quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A MÃE DO ABACAXI


A MÃE DO ABACAXI
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de setembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.188

(FOTO: MERCADO/DIVULGAÇÃO).
As antigas bodegas, vendas, quiosques, foram substituídas pelas mercearias, armazéns, mercadinhos, supermercado e outras denominações pomposas. Com a antiga bodega, havia um relacionamento mais estreito entre o freguês e o dono. Vingava a cumplicidade do fiado, mesmo com aquelas famigeradas plaquetas de “fiado só amanhã”. Com o modernismo dos tempos atuais, as bodegas não foram totalmente extintas. Elas estão nos interiores e capitais resistindo com bravura. E assim como antigamente, sempre existem os clientes do fiado e os pagamentos semanais, quinzenais, baseados na confiança. Em qualquer lugar do Brasil, sempre se esquece de alguma coisa nas compras do Comércio, coisa que termina no complemento rápido da bodega.
A venda tem a sua gíria própria, as suas histórias, experiências e conhecimentos do comprador em busca do melhor produto. Cada cliente tem jeito peculiar de fazer as compras. Muitas coisas já se sabem e outras não. Foi assim que sem querer tomei conhecimento sobre uma particularidade do abacaxi. Para que ele esteja perfeito por dentro, não pode “chorar”. E abacaxi chorando, significa que ele estar escorrendo água do miolo. Não presta, está se diluindo e, segundo ouvi da boca de uma cliente: “está chorando para você não levá-lo”.
Na porta da bodega, a mulher puxando cachorro, teimava com o bodegueiro que o abacaxi estava chorando. O dono garantia que não e desafiava a senhora para abrir o produto. Ao passar pela porta da venda fui convidado pela mulher que me chamou: “Moço, faz favor. Olhe bem direitinho para esse abacaxi e me diga se ele não está chorando...”. Como eu não entendia dessas coisas e nem queria entrar em discussão alheia, deixei a mulher aborrecida ao desviar a conversa e escapulir:
“Minha senhora, eu nem sabia que a mãe do abacaxi havia morrido”.









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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

DEIXA BALANÇAR


DEIXA BALANÇAR
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de setembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.187
REI PELÉ. (FOTO: AGÊNCIA ALAGOAS)

A primavera também chega para a área desportiva. Assim, após várias batalhas e muitas expectativas, os principais clubes de Alagoas contemplaram a chegada da recompensa nos estádios. O Centro Sportivo Alagoano (CSA) viu os seus esforços recompensados ao deixar a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, série A. O Clube Regatas Brasil (CRB), conseguiu entrar no G4 da Série B. Não é que o alagoano esteja desejando quase o impossível que seria ser campeão das duas séries. Mas, se os dois times alagoanos se firmarem entre os vinte melhores do Brasil, é sim motivo de vaidade obtida com muito trabalho, confiança e persistência na luta entre os grandes. O azul e o vermelho podem representar o estado na Série A, em 2020.
Os pulos das torcidas, nas vibrações do Estádio Rei Pelé, fizeram com que as arquibancadas balançassem. Segundo os entendidos, elas foram feitas para o balanço, mesmo. Mas as multidões não estavam testando nada, apenas extrapolando a alegria contagiante das conquistas. Além do nome da capital alagoana (que está atualmente com um número exagerado de turistas), cresce a circulação do dinheiro em torno do Rei Pelé e imediações. A bebida, o churrasquinho, a pousada, o taxista e os inúmeros empregos diretos e indiretos movimentam o estado inteiro, além do incentivo ao esporte. E numa situação de crise quando ninguém sabe para onde vai o país, é bom assinalar uma fonte segura de geração de renda e empregos.
A rivalidade existe entre os times azul e o vermelho, mas se ambos estão representado o torrão lá fora, a torcida, quando coerente é a bem da terra. Os benefícios do esporte são inúmeros e sem conta, principalmente para a juventude sempre ameaçada pelo fantasma da droga. Investir no esporte é salvar vidas, além de um leque de retorno infindável e seguro. Sem dúvida, toda a rede esportiva do interior acompanha e procura participar desses acontecimentos.
O Rei Pelé balançou. 
Fez muito bem ter balançado.
Balança, Zé!
Deixa balançar.

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