segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A CACHACINHA DE CADA DIA

A CACHACINHA DE CADA DIA
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de agosto de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.710

Ilustração: (dalvaelu).
Ainda continua no Brasil a demora pelo registro de patentes. Você inventa algo e enfrenta o “tempo do urubu” para registrar o seu invento. Isso faz com que cientistas brasileiros vendam suas ideias a outros países que muitas vezes as aperfeiçoam e vão ganhar dinheiro à custa do inventor. Quem não se lembra de algum cientista em sua cidade que não teve como progredir pela falta de apoio consciente ou pela ignorância dos grandes. Nós pelo menos nos lembramos de dois: José Gomes (Sapo) e Agenor da Empresa. O primeiro lutando para construir um barco com experimento no açude do Bode. O outro realizando inúmeras obras como o elefante em tamanho natural que desfilou em um dos carnavais de Santana do Ipanema.
Mas a falta de apoio já vem de muito distante. O escritor Oscar Silva lamentava na década de vinte esse apoio ao colega escritor Valdemar Cavalcanti, ao tentar um projeto na Agricultura. E da Agricultura brota a cana-de-açúcar e da cana surge o engenho que produz a cachaça; a “moça branca” que é nossa e que moveu o País desde os tempos de D. João VI. E como a bebida é brasileira, volta-se ao assunto da patente, do reconhecimento e outras coisas mais da perene burocracia mundial.
É assim que “Brasil e México assinam acordo para proteger propriedade da cachaça e da tequila”. Veja: “Ligada diretamente às culturas do Brasil e do México, a cachaça e a tequila agora terão proteção plena de propriedade e qualidade na comercialização nos dois países”. Isso quer dizer que toda cachaça que aparecer no México, tem que constar que foi fabricada no Brasil, assim como a tequila no Brasil terá que constar a origem mexicana.
Ah! Por fala nisso, quando eu pedia a meu pai para ir ao Cine Glória de meu padrinho Tibúrcio Soares, a prima que ajudou a me criar dizia: “Deixe não, Manezinho que hoje é filme mexicano”. E quem disse que ele deixava! A “beijoada” dos filmes mexicanos já era considerada putaria. Mas eu gostava muito bem das canções apresentadas e dos pistoleiros pedindo tequila pelos bares.
Mas entre o diabo da tequila e a bebida dos escravos brasileiros, prefira carimbar a patente da cachacinha de cada dia.


 

 

 




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domingo, 6 de agosto de 2017

FATOS SEM FIGURÕES

FATOS SEM FIGURÕES
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2017são
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.709
Foto: (Agência Alagoas).
Sem querer elogiar político nenhum, por ser independente e por motivos óbvios, algumas coisas em Alagoas, são dignas de notas. Os fatos representam progresso para a terra e não reconhecê-los é ser cascão. A obra federal que estar sendo realizada entre o povoado e entroncamento Carié – Inajá, além dos grandes benefícios para a integração de Alagoas, registra mais desenvolvimento para o Nordeste, uma vez que se vão interligando trechos importantes interestaduais de rodovias. Isso representa a vez dos interiores que procuram vias competentes entre si e entre si e o litoral. E ainda segundo informações abalizadas, Carié – Inajá é o único trecho do Brasil com 50 quilômetros, sem asfalto.
Já o viaduto da Polícia Rodoviária que vai ser iniciado é altamente relevante para Maceió que procura alternativas ao número crescente de seus veículos. Como o trecho – há cinquenta anos prometido – Carié – Inajá, foi iniciado, diminui bastante a desconfiança de que a obra não seja realizada. Pressão de capital não é igual a parafuso de interior.
Quanto a duplicação da Rodovia BR-101, não ficou muito clara a explicação das autoridades. A BR-101 corta Alagoas norte-sul ligando o nosso estado a Pernambuco pelo município de Novo Lino e, a Sergipe pelo município de Porto Real de Colégio. São, portanto, cerca de 239 quilômetros de extensão. Nesse caso a propaganda é falsa, pois na verdade só serão duplicados 46 quilômetros, pelo que se entende após divulgação. O trecho nos parece que vai de Rio Largo ao entroncamento com a BR-104. Mas os políticos no geral bota logo a boca larga para diminuí-la nos retalhos: “Vamos duplicar a BR-101”. Depois de impressionar o público, a duplicação será apenas de 46 quilômetros. Essas manobras são típicas dos demagogos que acham facilidade em viver de política. Mesmo assim a trecho que será duplicado é relevante, pelo tráfego intenso da região.
Estamos aguardando também a realidade do asfalto no trecho sertanejo Batalha – Belo Monte, para retirar este último município do isolamento e da pobreza ora existente.
É lá onde se encontra a foz do rio Ipanema.













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