sexta-feira, 11 de novembro de 2011

LAMPIÃO: O COMBATE DA CANOA

LAMPIÃO: O COMBATE DA CANOA
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de novembro de 2011.

 (Para o professor Marcelo Fausto)

Desde o início das suas ações em Alagoas, Lampião agia no extremo oeste do estado, precisamente na região serrana de Matinha de Água Branca (hoje Água Branca) e Paulo Afonso (atual Mata Grande), principalmente. Mesmo em suas ações esporádicas, no decorrer da sua vida cangaceira, essa região tinha a preferência por ser rica em serras, ficar perto da fronteira e ser conhecida dele e de Corisco (filho do lugar). Além disso, a fertilidade das terras, a produção agrícola e o clima, favoreciam as suas investidas. Já perto do fim, acossado pelas forças de Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas, Lampião achava-se espremido em trechos do rio São Francisco, dançando com muito cuidado entre as margens sergipana e alagoana e a região de Mata Grande e Água Branca.

No fim de 1931, o futuro matador de Virgolino, era delegado em Piranhas (Al) “cidade presépio” na margem do rio São Francisco. Havia um intenso comércio nesse lugar ribeirinho servido por linha férrea. Houve desentendimento entre o delegado e o prefeito. Este, baseado no prestígio do poder econômico, mandava e desmandava na cidade. Bezerra impediu que os empregados do prefeito andassem armados na cidade e os considerava no mínimo, cangaceiros mansos favoráveis a Lampião. Denunciado como arbitrário, João Bezerra foi mandado recolher-se ao Regimento. Ao juntar seus poucos objetos para partir, ainda estava numa canoa que desceria para Pão de Açúcar (Al), quando acontece uma ironia. Um dos empregados do prefeito vem pedir socorro, pois Lampião estava queimando o quartel de polícia de Canindé, do outro lado do rio, onde o prefeito possuía uma fábrica de curtume.

05.01.1932. Jerimum (Se). Data aproximada. Bezerra, para não ser chamado de covarde, foi socorrer o seu desafeto. Mandou retirar couros que estavam em uma canoa e desceu o rio disfarçado de “coringa”, chapéu de palha à cabeça, acompanhado de oito soldados. O ferrador do bando José Baiano havia ferrado várias pessoas em Canindé. No lugar denominado Jerimum, travou-se o combate entre a pequena força que atirava amparada na canoa, e os bandidos por trás de pedras, em terra firme. Eram oito soldados contra quarenta e oito cangaceiros. O auxiliar da tropa, José Bagaço foi atingido gravemente. Após dez minutos de tiroteio, com os soldados atirando de ponto, água na cintura, por trás da canoa, Lampião retirou-se deixando rastros de sangue como pista.

O telégrafo nacional e a “Great-Westem” comunicaram-se com o estado todo. O capitão Liberato de Carvalho estava em Pedra (Al) e chegou de Caminhão. O capitão Manoel Neto estava em Jatobá (Pe) e desceu a Piranhas em “wagon” atrelado à locomotiva. Por último chegou o capitão Ramalho, do exército em Mata Grande. Bezerra deixou os capitães Neto e Liberato no campo da luta. Esses, com 75 homens, saíram nos rastros dos bandidos, encontrando o bando na fazenda Maranduba em Sergipe, onde ocorreu um dos dois maiores combates da vida de Lampião e que ficou conhecido como “O Combate da Maranduba”. Pois é, esse famoso duelo aconteceu cerca de uns três dias após o COMBATE DA CANOA.







































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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

MORRA, PESTE!


MORRA, PESTE!
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de novembro de 2011

Depois da Segunda Guerra Mundial, consolidadas as tragédias em duas cidades japonesas, os donos do mundo recolheram suas bombas atômicas. À medida que o mundo foi ficando pequeno por causa dos meios de comunicações, espiões e cientistas passaram a agir também em segredos nucleares alheios que foram sendo descobertos e copiados, até com certos aperfeiçoamentos. E se os americanos pensaram que somente eles teriam o poder de destruir em massa, perderam essa aposta amplamente, pois o segredo uno virou clube de bomba com suas perigosas ramificações. As bombas estão na América do Norte, na Europa e na Ásia. Todos estão conscientes, porém, que a primeira que for jogada, além do grande poder de destruição na área, a radiação será levada imediatamente para inúmeros lugares do mundo, inclusive para o infeliz que tiver a ideia de jogá-la. Depois, virá à reação. Se o país atingido não tiver condições de reagir, certamente um dos seus aliados fará a mesma coisa com o agressor. O mundo inteiro sofrerá com apenas duas bombas. Mas aí ninguém sabe sobre as securas de disparos de bombas que tomarão conta do planeta.
Tanto brincam com fogo os israelenses, quanto os iranianos. E o pior é que os dois briguentos levarão o mundo com eles, tenham absoluta certeza disso, se a tal bombinha entrar no meio da questão. Em nosso modo de ver, caso Israel parta para destruir as instalações atômicas do Irã, somente, nada estará fazendo. Portanto, achamos que um ataque israelense ao Irã, só terá sentido se for total e com bomba atômica. Aí é onde o anjo vai gemer e o cão fazer a festa. O jogo de palavras entre as duas nações, em desafios constantes, vai esquentando e repelindo o assunto da crise na Europa que parece querer mais espaço com a dívida da Itália e a possível renúncia de Berlusconi. Que coisa, hem! A que ponto chegamos nesse mundo civilizado do Século XXI! Quando filtramos as notícias fumaradas dos dois países em questão, notamos uma vontade guerreira muito maior do que a textura branca da paz. É como se existisse uma ânsia pelos velhos tempos de Davi, Sansão, Golias, Dario, Xerxes e suas aventuras nas areias dos desertos.
Tudo isso, mesmo em pequena proporção, faz lembrar o célebre Floro Novais, um mito em Alagoas, anos 60. É que todos só falam em guerra desprezando a paz. Perseguido por alguns pistoleiros que tentavam emboscá-lo, o esperto oliventino, fazendo certa manobra estratégica por dentro da caatinga, eliminou os dois adversários. Enquanto ainda saía fumaça das armas, Floro advertia em vão a um dos defuntos: “Se não sabe matar, para que se mete! Então morra, peste!” Entre Israel e Irã não será tão simples, mas se querem brigar, um deles poderá até parodiar Floro Gomes Novais: Então, MORRA PESTE!





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