quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

TEMA EM DÉCIMA


TEMA EM DÉCIMA
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de janeiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
“Crônica” 1.831
Para a sensibilidade de Remi, Fábio Campos, Goretti Brandão, Kélvia, Lícia Maciel, Vasko, Mendes e Lúcia Azevedo.

Tema em décima:
Meu bioma é a caatinga
Da caça e do predador
ILUSTRAÇÃO: ROSTAN MEDEIROS

Meu pai é mandacaru
Minha mãe é macambira
Meu doce é de jandaíra
Meu feijão é o andu
Meu vizinho é mulungu
Xiquexique é professor
Alastrado é meu senhor
Minha bebida é a pinga
Meu bioma é a caatinga
Da caça e do predador.

Sou primo do espinheiro
Não gosto de gerigonça
O meu cavalo é a onça
Creme dental juazeiro
Vaga-lume é candeeiro
Rasga-beiço meu credor
Pinhão roxo é meu doutor
Meu colchão é sacatinga
Meu bioma é a caatinga
Da caça e do predador.

Minha irmã é urtiga
O meu mano é cansanção
Meu chamado é o trovão
Minha comadre é formiga
Jararaca minha intriga
Meu jumento é inspetor
Maribondo o vingador
Quando espanto ele se vinga
Meu bioma é a caatinga
Da caça e do predador

Barriguda é meu ciúme
Meu comandante o facheiro
O guará meu companheiro
Bom angico meu curtume
A jurema meu perfume
Furão meu farejador
Coleira meu cantador
Mosquito agulha e seringa
Meu bioma é a caatinga
Da caça e do predador

Grossas como baraúna
Da morena são as coxas
Por flores brancas e roxas
Sabiá faz a tribuna
Minha aroeira é coluna
Meu instinto é pegador
Meu cachorro é caçador
E a minha reza é mandinga
Meu bioma é a caatinga
Da caça e do predador

Meu escudo é o gibão
Gitirana é minha Juba
Minha sombra é timbaúba
Imbuá meu anelão
Cascavel meu Lampião
Papagaio é locutor
Meu canário é o cantor
O meu estilo é coringa
Meu bioma é a caatinga
Da caça e do predador

(FIM)








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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

OS SANTANENSES NÃO SABEM: HÁ 107 ANOS

OS SANTANENSES NÃO SABEM: HÁ 107 ANOS
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de janeiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.830

FOTO: (DIVULGAÇÃO).
O coronel Delmiro Gouveia construiu por conta própria 520 km de estradas, trechos em Alagoas e Pernambuco. De Pedra a Quebrangulo, passando por Santana do Ipanema e Palmeira dos Índios tinha ramal Bom Conselho – Garanhuns e mais outras em Alagoas. Em Santana do Ipanema ela passava pela Rua da Poeira, Comércio, Antônio Tavares, Rua de São Pedro e Bebedouro/Maniçoba. As estradas começaram em 1911 e, no primeiro semestre de 1912, Delmiro chegava a Santana com seus automóveis. (O primeiro automóvel de Alagoas foi o do coronel). O encontro de Delmiro com o coronel Manoel Rodrigues da Rocha, foi considerado o “Encontro do Século”. A feira do sábado acabou-se nesse dia com tanto matuto correndo com medo do automóvel e outros querendo conhecê-lo e até “matá-lo”, dizendo que era a besta-fera. Os carros da comitiva eram: um “Fiat”, um “Austim” maior, um “Austim” menor e mais um N.A.G. imenso.
Em 1915, fins de julho, o ministro da Agricultura Dr. José Bezerra e o governador de Alagoas, João Batista Acióli (daí o nome da antiga escola Batista Acióli, o “Bacurau”, da Rua São Pedro, em homenagem ao governador) vieram de Quebrangulo para uma visita à cachoeira. Passaram pela Pedra com três automóveis. Em meados de 1916, na qualidade de governador de Pernambuco, Manoel Borba veio em comitiva com Delmiro Gouveia e o próprio coronel Manoel Rodrigues da Rocha para a Pedra e jantaram em Santana do Ipanema no sobradão do coronel, no dia 22 de agosto.
Essa é apenas uma fração da história do Sertão alagoano que teve repercussão e influência Nacional. Mas, as nossas escolas não ensinam a História de Santana do Ipanema, produzindo gerações e gerações de ignorantes sobre a própria terra em que nasceram. Quantas e quantas vergonhas os nossos jovens passam por não saberem nada ABSOLUTAMENTE nada do nosso passado. AUTORIDADES! FAÇAM ALGUMA COISA antes que seja tarde demais. Capacitar professores sobre a história de Santana é uma necessidade. Cidade sem história é lixo.






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