segunda-feira, 15 de novembro de 2010

CONTINUA A VERGONHA


CONTINUA A VERGONHA
(Clerisvaldo B. Chagas, 16 de novembro de 2010)

Vamos viajando através desse estado geograficamente belo e socialmente injusto. Chamam atenção as nossas crianças lutando pela sobrevivência nos lixões de beira de estrada e nos depósitos costumeiros das cidades. Muitas são tão pequenas que nem podem acompanhar os irmãos maiores. São colocadas sobre a podridão disputada também por adultos e urubus sob as vistas dos que se dizem cristãos e representantes do povo. Os compromissos assumidos pelos candidatos, desde o simples presidente de comunidade aos mais altos figurões da esfera, perdem-se na primeira esquina da verdade. Enquanto a verba solta corre pelos túneis dos bolsos reforçados, a nossa juventude menor vai-se perdendo, desaparecendo, sumindo no caldo negro da escória que impedem o desabrochar. Ninguém parece sentir o drama de uma das piores formas de crueldade que é o abandono de inocentes. Vários segmentos sociais e religiosos preocupam-se em encher as igrejas de quem possa cooperar com o papel e fazer atas inverídicas de sucessos. Muitas organizações gritam, vociferam, berram o nome de Jesus com tantas vibrações que se arriscam em demolições de tetos. Fingem-se milagres e mais milagres em nome do Salvador onde as tolas vítimas vendem tudo o que tem para alimentar a largura desse novo filão. Mas as criancinhas continuam na infância miserável dessa convivência injusta, quando os sabidos constantemente fazem as trocas de nome, que na prática trocam Jesus pelo diabo. Estes pertencem à mesma casta de enganações dos políticos insensíveis de corações gelados e mentes deturpadas pelo tinhoso e pelo próprio sangue de barata. Quando não deixam que matem nos lixões das estradas, das periferias, das capitais, dão às costas a realidade dos estupros, dos assassinatos, da prostituição e das drogas. E aqueles  que deveriam lutar pela incessante proteção ao seu povo, luta apenas pelo bem-estar dos seus rebentos.
Quando as máquinas sequiosas dos estrangeiros registram as mazelas brasileiras, é uma revolta geral. Mas o que fazer se não somos um país isolado e queremos uma posição cada vez melhor diante das outras nações? São muitos os municípios que não tomam providência com o lixo derramado às margens das rodovias, três a quatro quilômetros da sede. Além de causarem uma péssima impressão à cidade, os montes degradam o meio ambiente e colaboram com as doenças. Mas eles, eles... Bem, você sabe quem são eles, passam com os carrões fechados, vidro fumê e nariz torcido. Criança não discursa, criança não contesta, criança não faz greve. Criança apenas olhar feliz, pela metade do brinquedo encontrado.
Muito adiantada estaria à situação do lixo se fosse somente de localização. Mas quando essa coisa carrega junto às inocentes criaturinhas, grave crime de cumplicidade pesa sobre a sociedade organizada. E o pior é um cruzar de braços, resposta costumeira para os que desejam gozar o Natal sem nenhum incômodo. Nos interiores e nas capitais A VERGONHA CONTINUA.

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DEODORO

DEODORO
(Clerisvaldo B. Chagas, 15 de novembro de 2010)

Manoel Deodoro da Fonseca nasceu na cidade velha de Alagoas (hoje Marechal Deodoro) a 5 de agosto de 1827. Ingressou no Exército em 1845. Participou de vários embates e foi promovido ao posto de marechal-de-campo. Na guerra do Paraguai assombrou a todos pela bravura. Era considerado líder da sua classe, onde desfrutava de extraordinário prestígio.
Muitos setores da sociedade estavam contra a monarquia. O governo, vendo-se isolado, tentou fazer uma reforma através da Câmara de Deputados. Não houve tempo porque o Marechal Deodoro da Fonseca, no dia 15 de novembro de 1889, assumiu o comando das tropas revoltadas e ocupou o quartel-general no Rio de Janeiro.  Foi durante a noite desse mesmo dia que foi constituído o Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. Nessa ocasião, o Imperador D. Pedro II estava em Petrópolis, recebendo um respeitoso documento pedindo que ele se retirasse do país com sua família. Com esse início de governo provisório, algumas providências foram tomadas como: Federalismo – as províncias foram transformadas em estados autônimos e também foi criado o Distrito Federal. Separação da Igreja do Estado – o estado deixou de controlar a Igreja Católica. Foram criados o registro de casamento civil e o casamento civil. O catolicismo deixou de ser a religião oficial do Estado. Três Poderes – os poderes executivo, Legislativo e Judiciário dariam sustentação à República que deveriam atuar independentes e harmônicos.  Naturalização – quem fosse estrangeiro e quisesse poderia se naturalizar oficialmente brasileiro. Bandeira – Foi criada uma nova bandeira com o lema “Ordem e Progresso”, baseado no positivismo do filósofo francês Comte. Constituinte – foi convocada uma Assembleia Constituinte para elaborar a primeira constituição da República.
No Governo Provisório surgiram  vários problemas. Um deles foi chamado “Encilhamento”, executado pelo ministro da fazenda Rui Barbosa. Foi um fracasso que gerou um caos econômico e demissão do ministro.  A primeira constituição foi promulgada em 1891, adotando o presidencialismo e o direito ao voto para os 21 anos, exceto para mulheres, mendigos, soldados, religiosos. A Assembleia Constituinte virou Congresso, cabendo-lhe eleger presidente e vice-presidente. Deodoro venceu as eleições, pressionando. Depois, sem maioria para governar, invadiu e fechou o Congresso. Houve greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. O almirante Custódio José de Melo ameaçou bombardear o Rio de Janeiro, passando esse episódio a se chamar na história, “Primeira Revolta da Armada”. Com tantas confusões e ameaças de uma guerra civil, Deodoro resolveu renunciar no dia 23 de novembro de 1891. Quem assumiu foi o vice-presidente eleito pela chapa opositora, Floriano Peixoto, também alagoano e marechal. Floriano foi chamado depois “Marechal de Ferro” e seu governo aconteceu no período 1891-1994. Em resumo, foi essa a saga de DEODORO.

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