segunda-feira, 14 de junho de 2021

 

POÇO DOS HOMENS

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.554

 

Devido a pandemia não foi possível fazermos lançamentos relâmpagos do livro “Canoeiros do Ipanema”. Aguardamos melhores dias para sairmos com os Canoeiros às ruas, às aglomerações, palestrando juntos sobre essa fase da história santanense que estava completamente esquecida. Entretanto, para se adquirir rapidamente um exemplar os pontos de venda estão divididos em três lugares, em Santana do Ipanema: Espaço Cultural, livraria à Rua Nova; Hiper Mercado Nobre e Salão Gil Cabeleireira. A parte física da história é o poço do Juá, no rio Ipanema, onde os canoeiros transportavam pessoas e mercadorias para ambas as margens do rio, e escoavam a produção das inúmeras fabriquetas da época.  Entretanto, a fama de outro poço parecia não a acabar nunca. Trata-se do Poço dos Homens, localizado logo abaixo do poço do Juá.

Desde cedo ouvíamos falar que a primeira pessoa que morrera no poço dos Homens, fora um cidadão chamado Zé Belebebeu, também chamado Jabobeu. Assim o poço foi virando assassino profissional e até as últimas notícias, há bastante tempo, contava com cerca de vinte afogamentos mortais. Sempre se dizia por ali: “Cuidado que Jabobeu puxa nas suas pernas, para o fundo do poço, rapaz!”. E de vez em quando surgia a notícia de mais um afogamento no poço. Lembramos da notícia de um homem de apelido estranho que morrera em suas águas, chamado pelo povo de “Tinteiro”. Após o finado Tinteiro, os banhistas ficaram mais cautelosos, principalmente em relação à bebida, que provoca um torpor e o cabra morre dormindo nas águas.

A ponte sobre o Ipanema, em 1969, foi o grande impacto que tornou o poço dos Homens inviável. A ponte ficou a pouco metros do poço e o casario de ambas as margens se aproximaram mais do rio. Do, praticamente, nada surgiram os Bairros Domingos Acácio, Floresta e Rua Santa Quitéria que atualmente é chamada também de Bairro. A estrutura atual da margem direita do rio Ipanema, corresponde praticamente a um terço da cidade. Possui hospital, faculdades federais, hiper mercado e um comércio não tão profundo mais bastante movimentado. O poço dos Homens não tem mais volta, mas também continua lá, sem clientes. Existe a necessidade de outra ponte que ligue à Rua São Paulo ao alto das antigas olarias, rodagem Santana – Olho d’Água das Flores

O poço dos Homens não mata mais, porém, vez em quando pula da ponte ali pertinho, um suicida! Ave!

POÇO DOS HOMENS, ENTRE PEDRAS NA PARTE CENTRAL DA FOTO. (FOT. B. CHAGAS).

 

 

 

 

 


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domingo, 13 de junho de 2021

 

SANTO ANTONIO

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.553

 

 

Dia 13 é comemorado o Dia de Santo Antônio, conhecido como o Santo casamenteiro e padroeiro dos humildes, sendo um dos mais populares do Brasil e também o segundo com mais devotos no País. Santo com muita devoção, com muitos devotos no mundo todo. Aqui no Sertão alagoano, os três santos “nordestinos” sempre foram festejados com a grandeza do amor dos seus devotos. Todos os três santos tiveram grandeza nos seus festejos, entretanto o mais popular em termo de movimento, festas, fogueiras, danças, São João parecia ser o mais festejado, talvez pelo impacto do nome. As ruas de Santana do Ipanema ficavam completamente tomadas de fogueiras, bem assim em todas as cidades sertanejas.

Com o tempo, porém, pelo menos em nossa juventude, vimos aumentar gradativamente os festejos também a São Pedro e Santo Antônio. A devoção feminina a Santo Antônio está enraizada no folclore nordestino que se espalhou pelo País inteiro, principalmente quando se trata de arranjar casamento. Vimos muitas mães de família agradecendo ao Santo Casamenteiro, à felicidade de ter feito um bom matrimônio, após os pedidos nessa época do ano. As formas de pedidos de um marido a Santo Antônio, tem inúmeras fórmulas, cada qual mais curiosa de que as outras. Entretanto existe a forma normal do pedido baseado apenas na oração e na fé. Além disso, ainda tem vários tipos de adivinhações que são feitas na véspera. 

Tem experiências nas cinzas da fogueira, na bacia de rosto com água, com faca no tronco da bananeira e tantas outras que enriqueceram e enriquecem as tradições e as ideias de solteiras e casadas que procuram também melhorar o relacionamento. A respeito do assunto, ouvimos uma religiosa solteira dizer: “Eu mesmo não peço a Santo Antônio, pois Santo Antônio manda qualquer um”, e dizia abertamente o nome de outro santo a quem pedia marido. Dessa não sabíamos, morrendo e aprendendo como dizia Camões.

Feliz quem cultiva suas devoções e sempre está em sintonia com o Cosmo. Quer um bom marido, faça também a sua parte.

Com pandemia ou sem pandemia

Viva Santo Antônio!!!

SANTO ANTÔNIO (PINTEREST).


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