terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

PIRANHAS


PIRANHAS
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 964

PIRANHAS (AL)  A "CIDADE PRESÉPIO".  Foto: (Wikipédia).
Antes, os foliões deixavam por um dia, o Carnaval santanense e partiam para a cidade ribeirinha de Pão de Açúcar. Mas apesar de tantos turistas naquele núcleo, jamais benefício nenhum foi feito para esse acolhimento. Considerada a terceira cidade mais quente do Brasil, seus dirigentes nunca proporcionaram nem sombra para os seus visitantes regionais. O resultado é que houve migração quase total desses brincantes para a cidade de Piranhas, onde o banho no rio é acompanhado por ótimas bandas musicais.
O arraial de Piranhas data do século XVIII quando os Feitosas e os Alves começaram a desenvolver a região. Era conhecido como Tapera.  Depois que um caboclo pescou uma piranha em um riacho ali de perto, o lugar passou a se chamar “Porto da Piranha”. Com o tempo, o grande movimento do porto emprestou definitivamente o nome  à cidade. Com a navegação a vapor, a partir de 1867, o povoado se expandiu com a estrada de ferro ligando Piranha a Jatobá, Pernambuco. A vila também já foi chamada Floriano Peixoto e depois voltou ao nome Piranhas. Sua freguesia foi criada em 20 de julho de 1885, sob a invocação de Nossa Senhora da Saúde.
 A cidade já foi visitada por D. Pedro II, quando o monarca visitou a cachoeira de Paulo Afonso. Atualmente Piranhas, uma das cidades mais bonitas do Brasil (cidade presépio) procura apontar o turismo, pois a construção da hidrelétrica de Xingó bateu forte na economia pesqueira. São atrações à parte, o Museu do Sertão, a hidrelétrica, a antiga estação ferroviária e ainda a rota das volantes em busca de Lampião.
Temos a impressão de que Piranhas programa seu calendário  festeiro para o ano todo. O interessante é que não falte turista para deixar o real em todos os lugares atrativos que a região oferece. Aliás, quem vai a Piranhas, não fica só na primeira vez. Se existe algum arrependimento para quem visita a cidade, está no esquecimento da máquina fotográfica ou da filmadora. É assim o lugar com nome de peixe voraz e perigoso: PIRANHAS.


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domingo, 10 de fevereiro de 2013

O CARNAVAL DAS VACAS


 O CARNAVAL DAS VACAS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 963
Foto: (nogueirense.com.br.)

Cada um se vira como pode, diz o povo sertanejo. Falamos dos vendedores de rua com seus modos habituais e peculiares de passarem adiante as suas mercadorias. Lembramos que há muito tempo em Maceió, as rádios da época falavam bastante dos produtos que os desonestos colocavam no leite à venda. Havia até um locutor que defendia a própria água no leite integral oferecido nas portas, em relação a outros produtos nocivos à saúde. Com as narrações humorísticas de casos verídicos, até piaba já encontraram no leite vendido com garantia.  Mesmo pessoas na casa dos setenta, oferecem o produto “batizado” e, são poucos, raros mesmo, os que vendem leite puro nesse país, pois a desonestidade em relação a ele é generalizada. Uns gritam seus artigos, outros tocam sinos, outros ainda usam apito e, os mais modernos apelam para carro de som.
Recentemente, em Santana do Ipanema − lugar onde ainda se vende coisa pelas residências − um sujeito esperto inventou um negócio diferente que tem dado certo. Adaptou uma buzina poderosa de som grosso, tanque de plástico com torneira larga e passou a anunciar o leite pelas ruas da cidade, em cima de moto.  Várias pessoas vendem leite, mas tudo nas santas leis do batismo, o homem não. O leite é bom mesmo, sem mistura. Das sete para às oito e meia da manhã, a poderosa anuncia que o cabra está por perto. Segure a vasilha e corra para a porta. Poooom! Pooom! Da primeira vez você pensa que é um boi berrando. Preocupada em ficar sem leite para o período momesco, uma dona de casa indagou ao vendedor que também é pequeno proprietário rural, se ele fornecia leite durante a folia. Sim, respondeu o homem. Ele alegou que ainda não disse às vacas que era Carnaval. E mesmo sem chuvas na sua região as reses continuam firmes ajudando na sua economia, auxiliadas pela buzina grossa. O que não pode é ninguém vestido de verde passar por ali, senão às vacas atacam.
Naquela conversa mole, a mulher perguntou se as coitadinhas não mereciam também um descanso, nesses dias de farras. O vendedor respondeu: “As minhas vaquinhas gostam de trabalhar minha senhora, mas quando estão estressadas eu boto umas marchinhas de Carnaval e me “abrofelo” com elas”. 
Bem, nesses tempos de volta da Zoofilia é bom não levar a coisa ao pé da letra.  É apenas O CARNAVAL DAS VACAS.



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