segunda-feira, 19 de setembro de 2022

 

TRAIPU

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.770

 

 


Os três rios mais importantes do Sertão alagoano são: Traipu, Ipanema e Capiá, pela ordem: início de Sertão, médio Sertão e Alto Sertão.

“O rio Traipu nasce no extremo ocidental da serra do Gigante, a noroeste de Bom Conselho, em Pernambuco. Vem para o sul e é atravessado pela BR-316 junto à fazenda São Francisco, a oeste da serra do Gravatá, continuada pela da Brecha. Este rio marca, embora grosseiramente, no trecho inicial, o sertão e o agreste alagoanos, mesmo que uns poucos quilômetros abaixo entre em plena caatinga, pois o sertão e o agreste alagoanos interpenetram-se numa forma ondulante de avanços e recuos, dificultando uma determinação precisa de suas áreas.

Por se encontrar nas proximidades deste limite, apresenta um vale com certa umidade e, ao lado da dessegregação mecânica do seu leito rochoso, já se nota a influência de processos de decomposição química dos minerais menos resistentes a ação das águas. Mas é um rio sertanejo autêntico, mesmo com mais resíduos de água acumulada nas aluviões do vale.

A conquista das suas margens pela pecuária, com a palma da fazenda aludida vem explicar esta condição de umidade de seu vale.

Sua extensão fica em torno de 80 quilômetros e tem como afluentes da margem direita, os rios: Mares, Torta, Galinha e riacho do Sertão; Pela esquerda: Salgado, Campos, Tingui, Craíbas, Sal e Priaca.

Deságua junto à cidade de Traipu, recebendo a invasão do rio São Francisco, pela formação de alagado na sua parte baixa”.

(prof. Ivan Fernandes Limas -1965).

Aprecia-se melhor o rio Traipu, ao se passar pela BR-316, na entrada de acesso a Minador do Negrão. Ali, uma ponte proveniente da antiga estrada de rodagem foi descartada e substituída por uma nova para acompanhar a pista. A ponte descartada continua servindo a carro de boi, burros, cavalos e pedestres, ao lado da outra. De ambas as pontes se avista bem a calha do rio Traipu.

Também pela Al-220, Batalha – Arapiraca, a estrada corta o rio. O seu afluente riacho do sertão, ali abastece um dos maiores açudes de Alagoas: o açude de Jaramataia.

 

LEITO SECO DO RIO TRAIPU VISTO DA BR-316, EM 2016 (FOTO: B. CHAGAS/REPENSANDO A GEOGRAFIA DE ALAGOAS). INÉDITO.

 


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domingo, 18 de setembro de 2022

 

O ARTESÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.769

 

 Fiz uma nova visita de cortesia ao artista plástico Roninho Ribeiro. Sua oficina, localizada à avenida Castelo Branco, Bairro São José, estava repleta de peças encomendadas e à venda ocupando todos os recantos das prateleiras e do piso. Fiquei admirado com o volume produtivo do artesão que hoje tem preferência pela sucata, embora seja pintor chargista em tela e mexa com os mais diferentes tipos de matéria-prima. O mundo preferencial de Roninho é o Sertão Nordestino, assim como o meu mundo, porém, repleto de cangaceiros e tipos esquisitos que povoam a mente fértil do artista. Vizinho ao seu local de trabalho, está sendo construída há, alguns meses, o complexo da Praça São José, em reforma profunda, talvez isso seja um estímulo para tanta produção em benefício da Arte pelo escultor santanense.

Quase sempre Roninho estar viajando para expor seus trabalhos em inúmeras cidades de Alagoas. Piranhas e Maceió têm sido praças muitas vezes visitadas pelo artista, aproveitando cada evento relacionado à arte. RR é irmão de outra fera da arte, Roberval Ribeiro, hoje estabelecido com a Empresa ROBRAC, continua em pleno vigor esbanjando talento sob encomenda. Os estilos são diferentes entre os irmãos Ribeiro, o que proporciona muito mais opções para o belo mundo das incríveis transformações. Mas ainda na Oficina ou Atelier do Roninho, vejo as novidades entre as peças de cangaceiros, heróis, bandidos e tipos populares, são as      esculturas em madeira representando gamelas que atualmente são modas no ambiente de apartamentos.

Na esquina entre a CONHB e o conjunto São João, o alto da residência de Roninho deslumbra na paisagem possante da margem direita do rio. As barreiras paralelas ao Ipanema e o casario rumo ao Hospital e a serra da Remetedeira, parecem inspirar o dia a dia do artesão do cangaço. Interrompo o artista que não pode perder tempo, pois vai aperfeiçoando as peças de encomendas coestaduanas e a expectativa aguçada de novas visitas. Aproveito o ensejo e encomendo duas peças para futuro ex-votos. O artista abraça o desafio e eu desço a colina montado na esperança do seu manuseio.

Como é fácil para Roninho fazer um mundo de faz de conta!

Encontro nas obras da praça, personagem semelhante aos do atelier.

É a vida que imita a arte ou a arte que imita à vida?

ARTESÃO RONINHO RIBEIRO (FOTO: B. CHAGAS).

 


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