domingo, 3 de setembro de 2017

EDUCAÇÃO: VOCÊ SABIA?


EDUCAÇÃO: VOCÊ SABIA?
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.729

Estamos dentro dos 83 anos da primeira escola grande particular de Santana do Ipanema e, talvez, do Sertão alagoano. Aconteceu em 11 de julho de 1934, a fundação do “Colégio Santanense”, na chamada Rua Nova, número 281. O empreendimento foi executado pelo professor Flávio de Aquino Melo e funcionava nos três turnos. O nível era primário durante a manhã, secundário na parte da tarde e, à noite, Curso Comercial para os que trabalhavam no comércio. Depois, o mano do professor Flávio, Floro de Araújo Melo, continuou o trabalho numa época de escassa mão de obra para o Magistério. Governava a cidade, Francisco de Barros Rego. O nível secundário, que correspondia da quinta a oitava série, apresentava as seguintes matérias: Francês, Matemática, Geografia, História da Civilização, Ciências Físicas e Naturais, Português, Latim, História do Brasil e outras. Existe uma variante da data de fundação, com diferença de dias, mas em 1934.
Em 1938 foi inaugurado o primeiro grupo estadual do município, o “Padre Francisco Correia”, no Bairro do Monumento. E mesmo com essa escola pública, o “Colégio Santanense” continuou funcionando até fevereiro de 1940, quando o proprietário e diretor Floro de Araújo Melo foi embora para o Rio de Janeiro. Na época de Floro, o então, jovem Darras Noya de Pão de Açúcar e que hoje é nome de museu, muito ajudou na parte recreativa do Colégio. Floro tornou-se escritor com vários livros publicados.
O próprio dono do “Colégio Santanense” fala sobre as formas de castigos da época como: ajoelhar o aluno em grãos de milho ou prendê-lo em quarto escuro e aplicar “bolos” na palma da mão com a palmatória.
Antes de 1934, havia às escolinhas, particulares ou não que funcionavam nas residências das próprias professoras. Umas funcionavam somente com meninos, outras somente com meninas. Ainda algumas mistas.  Muito tempo após a fundação do grupo Padre Francisco Correia, outra escola semelhante foi instalada no Bairro Camoxinga, denominada Ormindo Barros.
Escola pública mesmo, da quinta série em diante, somente a partir da fundação da Escola Estadual Deraldo Campos, hoje Mileno Ferreira.
Esperamos que essa crônica tenha sido útil às suas pesquisas educacionais do município.
·         O professor Flávio Aquino Melo, pioneiro de escolas grandes no sertão, faleceu em Recife, vítima de trânsito (ônibus em marcha ré).
·         O professor e escritor Floro de Araújo Melo, faleceu no Rio de Janeiro.



Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2017/09/educacao-voce-sabia.html

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

ENCOLHENDO OS COBERTORES

ENCOLHENDO OS COBERTORES
Clerisvaldo B. Chagas, 01 de setembro de 2017
Escritor Símbolo de Santana do Ipanema
Crônica 1.728

Fenômenos os mais estranhos e pesados, podem fazer regredir a população de uma cidade. O fechamento de fonte de renda como mina de ouro, vulcanismo, ameaças militares, tragédias naturais constantes como enchentes, furacões e vários outros motivos tendem à migração. Mas nada disso faz sentido no retrocesso habitacional de 22 cidades alagoanas.
Uma cidade pequena pode – embora não seja comum – ter uma boa qualidade de vida. Mas no caso de Alagoas isso não acontece. Com o aumento da população e o progresso, todos estão em busca de sonhos pessoais. Agora mais do que nunca pelas facilidades de locomoção, a juventude parte da cidade em que nasceu para tentar atingir objetivos na cidade maior. O estudo, a oportunidade de trabalho para os jovens que se deslocam, rebocam com eles os mais velhos da família que são os esteios.
O coronelismo moderno de gestões desastradas e infames nas cidades menores, nada cria, nada atrai, apenas o marasmo dos tempos antigos e mão implacável no cabresto do “seu feudo medieval”. E em muitas cidades não surge sequer uma fábrica de quebra-queixo. Outras cidades, outrora progressistas, perderam muito com novos traçados de rodovias, ficando isoladas ou longe demais dos novos eixos viários para às cidades mais adiantadas. Outras vezes é o próprio dinamismo da cidade vizinha que esvazia a primeira.   Em Alagoas estão perdendo população: Belém, Igaci, Jacaré do Homens, Jacuípe, Jaramataia, Jequiá da Praia, Jundiá, Lagoa da Canoa, Maravilha, Maribondo, Mar Vermelho, Minador do Negrão, Pão de Açúcar, Paulo Jacinto, Pindoba, Porto de Pedras, Quebrangulo, Roteiro, Santa Luzia do Norte, Santana do Mundaú, Tanque d’Arca e Viçosa. Entre elas, cinco são cidades sertanejas.
Apenas duas do total, nos surpreenderam: Maribondo e Viçosa.  Maribondo porque é muita movimentada e dinâmica. Mas, talvez, pela sua facilidade de transporte para Arapiraca e Maceió em tempo curto, tenha acontecido efeito contrário e havido migrações para estudos e trabalho. E Viçosa, tradicional centro cultural e econômico, recebeu logo cedo o abalo da extinção da via férrea e as mesmas facilidade de Maribondo para a capital.

No sertão, Minador do Negrão e Pão de Açúcar ficaram mais distantes do eixo viário (absorvida por Palmeira dos Índios e Olho d’Água das Flores, respectivamente); Jaramataia engolida por Batalha e Arapiraca; Jacaré dos Homens perdido pelo progresso de Batalha e, Maravilha ficando a reboque da grande expansão de Ouro Branco. Mas outros fatores poderão ser analisados onde estão ENCOLHENDO OS COBERTURES.

Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2017/08/encolhendo-os-cobertores.html