quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

 

SÃO SEBASTIÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de janeiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.450




”Sebastião nasceu na cidade de Narbona, na França em 256 d.C. Seu nome de origem grega, Sebastós significa divino, venerável. Foi criado em Milão na Itália, onde ele cresceu e estudou. Seguiu a carreira militar, do seu pai. Chegou a ser capitão da primeira guarda pretoriana. O imperador era Maximiano que não sabia que Sebastião era cristão e que não participava dos martírios, nem de idolatrias romanas, apesar de cumprir seus deveres militares. Visitava os presos e os ajudavam.

Ao tomar conhecimento de cristãos infiltrados no exército romano, Maximiano realizou uma caça a esses cristãos, expulsando-os do exército. Só os filhos de soldados ficaram obrigados a servirem o exército. E este era o caso do Capitão Sebastião. Para os outros jovens a escolha era livre. Denunciado por um soldado, o imperador se sentiu traído e mandou que Sebastião renunciasse à sua fé em Jesus Cristo. Sebastião se negou a fazer esta renúncia. Por isso, Maximiano mandou que ele fosse morto para servir de exemplo e desestímulo a outros. Maximiano, porém, ordenou que Sebastião tivesse uma morte cruenta diante de todos. Assim, os arqueiros receberam ordens para matarem-no a flechadas. Eles tiraram suas roupas, o amarraram num poste no estádio de Palatino e lançaram suas flechas sobre ele. Ferido, deixaram que ele sangrasse até morrer.

Irene, uma cristã devota, e um grupo de amigos, foram ao local e, surpresos, viram que Sebastião continuava vivo. Levaram-no dali e o esconderam na casa de Irene que cuidou de seus ferimentos.

Depois de curado, Sebastião continuou evangelizando e se apresentou ao imperador Maximiano, que não atendeu ao seu pedido. Sebastião insistia para que ele parasse de perseguir e matar os cristãos. Desta vez o imperador mandou que o açoitassem até morrer e depois fosse jogado numa fossa, para que nenhum cristão o encontrasse. Porém, após sua morte, São Sebastião apareceu a Lucina, uma cristã, e disse que ela encontraria o corpo dele pendurado num poço. Ele pediu para ser enterrado nas catacumbas junto dos apóstolos

Alguns autores acreditam que Sebastião foi enterrado no jardim da casa de Lucina, na Via Ápia, onde se encontra sua Basílica. Construíram, então, nas catacumbas, um templo, a Basílica de São Sebastião. O templo existe até hoje e recebe devotos e peregrinos do mundo todo.

Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. São Sebastião é celebrado no dia 20 de janeiro. Existe também uma capela em Palatino, com uma pintura que mostra Irene tratando das feridas de Sebastião. Irene também foi canonizada e sua festa é no dia 30 de março”.

No Sertão alagoano, São Sebastião é Padroeiro de vários lugares como Poço das Trincheiras, Monteirópolis e outras cidades, além do povoado santanense de Areias Brancas.

(Texto e foto extraído do site Cruz Terra Santa, Santos e ícones Católicos).

 

 

 


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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

 

A BALA DA BALADEIRA/SABIÁ E BACURAU

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de janeiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.448




          Dificilmente você encontrará em Santana do Ipanema uma pessoa que saiba quem foi Batista Accioly. Facilmente, entre os mais velhos, você encontrará quem diga que estudou na Escola Bacurau, no Bairro São Pedro. Ninguém sabe de nada, ninguém lembra de nada, pois a nossa história é só o presente.  Não existe a história de Santana nas escolas, muito embora essa tentativa infrutífera venha da nossa parte desde 2006 com o livro “O Boi a Bota e a Batina; história Completa de Santana do Ipanema”. Vamos relembrar aos mais velhos e surpreender os mais novos:

Entre os anos 1937 e 1938, foi construído um prédio modesto em Santana do Ipanema, com o intuito de escola para trabalhadores que não podiam frequentar suas instruções pelo dia. O prédio foi edificado no Bairro São Pedro, vizinho a modesta igrejinha do mesmo santo. Foi o primeiro estabelecimento escolar noturno da cidade. Recebeu o nome de Escola Batista Accioly, governador de Alagoas desde junho de 1915 e que veio a falecer em sua terra, Maragogi em 1938. Logo, logo, a Escola Batista Accioly, recebeu pelo povo o apelido de Bacurau por funcionar no turno noturno. Sua trajetória é uma história rica e à parte em minha terra. O prédio é cheio de janelas, bem ventilado e iluminado pela luz do Sol. Mas, a partir de aproximadamente 1960, ninguém na cidade sabia quem fora Batista Accioly, somente o Bacurau. Muitas pessoas ilustres passaram por ali. O edifício venceu períodos ociosos e períodos laboriosos.

Não está com tanto tempo assim, o nome Batista Accioly (que ninguém sabia mais quem fora) teve seu nome excluído e escrito na fachada: Biblioteca Municipal Profa. Adercina Limeira. Sua simples citação faz lembrar o professor Agilson, funcionário do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens – DNER – lecionando turmas grandes e particulares para o Admissão ao Ginásio, inclusive com este narrador como aluno.

Estive visitando o Bacurau e vi quatro ou cinco livros nas estantes praticamente vazias. Por que o costume da terra de apagar homenageados para colocar outros no lugar? Lembram também da Praça do Toco? Praça Emílio de Maia que recebeu o mesmo destino? A falta de conhecimento das autoridades sobre nossos valores históricos depreda mais o nosso patrimônio histórico do que os vândalos pichadores e ladrões de placas inaugurais.

Você já viu aquele tema usado pelos repentistas: “Voa sabiá/do galho da laranjeira/que a bala da baladeira vem zoando pelo ar...”

Já estou VOANDO.

ANTIGA ESCOLA BACURAU. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

 

 


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