PROCURANDO GAMELA
Clerisvaldo
B. Chagas, 11 de junho de 2019
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 2.123
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GAMELA. (FOTO: MOZART MELO). |
Foi a danada da
gamela que me veio à cabeça para certa ornamentação. Mas aí a gente esbarra e pergunta aos mais
novos e aos mais velhos: você sabe o que é gamela? Será que ainda existe? Onde
encontrar? Dizem que sim, gamela ainda existe e pode ser encontrada na feira
livre de Santana e de todo o sertão. Mas, será que o leitor conhece a gamela
original. Gamela, vasilha de madeira de vários tamanhos, em forma de alguidar
ou quadrilonga para dar de comer aos porcos, para banhos, lavagens e outros
fins, diz o velho dicionário. A gamela também pode ser de barro, mas estamos no
referindo a de madeira. É feita artesanalmente da gameleira, árvore da família
das moráceas, do gênero Ficus muito usada para confecção de objetos domésticos.
A gamela é leve igual
ao mulungu, amarelada e bastante versátil. Antes do advento do plástico, era
muito usada para lavar os pés ou para conduzir comida aos porcos. Para outras
várias tarefas domésticas era indispensável, notadamente na cozinha. A rapidez
com que surgiram inúmeros objetos industrializados, fez com que a gamela quase
desaparecesse, como a bucha de lavar pratos, encontradas nas cercas de arame
farpado. Ê comadre, para não passar vergonha é melhor indagar. E por falar em gamela, gameleira, versos de
estrofes do saudoso cantador Jacinto Silva:
“O
gameleira
Se tu
fulorou
Manda
teu perfume
Para o
nosso amor...”.
Resolvi o caso da
ornamentação de outra maneira e nem procurei a gamela no aglomerado do lugar.
Pergunta-se também ainda se fabrica chapéu, abano e esteira de palha? E colher
de pau, pilão de tempero, grelha de arame? Assim, para o homem moderno e a
mulher atual, pesquisar nas feiras do sertão não deixa de ser uma aventura de
arqueologia. Em havendo procura haverá artesãos para todos os gostos, porque a
criatividade é coisa da natureza. Muitos objetos interessantes estão espalhados
pelas feiras de Pão de Açúcar, São José da Tapera, Palestina, Santana do Ipanema
e outras do sertão de Alagoas.
É prazeroso,
pesquisar nas feiras livres.
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