segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

LEÃO PELADO

LEÃO PELADO
(Clerisvaldo B. Chagas, 10 de janeiro de 2011)

       A mobilização humana com suas nuanças vai mexendo definitivamente na Geografia Física e Humana do Planeta. Para quem acha que a matéria é parada demais, perdeu-se nos tempos da decoreba escolar. Quem não tem uma boa ideia da Geografia, não pode, efetivamente, conhecer o mundo em que vive. Tufões, terremotos, desmoronamentos, maremotos, secas e outros fenômenos naturais, vão modificando tudo. Ilhas surgem e desaparecem refazendo a paisagem, as costas transformam-se, rios secam, aparecem desertos e inúmeros ambientes que se modificam rapidamente. Acontecem da mesma maneira as transformações sociais que modificam radicalmente os mapas políticos. Mesmo na Europa ─ continente civilizado ─ surgem questões profundas de valores étnicos, culturais e religiosos que não trazem bons exemplos para o mundo. A Ásia também tem suas questões, muitas encabrestadas para evitar terríveis consequências. Sem dúvida alguma, a África é a campeã das desavenças que se traduzem em milhares de vítimas anualmente. Os maltraçados mapas deixados pela retirada dos colonialistas europeus tem provocado inflação de milhões de almas para o céu e para o inferno, até agora.
       O Sudão, país relativamente grande, para os padrões africanos, está prestes a se dividir em dois. Não fica tão longe da Europa. É logo ali, na vizinhança sul do Egito. Após uma guerra civil entre o norte muçulmano e o sul cristão, acordo para um decreto do povo, realizado nesse último domingo, poderá resolver o grosso do problema. O sul, sempre reprimido pela maioria do norte, aguarda com ansiedade a realização do plebiscito que poderá fazer da parte meridional o mais novo país do mundo. Talvez ocupe também o desonroso lugar de o mais pobre entre todos. A capital do país (norte) é Cartum e a do sul é Juba. Entre Juba e Cartum ainda existe a questão divisória do petróleo, principal riqueza do estado sudanês. O presidente do atual país, Omar Hassan al-Bathir, disse que irá juntar-se à festa de emancipação, caso o plebiscito seja aprovado. Mas também já disse que o sul não tem condições de independência. Homem de muitas e confusas palavras. No sul, os dirigentes pedem calma aos eleitores. Nas últimas horas de ontem houve alguns combates com acusações desencontradas.
       Caso a parte de baixo seja vencedora, o nome do novo país ainda vai ser discutido e poderá levar alguns meses para entrar na lista oficial de países independentes. A parte sul ainda terá muitos problemas importantes para resolver após alcançar a vitória nas urnas. O importante é que o passo maior já foi realizado. É acompanhar (quem tiver interesse) para vê o desfecho dessa guerra civil. Estabilidade no Globo é fundamental para o desenvolvimento dos povos. Depois, é dizer que os do sul lutaram como leões e não perderam a Juba. Isso até faz lembrar uma questão genética: como as leoas, será que existe LEÃO PELADO?




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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CAIXA DE BOMBONS

CAIXA DE BOMBONS
(Clerisvaldo B. Chagas, 7 de janeiro de 2011)

       Quando se fala em cultura ─ nova moda da esfera federal ─ vem as nossas cabeças os vários museus municipais que, pequenos ou gigantes, particulares ou oficiais, contribuem de forma efetiva com a formação histórica e artística brasileiras. Eles podem ser específicos ou gerais e vão despertando o interesse de professores, alunos, pesquisadores e turistas. Algumas cidades não possuem museu, outras possuem apenas um e outras trabalham até com muito mais de três. O gosto por essa fonte de cultura é conquistada aos poucos, por que, para a grande maioria da população, museu é apenas sinônimo de coisas velhas, imprestáveis, depositadas também em casas escuras e fantasmagóricas. Mas ainda bem que a insistência intelectual em afastar os fantasmas, vai conseguindo essa façanha tão difícil de vencer a tradicional ignorância. E por falar em museu, lembramos de um dos cartões postais e ponto de referência de São Paulo.
       O MASP, pela singular arquitetura, é de fato único no mundo e causa uma admiração superlativa. O corpo principal edificado é um vão livre correspondente a 74 metros plantado sobre quatro pilares laterais. Seu impressionante desenho foi elaborado pela arquiteta italiana Lina, Lina Bô Bardi, casada com o também italiano Pietro Maria Bardi. O casal apaixonou-se- pelo Brasil e aqui vieram em 1947. Mas essa é uma bela história à parte que não se encaixa nesta apresentação. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, com o acrônimo: MASP é o mais importante da América Latina e do Hemisfério Sul. Fundado em 1947, O MASP é uma instituição sem fins lucrativos e está desde 1968 na Avenida Paulista da capital. Sua forma é de uma grande e retangular caixa de bombons. Foi criado para ser um centro cultural e dinâmico. Tem a função de divulgar e amparar as artes de um modo geral, especialmente as artes plásticas.
       O MASP é simplesmente magnífico. Mantém pinacoteca, biblioteca, fototeca, filmoteca, videoteca, cursos de artes e serviço educativo de apoio às exposições. Como exemplo, mexe com exibição de filmes e concertos de interesse artístico e cultural. Quem visita essa caixa de bombons, primeiro se encanta com sua própria arquitetura. Ela pode ser bela ou feia para o apreciador, nunca indiferente. Lá dentro podem ser encontradas obras de autores de diversas nacionalidades como Rafael, Andrea Mantegna, Botticceli, Bellini, Rembrandt, Frans Hals, Cranach, Velazquéz e Goya. A pintura francesa predomina. Podem-se encontrar ainda obras de Ronoir, Manet, Cézanne, Degas, Van Gogh e outros famosos mundiais.
       Com essa exposição, notamos que os museus passam a exercer fascínio e orgulho, agora com aparato tecnológico que faz aumentar o prazer e o conforto de visitantes e apreciadores. E se o MASP atrai multidões pelo seu arrojado conteúdo, o exterior estimula o apetite pelas guloseimas da CAIXA DE BOMBONS.


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