátua erigida a si mesmo, colocando fragmentos da cruz do Cristo. Fragmentos outros, também foram enviados para várias igrejas de Roma. Quando Helena retornou a Roma (326), foi morar nos aposentos da basílica da Santa Cruz e ali morreu dois anos depois com a idade de oitenta anos.Constantino mandou que a sepultassem em um mausoléu ao lado da basílica de São Pedro e São Marcelino. Santificada, Helena tornou-se uma santa muito venerada no Ocidente. As comemorações a sua pessoa ocorrem em 18 de agosto.


A HORA DA SERPENTE (Clerisvaldo B. Chagas, 9 de novembro de 2010)      Com o saco da crise às costas, lá vai o presidente Barack Obama numa ...

A HORA DA SERPENTE

A HORA DA SERPENTE
(Clerisvaldo B. Chagas, 9 de novembro de 2010)
     Com o saco da crise às costas, lá vai o presidente Barack Obama numa peregrinação humilhante pela Ásia. Todas as previsões de oito ou dez anos atrás que apontavam a China como potência lá para 2020, foram, realisticamente, reduzidas para o hoje. Repetimos em sala de aula e em nossos escritos, que todo império tem início, meio e fim. Aconteceu com todos os da História Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. Agora parece ser a vez da Águia que se surpreende mais cedo com a escalada do dragão. Enquanto um país ergue-se, outro imerge. A China, arrebatando do Japão o título de segunda economia mundial, inicia a rodada pelo primeiro lugar. Nem sequer está suada no combate. O receio dos Estados Unidos em perder a liderança mundial da economia para Pequim (questão de tempo) incomoda bastante aos ianques. Além da subida desse foguete chinês, a crise americana fez Barack sair nessa apelativa feiúra.
     A Índia no instante foi procurada para resolver a questão da América, ocasião em que Obama virou mascate. O acordo com Nova Déli, na base de dez bilhões de dólares, permite exportar produtos para a Índia, ampliando o número de empregos na América. Mas Barack teve que prometer o que antes não admitia. Prometeu apoiar a Índia na busca por uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. (Lembra políticos alagoanos na disputa pelo Tribunal de Contas). Para compensar o medo da emergência chinesa, chamou a Índia de “potência” e, logicamente, quer a sua amizade como contrapeso contra a China. É preciso também notar que o Paquistão é adversário da Índia. Não vê com satisfação a promessa de Obama ao inimigo. E olhe que o Paquistão é parceiro de Barack na luta contra o Afeganistão. Para não haver ciumada e nem novos barulhos entre Paquistão e Índia, Obama, matreiramente, vai pedindo que os dois se entendam, para não atrapalhar os negócios americanos. E se não houver esse entendimento, o apoio a Índia pela vaga no Conselho, não sairá barato na Ásia. Ainda tem a China que não aceita a Índia no Conselho. É complicado o jogo internacional de interesses entre as nações. É também de se perguntar: E o Brasil como é que fica? A situação do Brasil vai depender das decisões que irar tomar no encontro do G-20 (teste de fogo) e os interesses de Obama pelo Brasil, como teve com a Índia. Afinal, Dilma ainda é uma incógnita dentro do seu próprio estilo. E para quem está atento, ainda tem de quebra o problema da compra de caças. O governo brasileiro, em optando pelos aviões franceses, rejeita os caças americanos. Mas se os ianques não fornecem tecnologia, dificilmente o Brasil não negociará com a França que oferece tudo.
     A rejeição brasileira aos aviões americanos poderá sofrer revés, mesmo disfarçados. Nesse momento de pelica em que as lideranças mundiais atravessam, a sabedoria da serpente está em alta. Ganha mais que souber morder melhor. Mas não é só morder. A mordida deve estar coberta de cautelas. Mas que ninguém tenha dúvidas, agora é mesmo À HORA DA SERPENTE.
* No final desta crônica o FMI anuncia o Brasil como a 7ª economia de 2011.