domingo, 6 de janeiro de 2019

ALBERTINA: UMA BAIXA NA CULTURA SANTANENSE


ALBERTINA: UMA BAIXA NA CULTURA SANTANENSE
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de janeiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.033

NOTE: NOME, GRADEADOS, SÍMBOLO SOL NA PAREDE. (FOTO: LIVRO 230).
Distante da minha terra, Santana do Ipanema, leio a notícia sobre a minha amiga Albertina Agra. Péssima notícia de final e início de ano. Aos 93 anos de idade, enfrentou a passagem, após uma vida profícua, vitoriosa e nobre num exemplo profundo de cidadã consciente, intelectual e guerreira. Todos conheciam o lado da Albertina da Farmácia Vera Cruz, ao lado do seu ilustre irmão Alberto Nepomuceno Agra. Mas não são muitos os que tiveram o privilégio de conviver com a sua banda cultural e, particularmente, da dramaturgia forte que circulava em suas veias.
Surgiu o primeiro teatro de Santana na década de 20. O segundo, na década de 50 por Aderval Tenório, Albertina e grande elenco. Depois veio o terceiro teatro ainda com a presença de Albertina Agra. E somente em 1971, o quarto teatro foi fundado por mim e pela minha amiga. Chamava-se Teatro de Amadores Augusto Almeida em homenagem àquele que viera do Recife para orientar o segundo e talvez o terceiro teatro de amadores. O pedido do título foi de Albertina Agra e a ideia do símbolo Sol com a frase no centro: Equipe 16 foi minha, pois éramos de fato dezesseis componentes.
O teatro funcionava no auditório do antigo Ginásio Santana. Tivemos apoio do prefeito Henaldo Bulhões. A parte de madeira foi entregue a competência do marceneiro Antônio d’Arca. A parte elétrica por um senhor eletricista, chamado Pedro. Do teatro físico, restam os três gradeados de madeira que serviram de tapumes para a porta e duas janelas da parte superior. (Ver foto). Foram feitos e ali colocados pelo senhor Antônio d’Arca e pintados por mim.
Todo o registro histórico acha-se no livro ainda inédito: “O Boi, a Bota e Batina, história completa de Santana do Ipanema”, bem como dos quatro e únicos teatros, em detalhes, na página: A marcha do teatro santanense.
Foi nessa fase que convivi de perto com a intelectual, doce, determinada e iluminada, Albertina. A sua meiguice conquistava a todos e o seu intelecto aos sedentos pela cultura. Sua meiguice não a impedia de responder na hora aquilo que a desagradava. Fizemos uma parceria que rendeu dividendos para a nossa terra. Mas foi Deus quem me proporcionou essa amizade séria, respeitosa, admiradora e quase santa com Albertina, uma amiga de luxo e alta nobreza. Era viajada, intelectual e dona do seu nariz. Quem a chamou de “Dama do Teatro Santanense”, talvez por brincadeira, acertou em cheio.
O mínimo que se pode fazer para homenageá-la é perpetuar o seu nome em obra valorosa ligada ao Saber, como por exemplo, estendendo o nome da Casa da Cultura para Casa da Cultura Albertina Agra.
É pena “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”, não ter sido apresentado a minha querida amiga.
Albertina foi um presente divino para à terra de Santa Ana, a Capital do Sertão.






  


                                                                                                                  

  

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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

GALINHA-d'ANGOLA

GALINHA-d’ANGOLA
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de dezembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.032

(FOTO: ENCILOPÉDIA LIVRE).
Vamos encerrando o ano dissertando para o neto, a galinha-d’angola por ele perguntada. Trata-se de uma bela ave trazida da África Ocidental pelos colonizadores portugueses. Gosta de viver em bando e possui uma liderança que se identifica na hora da comida, pois vigia enquanto o bando come. Possui diversas e estranhas denominações pelo Brasil inteiro. No Sertão de Alagoas é conhecida como guiné (primeiramente), capote, tou fraco (devido ao som constante do seu canto) e galinha d’angola. É criada em sítios e fazendas nos terreiros e convivem muito bem com outras aves. É arisca, estressada, difícil de ser capturada (geralmente à noite) ou na base da espingarda. Suas ninhadas são feitas escondidas no mato. O bando põe coletivamente em um só ninho que pode apresentar até quarentas ovos. A ave põe em um lugar e vai cantar distante para despistar os predadores.
A carne de guiné é exótica e saborosa; o ovo é uma delícia e supera em muito o ovo de galinha. Outras denominações da ave, conforme a região: cocá, galinha-do-mato, faraona, pintada, picota, fraca, sacuê e cacuê. A galinha- d’angola (Numida meleagris) pertence à ordem dos Galliformes. Ainda existem outras denominações regionais, como galinha de pérolas. Em alguns lugares entram no rito religioso em homenagem a Oxum. Essas aves são rústicas e fáceis de criar. Botam os ovos em camadas e ainda cobertos por palhas ou outro material disponível. Existem nove subespécies.
  “As galinhas-d'angola não são boas mães, raramente entrando no choco. Fazem posturas conjuntas, com ninhadas de até quarenta ovos dispostos em camadas. Desta forma, somente os ovos de cima recebem o calor da ave e eclodem. São inquietas e arrastam os pintos para zonas húmidas, podendo comprometer a sobrevivência deles. Em criações em cativeiro, é recomendável recolher os ovos e colocá-los em incubadoras ou fazê-los chocar por uma galinha”.
Os guinés fazem a limpeza do ambiente contra escorpiões, baratas e insetos em geral. Modernamente para isto é utilizado.
E se você nunca degustou um guiné, um capote, um tou fraco, não sabe o que ainda continua perdendo.
(FELIZ ANO NOVO, MINHA COMADRE, MEU COMPADRE).


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