segunda-feira, 4 de junho de 2018

APA: ANTES TARDE DO QUE NUNCA


APA: ANTES TARDE DO QUE NUNCA
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.915
Serra da Caiçara em Poço das Trincheiras. Foto: (B. Chagas).

Entre a modernidade devastadora e a cumplicidade ignorante, vai o Sertão com o Brasil perdendo sua vegetação nativa. Aqui, acolá se ouve sobre a ação benéfica do homem, como um pedido de oração que demora. Um socorro que poucas vezes ou nenhuma vem à frente do problema, mas sempre chegando por trás como galo de terreiro. Sem contar com o incentivo governamental que ocorreu nos anos 60 sobre o desmatamento. Mas como tudo em nosso país é devagar e troncho, anuncia-se a criação da APA da serra da Caiçara, cuja parte do lombo mais significativo encontra-se no município de Maravilha. Ainda bem que pelo menos se conserva o antigo nome Caiçara, já chamado de serra da Maravilha.
A serra da Caiçara possui 839 metros de altitude e só perde para a serra da Santa Cruz e a serra da Onça, novo ponto culminante de Alagoas, também no Sertão. A criação da Área de Proteção Ambiental – APA visa proteger o que ainda resta da área da serra do citado município e áreas dos municípios vizinhos como Canapi, Ouro Branco, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema. Com esta ação do IMA, poderá acontecer a proteção tanto da fauna quanto da flora ainda existente, extensiva aos mananciais e sítios arqueológicos. Quando existe total proteção do estado o empreendimento é bem-vindo, mesmo em muitos casos de desmatamentos que arrasam o bioma caatinga. Antes tarde do que nunca.
Outras serras sertanejas são mais modestas e giram em torno dos 500 aos 700 metros de altitude. Entretanto, são montanhas importantes e arrojadas que exercem no bioma as mesmas funções da serra da Caiçara. Possuem as últimas reservas de caatinga, refugiam os animais, são nascentes de riachos, pulmão verde das cidades próximas e fontes de pesquisas para inúmeras áreas do Saber. Algumas são usadas pelo homem para instalação de  aparelhos de comunicação e possibilidade de usinas eólicas.
Atualmente, as serras do Sertão vão aos poucos sendo descobertas para caminhadas, paisagismo e escaladas que não sendo sob controle, podem afetar ainda mais a situação ambiental.
E sobre a serra da Caiçara, o tempo trará os resultados.



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domingo, 3 de junho de 2018

O RABO DO JUMENTO


O RABO DO JUMENTO
Clerisvaldo B, Chagas, 4 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.914

ARTESÃOS ACODEM O BABAU. FOTO: (LUCAS MALTA).
O que estar acontecendo em Santana do Ipanema? É a cidade que quer virar capital? É a evolução da cidadania no município? É a consciência política que estar chegando às praças? Será um momento de lucidez coletiva ou um caos que tomou conta da “Rainha do Sertão”? Estamos estarrecidos nos logradouros públicos, no ambiente de trabalho, nas ruas, nos becos, nas avenidas. Denúncias e mais denúncias ganham as manchetes na mídia da cidade todos os santos dias e logo a partir das seis da manhã. Na expressão sertaneja: “O cacete come” no sistema radiofônico desde o amanhecer do dia até a bendita hora do almoço. É tanta denúncia da mídia e do povo que até fica difícil se concentrar no trabalho.
Denúncias sobre o hospital atraso de pagamento, anúncio de greve, movimentos reivindicatórios nas ruas, paralização de transportes e até mesmo, pasmem os senhores, convite de aniversário para churrasco de ofício! Sim, isso mesmo, aniversário de um ofício que alguém enviou ao poder público sobre o concerto do rabo da estátua do jumento. Um ano sem resposta... Povo convidado a comer churrasco diante do jumentinho, nosso irmão. E se houve churrasco, houve cerveja, quem já viu churrasco sem a “lourinha”? A semana passada, compadre, Santana quase vira Maceió ou mesmo o Rio de Janeiro, com um rasgar de goela por tudo quanto é lugar. E se esta semana o barulho todo acontecer com a mesma intensidade, é capaz de haver muitas mãozadas por aí.
Não sabemos quais serão os resultados de tantas e tantas pancadarias virtuais ou não, saídas de todos os recantos do município: do Malembá a Divisão, da Lagoa Bonita a foz do riacho Jenipapo. Entre as inúmeras cacetadas da semana, tenta-se proteger o jegue, pelo menos o rabo do jegue. E a estátua do “babau” volta a ser polêmica. Antes do churrasco prometido, artesãos correm para salvar o “inspetor”. Dizem que agora vai haver bolo de chocolate pelo atendimento tardio. Com certeza estar faltando à presença do Coronel Ludgero e sua trupe. Acho que ele não teria perdido o churrasco proposto e faria imediatamente sua exigência de “coroné”:

“Você disse que é brabo Nascimento
Você cortou o rabo do jumento
Eu não quero pagamento, Nascimento,
Quero é outro rabo no jumento”.     

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