segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 

AGOSTO NA BANQUELA

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de agosto de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.752


Diz o nosso povo sertanejo: “Mês miou, mês findou”. Traduzindo a expressão: mês meiou, mês findou, é que ao chegar à metade do mês, o tempo parece correr mais para chegar ao final. Assim atingimos o dia 15 de agosto, mês comprido danado, embora tenha apenas 31 dias. Como previmos ainda em julho, nosso sertão fez frio de lascar, pois as nossas noites com 20, 19 e 18 graus, fez os ossos dançarem por baixo dos lençóis. Não queremos comparar o tempo daqui com o do Sudeste, a nossa realidade é outra e quando a temperatura fica abaixo dos 25 graus já começa a diferença de um tempo normal no Sertão. Com muita chuva (embora mansa) a lavoura se perde pelos campos e, qualquer pedaço de pano velho que se tem em casa, imita casaco de frio sem querer.

Geralmente o dia 15 marca na prática o final de inverno por aqui, quando chuva e frio começam a arrefecer, caracterizando a frase usada pelos mais velhos: “São os últimos tamboeiros (tamoieiros) do inverno”, como dizia o meu sogro, poeta repentista Rafael Paraibano da Costa. E como têm expressões que somente o sertanejo as entendem, não adianta procurar sentidos.  O certo é que nos parece mesmo o final prático do inverno, pois após acontecer três ou quatro dias de Sol (surpresa!) volta o tempo a invernar com o retorno do encurralamento das pessoas em casa.  E se a lavoura, em parte, reclama do excesso de chuva e de frieza, a pecuária agradece com tanto pasto verde, até por cima dos lajeiros, para engordar rebanhos. Bois, carneiros e bodes berram de barriga cheia nas quebradas do Sertão.  

As chuvas na cidade, mesmo finas, companheiro (a) deixam as ruas desertas, param as obras municipais como fica na pausa a reforma da Praça São José, tangem taxistas para abrigos improvisados, Comércio funciona pela metade e o povo que trabalha em casa deixa de engordar passeios de transeuntes. Acena a “caninha” do boteco próximo ou o cafezinho quente de casa para ajudar na resistência à frieza. Assim caminha o mês de agosto. Entre chuva, frio e moleza, é preciso marchar adiante para aguardar a carruagem da próxima estação com seus cavalos de marfim e cargas douradas do envio sacro para a nossa vida.

Não sabemos da irmã, do pai ou do avô, mas a prima-vera já nos acena na próxima esquina.

Mantenha a fé, a fé e a fé.

CLERISVALDO B. CHAGAS EM LANÇAMENTO DE LIVRO (FOTO: ACERVO PESSOAL).

 

 

 

 

 


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domingo, 14 de agosto de 2022

 

CAÇANDO MILAGRES

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de agosto de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.751


Após a parada obrigatória da pandemia, voltamos a pesquisar na redondeza o tema para o livro: “100 Milagres Inéditos do Padre Cícero”. Pesquisar é coisa prazerosa desde que o assunto pesquisado seja de muito amor de quem pesquisa. Assim reiniciamos os nossos trabalhos do ponto onde a força da pandemia deixou suas reticências. O objetivo é distribuir o livro gratuitamente em dia de festa na Pedra do Padre Cícero, em Dois Riachos, onde acontece a maior romaria do “Santo Nordestino” em Alagoas. Claro que isso exige patrocínio e desde já ouviremos qualquer proposta neste sentido. São intensas as emoções das pessoas nos seus depoimentos que são anotados, transformados em textos com títulos específicos e até fotografia do devoto entrevistado.

A emoção de cada romeiro em seu depoimento, estimula o nosso trabalho, pois sentimos forças ocultas e extremamente agradáveis sobre as nossas cabeças. Assim, de perguntas em perguntas, de indicações em indicações, vamos fazendo visitas a essas pessoas laureadas pelas graças alcançadas do padre Cícero Romão Batista. Visitamos clínicas, feiras, igrejas, residências, pontos comerciais e até mesmo casas distantes da zona rural, onde a fé transborda em toda a sua plenitude.  Para nós é essencial a causa do pedido, a graça alcançada, a forma e o lugar da promessa paga, além de nome completo, apelido, idade, endereço, e situação do tempo da graça alcançada. Cada milagre também ganha uma numeração além do título, pela ordem das narrativas.

O livro não tem data para terminar. Calma e paciência. Caso um devoto queira contar alguma graça alcançada usando a Internet., escreva para nosso e-mail abaixo dessa crônica. Procedimento acima, acompanhado de foto. Na última sexta-feira estivemos percorrendo alguns lugares do Bairro São José, inclusive, a sua igreja que também foi alvo de pesquisa. Lá nos deparamos à tarde com um grupo de pessoas, homens e mulheres, rezando o Terço de Nossa Senhora, uma recepção e tanta!

O companheiro e parceiro literário, escritor Marcello Fausto que assim como nós é devoto do padre Cícero, está nos assessorando nesta importantíssima missão religiosa.

Viva a pátria e chova arroz!

INTERIOR DA IGREJA DE SÃO JOSÉ, SANTANA DO IPANEMA (FOTO: B. CHAGAS).

Clerisvaldodaschagas@gmail.com


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