segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

 

NOVO LIVRO NA PRAÇA

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de janeiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.453



 

Da ninhada de mais de duas dezenas de livros, nasce o caçula que será apresentado ao povo santanense. Trata-se do documentário da navegação em nosso rio com mais de duas décadas de atividade. A epopeia dos nossos heróis sertanejos, foi resgatada por nós e faz parte da grande história santanense, desconhecida das novas gerações de terra. Assim como resgatamos a história da “Igrejinha das Tocaias”, “Negros em Santana”, “Ipanema um Rio Macho”, “Barra do Ipanema, um Povoado Alagoano” e outros mais, apresentaremos à sociedade o único livro de Santana que fala e resgata a canoagem na Rainha do Sertão. O livro já saiu do prelo e está sendo entregue pela GrafMarques, Maceió, pronto para a publicação.

O documentário “Os Canoeiros do Ipanema”, não terá lançamento como estamos habituados, mas será entregue, principalmente, aos professores da cidade, escolas, bibliotecas, para que repassem para as gerações dos anos 70 em diante, esse episódio de heroísmo da nossa terra quando não havia pontes em nosso principal rio e riachos seus afluentes. “Os Canoeiros do Ipanema” – ricamente ilustrado – é um documentário com mais de vinte páginas e prefácio do escritor contista, Fábio Campos. Para quem pensa imediatamente no preço da obra, este não será maior do que o número de páginas, mas a preferência, como já foi dito, será para os mestres, as escolas e bibliotecas visando o repasse informativo do episódio para essa juventude que não tem ao seu dispor outras informações a respeito.

O preço será muito baixo para obra tão valiosa que nem compensa enviar pelos Correios com os custos maiores do que o preço do livro. Portanto os santanenses ausentes poderão encomendar para ser entregue a familiares em nossa cidade e eles darão um jeito de enviá-lo ao destino. Para professores, escola e bibliotecas, poderá haver patrocínio, caso isso aconteça restará uma pequena reserva para os demais segmentos da população.

Cidade sem história é cidade morta e os canoeiros foram gigantes bem vivos da nossa sociedade.

Comunicaremos com antecedência a data de entrega do trabalho na mão do povo. (20,00).

FOTO DE CAPA (B. CHAGAS).

 


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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

 

COISAS DO SERTÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de janeiro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.451




O clima da região de Maceió é tropical úmido e no calor deixe a pele oleosa, com dificuldade de evaporar. O clima do Sertão é tropical seco ou semiárido. No calor o suor evapora fácil. Na capital a chuva pára abruptamente como se tivesse sido cortada num só golpe. No Sertão a chuva vai parando aos poucos.

O sertanejo, principalmente do campo, tem um modo especial de falar sobre o tempo. Quando o céu está repleto de nuvens cinzas, ele diz: está bonito pra chover...”. Os mais experientes distinguem as coisas: “Não vai chover, isso é somente carregação...”. E de fato, o céu está bonito para chover mais não chove.

Muitos sertanejos ignoram as quatro estações do ano. Para eles, só existem duas estações: verão e inverno. O verão é marcado pela ação do Sol, o inverno, pelas ações das chuvas. A primavera não conta mesmo sendo amena em relação à temperatura. O outono surge como início de chuvas, portanto, classificado popularmente como inverno. A temperatura em pleno verão pode atingir até 39, 40 graus pelo dia e, à noite sofrer a chamada “amplitude térmica”, quando a temperatura declina, permitindo noites agradáveis e prazerosas.

Um pouco antes das chuvadas de verão, vários tipos de animais chamam atenção do sertanejo. Uma dessas maneiras de atrair a curiosidade é a chamada:” festa no céu”, como aconteceu na tarde de ontem: urubus em bando, sobrevoam em longos círculos repetitivos, distanciando-se aos poucos do ponto inicial da festa.  Dificilmente, nessas ocasiões, o céu não molha a terra até o dia seguinte.

Também não é raro no prelúdio das chuvas, as ventanias que provocam os redemoinhos, diversão de adultos e da meninada que grita insultando o vento: “Rapadura!” “Rapadura!”. Dizem que essas palavras fazem com que o vento furioso se dirija com seus redemoinhos para onde está sendo chamado.

Na situação de temperatura alta com chuvas abundantes e momentâneas, pode ocorrer o fenômeno do granizo, chamado por aqui de “chuva de pedras”.

Entretanto, o presente esperado mesmo pelo sertanejo, é a trovoada, chuvas abundantes de uma vez só, quase sempre acompanhada de raios apocalíticos e trovões terrificantes. Não fica um só cachorro na rua, galinha no terreiro e de nervosos sem mergulhar debaixo da cama.

TROVOADA IMINENTE OU CARREGAÇÃO? (FOTO: B. CHAGAS).


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