CORISCO, CYRA BRITO E BALA Clerisvaldo B. Chagas, 1º de setembro de 2014 Crônica Nº 1.251 LIVRO LANÇADO EM 2012 (467 PÁGINAS). ...

CORISCO, CYRA BRITO E BALA



CORISCO, CYRA BRITO E BALA
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de setembro de 2014
Crônica Nº 1.251
LIVRO LANÇADO EM 2012 (467 PÁGINAS).

CORISCO E DADÁ
Nem sempre o brilho do Sol forte de Piranhas, Alagoas, esquentava o heroísmo. Um delegado de polícia em debandada com seus comandados, mancha com o ridículo/cômico as ruas inclinadas da cidade. Nas águas velozes do “Velho Chico”, o terror de um juiz aciona uma reles canoa numa retirada febril que desonra a toga autoritária.
Lá vem ele, o diabo louro chefiando sua legião com dezesseis demônios. Vão entrando na rua trazendo o rastro incompleto de chacina na trilha do horror: riacho Pau de Arara a Piranhas. Corisco e seus asseclas encontram o primeiro da estrada. E o cidadão Lelinho é logo esquartejado vivo pelo bando. Cem metros adiante o agricultor Antônio Tirana, também é esquartejado a machado. É o raivoso Corisco cometendo os mais horrendos absurdos, apenas porque uma cangaceira fora presa.
Mais a frente, ainda não conformados com a sede de matar, Corisco, Gato e a turba de cangaceiros eliminam uma família completa que nem sabia por que estava morrendo, como os dois cidadãos anteriores.
Avançam no terreno. Dois rapazes são feitos prisioneiros e sangrados, também sem motivos já dentro da rua de Piranhas.
DONA CYRA BRITO.
Gato quer a invasão da urbe para sequestrar dona Cyra, a esposa do tenente João Bezerra ─ o responsável pela captura da sua mulher (dele, Gato) Inacinha.
A cidade não tem um só policial. Mas alguns cidadãos formam uma improvisada resistência e quatro minúsculas frentes se defendem distribuídas pelo cemitério, um sobrado, a prefeitura e a casa de dona Cyra, a esposa de João Bezerra.
Estamos em 1936. A tropa do tenente está a 18 quilômetros da cidade, após capturar Inacinha, em ferrenho tiroteio com o grupo de Gato. Mas Bezerra não retorna logo a Piranhas onde a população e até sua esposa encontram-se em perigo. Enche-se de desculpas esfarrapadas para não enfrentar os bandoleiros. Os habitantes do lugar sentem a fraqueza do volante. Não importa, porém. O que o tenente deixou de fazer, sua esposa fez de sobra.
E dona Cyra Brito, que recebia em casa os feridos da campanha e deles tomava conta, virou heroína do sertão, enfrentando valentemente a Corisco e seus bestiais asseclas, à bala.
GATO E INACINHA.
O tiroteio quadrado de Piranhas eliminou o bandido Gato, amarelou Virgínio, ex-cunhado de Lampião, esquentou o couro de Jacaré e botou para correr o famoso Diabo Louro. As balas mandadas por dona Cyra, bem assobiaram no pé do ouvido de Corisco, furando seus arreios.
Um combate para ninguém botar defeito e o dia em que o Corisco perdeu o fogo.
·         Baseado no livro ”Lampião em Alagoas”. Encontrado na Livraria Toque Mágico, Santana do Ipanema - AL.

ALUNAS DA UFAL ENTREVISTAM ESCRITOR Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de 2014. Crônica Nº 1.250 Universitária Elenilda entre...

ALUNAS DA UFAL ENTREVISTAM ESCRITOR



ALUNAS DA UFAL ENTREVISTAM ESCRITOR
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de 2014.
Crônica Nº 1.250

Universitária Elenilda entrevista o escritor Clerisvaldo B. Chagas. Foto: assessoria.
Com a evolução das diversas ciências e as necessidades cada vez maiores dos trabalhadores, elas se foram ramificando e passaram a ser autônomas ou específicas. Assim falamos para diversos universitários sobre a matéria Sociologia, motivo de debate no momento. No estudo moderno a Sociologia complementa outras ciências afins ou é complementada por elas como a Antropologia, Economia, Política e mesmo Geografia e História.
Entrevistado por alunos da UFAL, entre eles Elenilda Vanderlei Pereira, natural da cidade de Carneiros, vamos navegando pelo mar da “agradabilidade” em nosso ambiente de trabalho, até porque entrevistar e ser entrevistado não deixa de ser uma simbiose.
E quando falamos em Sociologia o velho filme da falta de professores para a matéria, continua novo.
A Sociologia que vai ajudar o indivíduo a entender a sociedade em que vive, vem de longe com Augusto Conte (1798-1857) e dele saiu o título, em 1839. Como ciência, foi organizada por Emile Durkheim (1858-1917).
E indagado sobre as dificuldades para ministrar a Sociologia, vamos lembrando a nossa passagem por ela, pela Biologia, a Filosofia, a Arte, a História e o caso de amor eterno com a Geografia.
Não achamos que exista dificuldade para ministrar a disciplina, pois ela é fácil e se encontra em torno de nós. A própria escola já é um material rico para o estudo da Sociologia, com seus funcionários exercendo variadas funções, alunos e professores de diversos lugares e condições sociais diferentes. Talvez seja considerada matéria doce (água com açúcar) e ainda sem o devido reconhecimento.
O professor pode compensar a parte não valorizada ainda, com pesquisa constante, segurança e amor pela disciplina, bem como ser criativo e assim encontrar a chave do sucesso.
Sociologia é como Geografia, na sala de aula é o bicho preguiça, na prática, na rua, no campo, ambas viram leoas.
E vamos trocando ideias online com outros universitários e deslumbrando para Elenilda, a cidade de Carneiros com um potencial enorme para se trabalhar a matéria doce.
No Brasil, naturalmente pela política do não saber o que se quer para a Educação, muitas léguas ainda terão de ser percorridas pela Sociologia para demonstrar o seu inestimável valor.