quarta-feira, 19 de novembro de 2014

OURO BRANCO



OURO BANCO
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de novembro de 2014.
Crônica Nº 1.307

Foto:( alagoastempo.com.br)
  Hoje, nossa homenagem ao município de Ouro Branco
"O povoado onde hoje está o município de Ouro Branco, começou a surgir por volta de 1830, mas só em 1881, quando Domingos Gomes mandou construir uma capela de pedra, é que moradores das regiões vizinhas começaram a se mudar para lá.
Domingos Gomes chegou ao município vindo de Minas Gerais e logo comprou terra da família Paranhos. Líder na época , escolheu  o padroeiro Santo Antônio e deu o nome de Olho D’Agua do Cajueiro (nome de uma cacimba que ficava embaixo de um grande cajueiro conhecido na região) à vila que se formava. Depois de alguns anos, Gomes regressou a Minas, e seu filho, Francisco Gomes, deu nova dimensão e novo nome ao povoado, que passou a se chamar Olho D’Água do Chicão. Em 1901, foi elevado à categoria de vila e chegou a sofrer ataques do bando de Lampião e de Antônio Porcino. Anos mais tarde chegou à vila Antônio Jiló de Campos que, impressionado com a brancura das imensas plantações de algodão, escolheu o nome Ouro Branco para a futura cidade. A partir dessa época a cidade não parou de crescer, incentivando Luiz Gonzaga de Carvalho, José Limeira Lima Francisco Sotero Ângelo e José Soares da Silva a iniciarem  o movimento pela emancipação.
O município, porém, só foi desmembrado de Santana do Ipanema em 1962 através da Lei 2.445. Ouro Branco chamou a atenção da comunidade científica, que tem realizado estudos geológicos em dois de seus pontos atrativos: A Pedra da Capelinha e o Lajedo Grande.
Entre as festividades destacam-se a festa do padroeiro 01 a 13 de junho), a festa do dia da Independência 97 de setembro) e a Emancipação Política (21 de junho)".
(Extraído do "Vale do São Francisco"-Almanaque, pag. 88).

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

MÁRIO NAMBU



MÁRIO NAMBU
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de novembro de 2014
Crônica Nº 1.306

Nambu ou perdiz. (Foto: divulgação).
Conheci muito bem Mário Nambu. Talvez à sua lembrança tenha vindo desse tempo diferente que se formou na minha terra, após a trovoada. Hoje amanheceu como se diz por aqui “bonito para chover”. E esse bonito para chover também representa um frescor, um tempo ameno, uma temperatura agradável com o céu ainda de cor cinza. Parece até primavera de verdade.
Era o momento escolhido para o caçador de nambu e codorniz, como sempre denominamos essas duas aves sertanejas. A codorniz, menor, a nambu do pé-roxo do tamanho de uma galinha. O nosso personagem popular, Mário, chegava para o meu pai e perguntava quantos nambus ou quantas codornizes queria. E as pessoas que estavam por perto, ironizavam como brincadeira perguntando se as caças estavam amarradas no mato aguardando o caçador. Todos conheciam, porém, a eficiência do homem, atirador no voo, daí o apelido. Quando o caçador retornava da caatinga trazia os troféus pendurados de cabeça para baixo, no cinto da calça.
Mário tinha uma voz rouca. Costumava ficar palestrando nas calçadas do comércio. Muitas vezes calado, sofrido e revoltado. Era o único cantor que imitava Augusto Calheiros e quando cantava possuía uma voz maravilhosa. Gostava de mentir sério como brincadeira. Certa feita contou que fora caçar e não estava tendo sorte. Para não voltar de mãos vazias, ao avistar um macaco, apontou a espingarda para o bicho. O macaco ameaçado disse: “O que é isso, seu Mário?! Está me desconhecendo?”.  O homem baixou a arma, atônito e, o macaco foi embora.
Ao ser questionado por um da plateia da roda: “O que é isso, seu Mário? Quem já viu macaco falar?”. Ele simplesmente respondeu: “Ô, meu filho, até aí não me impressionei com isso. Mas fiquei abobalhado porque o peste me conheceu e falou o meu nome”.
Sei não! Quando penso em Mário Nambu, meu conterrâneo velho de guerra, tenho a impressão de que, com o seu talento de macaco daria um ótimo político, que pena! Mais um homem mentiroso não aproveitado nos anais dos demagogos.


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