quarta-feira, 17 de agosto de 2016

PÃO DE AÇÚCAR

PÃO DE AÇÚCAR
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de agosto de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.562
CRISTO EM PÃO DE AÇÚCAR. Foto; (viverbrasil).
Cidade ribeirinha de Alagoas, Pão de Açúcar é repleta iferente de Piranhas, encravada na própria descida do canhão sanfranciscano que vem desde o município de Delmiro Gouveia. Suavemente se chega a Pão de Açúcar formada em planície de aluvião. Cidade típica do rio é berço de músicos, pescadores e intelectuais. Visitada por D. Pedro II ainda carrega suas lembranças nos escritos e no prédio que abrigou o Imperador. Pela sua topografia é lugar ideal para o ciclismo e para as serestas inspiradas pelas águas do Velho Chico.
Chamada antes de Jaciobá (espelho da lua) depois de Penedo foi a principal entrada dos sertanistas vindos de Pernambuco. Era porto de referência de navios que navegavam desde Penedo, receptor e distribuidor de mercadorias. Pode-se se dizer que Pão de Açúcar funcionava como capital de toda a região.
A cidade é ótima para quem procura calma, descanso e cenários encantadores. Na sua economia se inclui o turismo regional de fins de semanas, mesmo descontando a temperatura, uma das mais altas do Brasil. Na sua história também se inclui episódios de cangaço, ficando muito perto da localidade onde foi dizimado o bando de Lampião – o valente que refugou invadir o burgo.
Passeio no rio de lancha ou canoa, banho nas prainhas que se formam com o assoreamento, pirão de peixe, caminhada até o monte onde foi esculpido o Cristo ou um pulo de barco até à Grota dos Angicos (Sergipe) são opções ao visitante. Por outro lado, a cidade possui larga avenida central e estreitas ruas com um casario tradicional que sempre desperta respeito e admiração.

Nas imediações existem alguns sítios arqueológicos e um artesanato que ainda resiste graças a persistência de mestres e mestras de fama regional e estadual. Pão de Açúcar é a segunda cidade alagoana para quem desce o rio São Francisco. E como bem atesta o velho chavão: terra de mulher bonita e homem valente.

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terça-feira, 16 de agosto de 2016

OS VICIADOS

OS VICIADOS
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de agosto de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.561


Cremos que o amigo leitor já tenha ouvido falar em político raposa, carcará e urubu. São várias as categorias dessa gente. O político urubu, também chamado hiena, atua somente uma vez. Ele exerce uma profissão qualquer e aguarda pacientemente a época das eleições. Após estudar o ambiente, dirige-se a um prefeito ou candidato ao cargo, a um deputado estadual... E oferece seus serviços. O currículo atesta que foi candidato a vereador, várias vezes, jamais se elegendo. Tornou-se viciado pelo dinheiro sujo em cada pleito.
Chora para ser candidato a vereador mais uma vez, para vender os seus mesmíssimos votos (geralmente entre 100 e 200). Não deixa de ser cabra corajoso, admitimos, pois existe raposa que não obtendo os votos prometidos, manda o político urubu para uma surra de juntar bicho ou coisa pior.  Na última eleição à prefeito no Sertão de Alagoas, a exploração variava entre cinco a setenta mil reais. Os urubus de cinco, nunca conseguem mais do que isto. São os “perrengos” mais viciados de todos; o que tapeia a própria  família e mais meia dúzia de amigos. Os de setenta mil ou em torno disso, são as hienas (que comem os restos da carniça) maiores. Aquelas que têm faixa acima dos quinhentos votos.
O que vimos são as conversas de bastidores e afirmações nos cochichos das ruas.  
Fora os falsos candidatos a vereador – os urubus – outra categoria nojenta é a do pretenso candidato a prefeito consciente que jamais terá condições de chegar. Pressiona antes das convenções para ser chamado como vice de alguém. Não colando o golpe, registra sua própria candidatura, certo que mais à frente será chamado por um dos candidatos robustos para abrir da candidatura por determinado valor.
Não podendo levar a verba diretamente dos cofres públicos, pelo menos mete as unhas nos que podem.

E o pior de tudo: ninguém faz política no interior do Nordeste sem os urubus.

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