quarta-feira, 2 de agosto de 2017

GREVE DA GOTA SERENA!

GREVE DA GOTA SERENA!
Clerisvaldo B. Chagas, 03 de agosto de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.707

MACEIÓ SEM ÔNIBUS.  Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).
Estão em nossa “Repensando a Geografia de Alagoas”, os principais problemas da cidade grande. E se fôssemos falar como os desbocados do nosso Sertão, “foi para lascar”, terça-feira última em Maceió. Capital com mais de um milhão de habitantes com a maioria dependendo de ônibus urbanos, não poderia ter sido diferente. Bastou um dia para gerar desesperos em todas as organizações sociais do povo maceioense. Sem dúvida alguma os maiores aperreios estavam nos necessitados de saúde e os empregados particulares que não conseguiam chegar ao local de trabalho. As vans e as motos aproveitaram-se da miséria alheia, os preços ganharam asas e se não alcançaram os céus, chegaram aos dois dedos lembrando safada anedota brasileira.
O que normalmente custava três reais subiu a escada ligeiro como perna de ema para cinco, dez, vinte e até mesmo trinta reais para o trabalhador sacrificado, liso e refém da ambição humana. Onde só cabia quinze, houve milagre da física e da matemática que acolheram trinta. E quem ainda tinha o pudor de defender a traseira, nem sequer podia mover o “bumba” dentro das vans sardinhas e fedorentas. Idoso e deficiente ou chegaram a casa sem camisa ou desistiram no ponto dos espertos antes do embarque na aventura. Pela precisão, grande número de automóveis voltou às ruas, cujo trânsito não alisava ninguém na chuva, nos buracos e nas pragas. Qualquer radinho peba que falasse em greve de ônibus fazia grande sucesso onde diabo fosse ligado, mesmo aqueles chamados “consolos de cornos” da velha China.
No embate entre patrões e empregados foi preciso a Justiça intermediar acordos em posições endurecidas. Sabe-se que trabalhadores de empresas particulares em todos os setores se sentem como escravos diante dos salários pagos no estado. Inúmeros empregados falam mal dos próprios sindicatos acusando-os de conchavo. Mas os que trabalham em ônibus reclamam direto dos salários escravagistas.
Por sua vez empresário não coloca ônibus suficientes para a população e em lugar de três põe um só na rua. O coletivo demora a circular para juntar mais gente nos pontos e andar lotado. O que acontece que os prefeitos se curvam quanto ao ar condicionado nos coletivos para a altíssima temperatura de Maceió? O que está por trás disso? Os abrigos para os usuários são verdadeiras piadas de gosto azedo diante de um serviço de terceira categoria? E esse terceiro mundo vai se arrastando para gestor nenhum dá jeito, seja ele velho ou novo. Precisamos de mais cinquenta anos à frente para que os serviços viários coletivos se igualem aos do Canadá, por exemplo.

E sobre o que aconteceu na terça-feira, àquela velhinha da boca mole que havia escapado do caos dominante, falou querendo puxar conversa: “O senhor viu? Foi uma greve da gota serena!”.

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terça-feira, 1 de agosto de 2017

FARÓIS DE ALAGOAS

FARÓIS DE ALAGOAS
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de agosto de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.706

FAROL DO JACINTINHO. Foto: (Ailton Ruz).
Há certo tempo passado, subi para o Jacintinho em busca de rever o farol que marcou parte da minha infância em Maceió. Não cheguei a entrar porque estava interditado na ocasião, mas deu muito bem para matar a saudade das faixas azul e vermelha projetadas para o oceano. Agora vejo bela reportagem completa em site de Maceió sobre os velhos faróis de Alagoas em número de seis. Eles estão localizados no Jacintinho; Pontal do Peba, perto da foz do rio São Francisco em Piaçabuçu; Pontal de Coruripe; Praia do Gunga em Roteiro; Praia de Ponta Verde em Maceió e em Porto de Pedras.
O responsável pelo funcionamento de todos os faróis instalados em Alagoas tem como responsável o sargento Alessandro, da Marinha do Brasil. Ele diz que apesar das tecnologias, o mundo inteiro ainda mantêm seus faróis funcionando por causa da eficiência na segurança aos navegantes.
Hoje, com 26 metros de altura, o Farol de Maceió é um dos mais eficientes do país e está a 68 metros do nível do mar. Sua luz tem alcance de 43 milhas (80 quilômetros), na luz branca, e 36 milhas (60 quilômetros) na luz encarnada. Depois de construído entrou em funcionamento em 10 de janeiro de 1857. O local deixou de ser chamado Alto da Jacutinga para Alto do Farol e que originou o nome do bairro. Quando em 1937 o farol recebeu luz elétrica passou a ser o primeiro do Brasil.
Os faróis são charmosos e pontos de referência para habitantes, turistas e banhistas, embarcando sempre suas imagens nas mochilas de visitantes. Funcionam em condições normais à base de energia elétrica, mas estão em segundo lugar baterias que podem manter o equipamento na sua função. Explica novamente o sargento Alessandro que ainda acontece à terceira opção, que é um funcionamento mecânico que parece complicado.
E para completar as informações, o farol da Ponta Verde possui cerca de 15 metros de altura, faz parte do cartão postal daquela praia e adverte sobre os recifes na região.
O maior de todos, porém, é o Farol do Peba, erguido na foz do rio São Francisco, em torre de metal, com 46 metros de altura.
Cada um dos seis faróis de Alagoas tem sua história própria e um montão de inúmeras outras para ser contado.








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