segunda-feira, 28 de junho de 2021

 

SECA BRABA

Clerisvaldo B, Chagas, 29 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.564

 

Em 1970 o sertão enfrentava uma das maiores secas já vistas por aqui. Era início de gestão do Dr. Henaldo Bulhões Barros, que recebeu esse impacto desolador. Lembramos que, mesmo nesse ano de seca braba, inúmeras carretas do Rio Grande do Sul e de outros estados, estacionavam lotadas de feijão, na Praça Manoel Rodrigues da Rocha. O vento soprava quente, caíam alguns grãos no calçamento, o que era avidamente catados por mulheres famintas, vítimas da rigorosa estiagem. As carretas vinham comprar feijão em Santana do Ipanema e Riacho Grande (Senador Rui Palmeira, os dois grandes produtores regionais. Mas como explicar tanto feijão em plena seca?

É que a década de 60 tivera uma sucessão de bons invernos até 1969 que parecia nunca ter existido seca alguma. A década estava tão boa que os criadores deixaram de plantar palma forrageira e passaram a plantar capim, muito mais ligeiro de corte. Foi a produção dessa década que assegurou o feijão estocado para a venda do ano 1970. Mesmo assim, o Dr. Henaldo Bulhões tratou de sinalizar e embelezar a cidade. O nosso teatro, fundado na época teve sua importante ajuda na estrutura física. Foi o Dr. Henaldo quem forneceu mão de obra de carpinteiro (Antônio d’Arca) e eletricista (José da COHAB) para montar a estrutura no auditório do Ginásio Santana. Comandado por Albertina Agra e Clerisvaldo B. Chagas, surgiu assim o 40 teatro de Santana do Ipanema, Teatro de Amadores Augusto Almeida, com 16 componentes, daí a equipe ter sido chamada Equipe XVI. Um sol muito bonito representava a luz da cultura na sociedade.

E vamos comparando as dificuldades da época com as facilidades administrativas de hoje, onde não faltam verbas para os diversos empreendimentos das gestões municipais. Porém, mesmo com o massacre da seca de 70, foi possível vermos a transformação da cidade, provando que não têm mais desculpas quando o gestor quer trabalhar. Foi assim que Santana passou a ter inúmeras placas indicativas aos lugares como museu, biblioteca, Câmara de Vereadores, saídas da cidade e ainda lixeiras distribuídas na posteação e campanha de limpeza.  Esperamos nunca mais termos que enfrentar seca braba, embora a estrutura da resistência esteja muito mais consolidada. Maravilha de mês de junho!

ASPECTO DA SECA NORDESINA (FOTO:  g1.globo.com).

 

 

 


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domingo, 27 de junho de 2021

 

SÃO PEDRO

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.563




 

Pedro completa a trilogia dos santos “nordestinos”: Santo Antônio, São João, São Pedro. Tem muito prestígio no semiárido onde recebe pedidos e agradecimentos todos os dias. Seu nome está presente em milhares de indivíduos no Brasil, em estabelecimentos comerciais, bairros, praças, sítios, fazendas e produtos da indústria.  Durante o mês de junho ganha prestígio dobrado do sertanejo religioso que implora e agradece pelas chuvas benfazejas. Conforme a cidade nordestina, um dos três santos se destaca mais do que os outros em seu festejo, contudo, ninguém vai medir o amor e a fé do indivíduo que tem o seu guia espiritual predileto. Todo o sertão alagoano encerra as comemorações juninas com a fogueira e as homenagens ao porteiro do céu.

“São Pedro nasceu na Betsaida, na Galileia. Filho de Jonas e irmão do apóstolo André, seu nome de nascimento era Simão (ou Simeão). Pedro era pescador e trabalhava com o irmão e o pai. Quando se encontrou com o Cristo, Pedro morava em Cafarnaum, com a família da sua mulher”.

Em Santana do Ipanema, São Pedro é nome de Bairro, nome de igreja, de praça e de rua. O Bairro São Pedro é tranquilo e sempre foi bom para moradia. É rico em história e, ultimamente ganhou reforma na sua praça e asfalto com ligação para o Comércio, direto para a BR-316 e para o subúrbio Maniçoba/Bebedouro. O famoso e tradicional ‘pãozinho de Santo Antônio”, é sempre distribuído na sua igreja (igreja de São Pedro).

Devido a pandemia, é proibida a festa em Alagoas, mas um ou outro desavisado manda foguete e bomba nos arredores da cidade. Vamos nos contentando apenas com as comidas típicas que estão vetadas ao consumo e, um forrozinho eletrônico no cantinho da casa. Agora que vai terminando o mês, intensifica-se a produção do milho, vendido na “rua” pelo preço das alturas de foguetes e balões. Viva São Pedro! Viva o porteiro do céu!!!

IGREJA DE SÃO PEDRO (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

 

 

 


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