segunda-feira, 2 de novembro de 2020

 

O CEASA DE SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.411







 

Quando o, então, prefeito Nenoí Pinto, disse que iria construir um Centro de Abastecimento Hortifrutigranjeiro em Santana do Ipanema, houve muita alegria e esperança de melhores dias. Foi desapropriada uma área de terra, próxima ao açude do Bode e as máquinas ainda chegaram a trabalhar naquele chão que já fornecera material para o açude e para a BR-316. Portanto um terreno que deixou de ser agricultável. Todavia, a obra parou de repente e o lixo logo tomou conta do local. Sobre a desistência de continuar os trabalhos, só o prefeito da época poderá dizer o motivo. As donas de casa engoliram seco e continuam abastecendo as suas respectivas cozinhas, chorando com o preço absurdo de feira livre e casas comerciais.

Houve-se muito a frase de que Santana do Ipanema é a melhor cidade do interior de Alagoas, para se viver, mas ela tem seu calcanhar de Aquiles há décadas: a carestia. Lembremos dos versos de um poeta sertanejo anônimo, da metade do século XX:

Maceió é pra negócio

Santana pra carestia

Mulher feia só no Poço

Ôi pelado n’Água Fria

Cachaceiro no Chicão

E ladrão na Maravia...

 

Portanto, continua a necessidade de um Centro de Abastecimento onde qualquer pessoa possa comprar em grosso por um preço razoável e abastecer sua casa e de familiares. Está aí uma sugestão de suma importância para os seis candidatos a prefeito de Santana.  Aliás, o Centro de Abastecimento não é só para a cidade, mas serviria à toda região do semiárido. Temos que avançar em diversos setores, principalmente para facilitar uma alimentação em conta, farta e saudável.

Quanto ao local, o que não falta nos presentes dias, são terrenos à venda por todas as periferias de Santana

Hoje, onde funcionaria o Centro, tem uma belíssima creche e um posto de Saúde.

Quando virá o nosso CEASA?

CEASA DE MACEIÓ (FOTO: bairros de Maceió.Net)

 

 


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domingo, 1 de novembro de 2020

 

 

CHUVAS DE OUTUBRO

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.410

Entramos no início da safra do caju e da manga que se estica até, aproximadamente, fevereiro. Com o litro de castanha vendido a 50,00 reais, as recomendações médicas ao produto viram coisa de rico.

Mês de outubro sempre foi o mês mais seco em nosso sertão alagoano, porém, no dia 27 último, aconteceu muita chuva no Sertão e Alto Sertão do nosso estado. Alegria e riqueza para o sertanejo que, logo no dia seguinte já estava com as ferramentas da roça para o planto de milho, fava, feijão-de-corda, melancia, abóbora e outros cultivares. A chuvarada veio beneficiar a safra da manga e do caju. Além disso, a chuva que veio acompanhada em alguns lugares, com raios e trovões, mostra a antecipação das trovoadas que beneficiam o semiárido com água no prolongamento da primavera/verão. Ajuda ao sertanejo a chegar ao próximo inverno com água nos barreiros e nas barragens, engordando o gado, melhorando a pastagem, duplicando a produção leiteira.

Com certeza teremos o nosso prato típico de volta com força: galinha de capoeira com feijão-de-corda e manteiga de garrafa.

Quando chove assim, de início sobressaem no comércio as casas de material agrícola, mas as outras se retraem com a diminuição da família rural na cidade durante à semana e em feira-livre. A família não pode perder tempo na cidade em troca da lida no campo. Porém, após a safra dos seus produtos, novamente o agropecuarista retorna ao comércio trazendo os familiares. Circula o real em todas as bibocas e as palestras puxam as bocas de orelha a orelha.

Deus pinta uma Natureza dinâmica desde os primeiros pingos de chuva. O boi, alegre cava o chão, o peixe dá lapadas no açude, O quero-quero faz festa pelas manhãs, o carão rodeia a lagoa e os sapos orquestram nos banhados. O chefe da casa corrige a biqueira, a velha da fazenda acende o cachimbo de coco catolé e o azulado da fumaça faz corrupio no oitão.

Quando as abelhas rasgam o espaço em busca das floradas, o escritor se irmana ao sertanejo e diz: “O paraíso voltou”.

CHUVA NO SERTÃO (FOTO: B. CHAGAS)

 

 


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