CAPIVARA SEM VEZ Clerisvaldo B. Chagas, 22 de agosto de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.720 SERRA DA CAPIVA...

CAPIVARA SEM VEZ


CAPIVARA SEM VEZ
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de agosto de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.720

SERRA DA CAPIVARA. (Foto divulgação).
No Brasil, falar em qualquer tipo de benefício é sempre difícil. E quando o tema é parque nacional, demarcação de terras indígenas, reforma agrária, o sofrimento sempre foi enorme e dorido. Tenho admirado o trabalho exaustivo da arqueóloga Niéde Guidon – expressivo orgulho nacional – sua guarda e preocupação com o Parque Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí. Neste País é uma batalha quase sem fim para se fundar um parque e uma luta sem fim para conservá-lo. Além da indiferença oficial das autoridades, a batalha é dura e renhida contra as ações do tempo e das invasões dos maus intencionados. Coitada da heroína, lutando e dando sua vida pelo patrimônio cultural do Brasil, quando ela mesma já é expoente do mundo na ciência que abraçou.
Veja o que aconteceu no Parque Nacional da Serra da Capivara a cerca de 530 km da capital Teresina: “Segundo a Polícia Militar de São Raimundo Nonato, um dos municípios que compõem o parque, pelo menos quatro pessoas estavam caçando animais dentro dos limites da Serra da Capivara. Ao serem identificados por três guardas, entraram em conflito e se envolveram em um tiroteio. Dois funcionários ficaram feridos e o outro morreu. Outro dois suspeitos tiveram ferimentos, foram localizados neste sábado (28) e encaminhados para um hospital de Floriano (a aproximadamente 250 km da capital). O restante do grupo conseguiu fugir. A polícia faz buscas na região”.
Veja mais: “O confronto aconteceu no município de João Costa. O Parque Nacional da Serra da Capivara foi criado em 1979 e, desde 1991, é considerado Patrimônio Cultural pela UNESCO. Parte de um corredor ecológico de 414 mil hectares, o parque é um dos principais centros científicos de arte rupestre do mundo, com escavações que revelaram vestígios de mais de 50.000 anos e mais de 900 sítios arqueológicos catalogados”.
Numa proporção muito menor, a conservação da Reserva Tocaia em Santana do Ipanema, não fica atrás dessas preocupações. O que o senhor Alberto Filho, enfrenta todos os dias na reserva, seria motivo de uma conferência para todos os santanenses. Ah! Muitas autoridades ligadas ao tema nem gostariam de ouvir.

Joel Si





FESTA DE GADO Clerisvaldo B. Chagas, 21de agosto de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.719 Vaqueiros em Serrinha...

FESTA DE GADO

FESTA DE GADO
Clerisvaldo B. Chagas, 21de agosto de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.719

Vaqueiros em Serrinha. Divulgação.
Uma das maiores festas  do Brasil é relativa ao gado que ocupa todo o território nacional. As manifestações culturais mais expressivas estão na vaquejada (pega-de-boi-no-mato), corrida de mourão (chamada erroneamente de vaquejada) e os rodeios. Havia a Farra do Boi, em Santa Catarina, mas foi extinta por lei. Os rodeios são típicos das Regiões Sul e Sudeste; a vaquejada, a corrida de mourão são coisas nordestinas. O boi ainda surge em figura de papelão como divertimento popular acompanhado de música, bailado, teatro, em várias regiões brasileiras. As características são próprias de cada estado e denominações locais: bumba-meu-boi, boi-bumbá, boi-de-mamão e outras menos conhecidas.
Uma festa que acontece todo ano, mês de agosto, é a "Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos”, interior de São Paulo. O evento que vem desde 1956, teve origem com os peões tangedores de boiadas de Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em estradas de terra e que duravam vários dias. Geralmente essas boiadas eram tangidas até os frigoríficos onde o boi era abatido. Em Barretos, um desses destinos, teve início a festa com brincadeiras do peões mostrando como se fazia na doma de cavalos das fazendas. Hoje  Barretos tem um parque de rodeio planejado por Oscar Niemeyer com uma área onde cabe em todo o espaço, 50.000 pessoas, das quais 35.000 sentadas. Este mês a festa encontra-se em pleno andamento quando teve início no dia 17 e prosseguirá até o próximo dia 27. Além das competições, espétaculos outros são oferecidos, principalmente por duplas sertanejas.
Em Alagoas ainda não conhecemos em funcionamento o parque chamado “O maracanã da vaquejada”, em Palmeira dos Índios. Mas existem vaquejadas de verdade, a pega-de-boi-no-mato, em alguns lugares, entre eles, o da serra do Japão, nas imediações de Folha Miúda, no Agreste. Quanto à corrida-de-mourão, engolida nas cidades como vaquejada, vão se mantendo no estado em todas as regiões. Dificilmente qualquer uma dessas formas chegaria a uma estrutura semelhante a de Barretos. Mas, como diria Luiz Gonzaga: ali “corre dinheiro pelo chão”. E no Médio Sertão alagoano o jeito é se conformar com a mais chamativa que é a de Dois Riachos. Famosa porque o município possui a maior feira de gado nordestina e de quebra a natalidade de Marta, a maior jogadora do mundo por várias vezes.
A vaquejada é bruta, mas serve para competir, cantar, beber, namorar, arrancar o estresse e fazer amigos.

O dinheiro geral que rola, quem não gostaria de tê-lo?