sexta-feira, 12 de novembro de 2010

BESTAS E CAVALOS


BESTAS E CAVALOS
(Clerisvaldo B. Chagas, 12 de novembro de 2010)

Os ônibus sempre foram os mandatários desde os tempos em que recebiam apelidos de “sopas” ou “jardineiras”. Bagageiro no teto da carroceria, esse meio de transporte começava a humanizar o ramo, antes ocupado por veículos de carga tal o caminhão. Fazendo parte de carregamentos de sal, cocos, açúcar, feijão, couros e muitos outros tipos de mercadorias, o passageiro “mais ou menos” se acomodava a boleia. Os mais fracos sociáveis se sentavam sobre os objetos grosseiros da carroceria, enfrentando sol, chuva, vento e poeira nas estradas cheias de catabis. Considerava-se ainda um favor quase impagável ao motorista desse rude meio de transporte que muito colaborou com o progresso do Brasil. O ônibus apareceu, evoluiu nas aparências e engrenagens, mas as mentes de muitos empresários não passaram e nem passam dos roncos dos antigos caminhões. Não foi somente por essa causa egoísta a Tio Patinhas, porém, essa foi uma das razões do enchimento do denominado Transporte Alternativo no mercado. Primeiro a Kombi, agora, com as Vans ou Bestas, estas continuam dando lições as grandes empresas de viação. Referimo-nos as péssimas empresas que não dividem lucro com resolução de problemas de transportes. A parte da resolução é trocada somente pela ganância dos lucros fazendo com que os serviços sejam de qualidade inferior.  No lugar onde cabem três carros, colocam um, gerando superlotação com total desconforto ao usuário. E esses, da mentalidade mesquinha, ainda brigam contra o Transporte Alternativo.
Esse novo sistema usado pelos taxistas na capital em que sai colhendo vários passageiros ao mesmo tempo é outra desgraça que surgiu, graças ao mesmo motivo acima. Taxistas caras de pau, mal-humorados, mal-educados e quase malucos, concorrem com as empresas de ônibus. A mentalidade tacanha não permite o desenvolvimento eficiente do transporte coletivo. Enquanto isso, novas modalidades de negócios vão surgindo, formando interesses escusos que alimentam uma rede corrupta que envolve particular e servidores com a famigerada “bola”. A propina diária e constante parece sem solução no País. Entra na parte cultural e tudo fica fazendo parte da rotina.
Quem quiser colocar transporte alternativo, além de receber pressão das empresas de ônibus e das autoridades, para se alimentar, vai ter que alimentar também a rede de propina que antes era dita “debaixo do pano”, mas que agora o pano acha-se rasgado. Sendo, então, os maus serviços prestados por companhias parte importante das causas dos transportes pequenos, é de se fazer comparativo entre animais de verdade e os pensamentos desnaturados do lucro fácil. De qualquer maneira, o “salve-se quem puder” no turbilhão de transporte na capital e interior tem muito a ver nos sentidos de BESTAS E CAVALOS.

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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AS FERAS DO VÔLEI

AS FERAS DO VÔLEI
(Clerisvaldo B. Chagas, 11 de novembro de 2010)
Você, dos escritores da Ribeira do Panema, é o mais prolífero e o mais eclético, pois debaixo de sua pena já passaram centenas de assuntos e, em muitos casos, alguns assuntos foram abordados sob mais de um ângulo. E olhe que não conheço todas as suas páginas.
Um tríplice abraço. (Antonio Sobrinho)
     Valeu à pena comer pipoca varando as madrugadas com olhos grudados no vôlei feminino brasileiro. Tantas outras notícias tomaram conta dos jornais, que as causas de vitórias do Brasil, ocuparam um espaço mínimo nas manchetes impressas e mesmo no mundo virtual. Diante de tantos fatos negativos, o esporte, como a natação, o vôlei e mesmo o time de Falcão, tem alegrado o íntimo dos que procuram notícias amenas e alegres. Que satisfação maior em vê o Brasil mandando fazer fila com as nossas adversárias? O duelo com a ilha cubana foi um verdadeiro colírio que se traduz como um clássico no futebol Brasil e Argentina. A rivalidade que se tornou tradição fez virar um clássico também nos embates Brasil x Cuba, principalmente pelas provocações das cubanas. Quando o Brasil resolveu de fato investir no esporte, já havia no mundo nações que sempre assim fizeram e eram destaques como Alemanha, Cuba, China, Estados Unidos e alguns países do leste europeu. Agora que o nosso país vem ocupando todos os espaços possíveis, é lógico que incomoda as potências mais sólidas como Cuba, que vai perdendo sua hegemonia na América Latina. Por isso foi um gosto gostoso ter eliminado a ilha em uma dessas compridas madrugadas. Inacreditável ─, mas apenas como expressão ─ foi ver as meninas enfrentando as parrudas alemãs, metidas às donas da bola. O poderio dos Estados Unidos também caiu ao chão na madrugada de terça para quarta, surpreendendo a quem não acreditava em mais uma vitória brasileira.
     Os erros do Brasil nessa última partida não foi o suficiente para um triunfo americano. E constantemente a calma externa do técnico José Roberto Guimarães, revestida de uma dureza disfarçada, mostrou ser uma arma poderosa no ânimo das meninas do Brasil. Certo que levamos um susto danado ao perdermos o segundo set, mas a equipe americana não é uma equipe qualquer. O Brasil fazia o que sabe fazer em todos os esportes, atacar e atacar. Louve-se a boa defesa dos Estados Unidos que tentavam a todo custo desconcentrar a equipe de Guimarães. Mas a mão na cabeça e os cochichos explicativos de José Roberto corrigiam as posturas, entrando no cérebro acanhado de quem era advertida. E foi assim que o Brasil conseguiu ferrar o outrora temível adversário, em 3 x 1.
     Vamos deixando Nagoya com a deliciosa sensação do dever cumprido. E se a Rússia ganhou do Japão, também poderemos fazê-lo. Agora é a marcha rumo a Tóquio para uma partida difícil e sensacional em uma terra apaixonada por esse esporte coletivo. Pelo desempenho apresentado até o momento, a esperança existe em trazer o caneco do mundial para o Brasil. Não importa se nunca conseguimos esse título, mas vai sempre existir a primeira vez, por que não? Na hora certa José Roberto estudará a fundo as táticas usadas pelas japonesas. Vamos apostar então na garra que tem caracterizado a sequência de jogos invictos, confiar na equipe que não é fácil enfrentar as brasileiras, AS FERAS DO VÔLEI.


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