terça-feira, 27 de setembro de 2022

 

APRENDENDO

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.775






 

No Sertão, o costume de tradições centenárias é chamar os rios de ribeira.  A foz, independente do seu tipo, é denominada barra. Entretanto, o termo barra, é utilizado em todas as regiões do estado. É uma herança portuguesa, inclusive documentada nas famosas sesmarias e que se perpetua até os tempos presentes. Lembre-se do litoral: Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel... (barra do rio Santo Antônio, barra do rio São Miguel). A foz de um rio é o lugar onde o rio termina, onde despeja suas águas. Também é chamada de barra, desaguadouro e desembocadura. A foz pode ser em forma de delta, de estuário e mista. A forma delta é caracterizada por obstáculos que dificultam o pleno escoamento das águas. Exemplos: ilhas grandes ou pequenas, altas ou baixas. Na forma estuário, não existem obstáculos, as águas escoam livremente.  E na forma mista, são encontrados os dois modelos e cabe distingui-la.

Existe em nosso litoral uma forma generalizada de costas de rias. Isso acontece na vertente dos nossos rios que escorrem para o oceano Atlântico. Temos muitas costas baixas e o mar invade a foz do rio, até penetrando pela terra adentro. Também essas rias são chamadas de barras afogadas. Os nossos rios alagoanos que escorrem na zona da Mata, são da vertente do oceano, isto é, despejam no oceano atlântico. Já os rios do Sertão e do Agreste, pertencem a vertente do São Francisco. Assim como são formadas as lagunas nas costas baixas do litoral, também acontece a formação de lagoas ao longo do rio São Francisco. Essas lagoas são formadas pelas águas do “Velho Chico” que invadem as partes mais baixas (várzeas) dos terrenos das margens. Nem todos os municípios do São Francisco têm os terrenos rebaixados, isto quer dizer que não são todos que possuem lagoas. Elas são regionalmente famosas e de nomes interessantes.

As várzeas estão ou não ocupadas pelas águas do São Francisco, conforme as cheias do rio. Quando cheias, elas são excelentes lugares de pesca. Quando secas, abalizados lugares para

o criatório – pela sua pastagem fertilizada pela última cheia – e para produção de frutas como a chamada “manga Maria” de excelente qualidade.

Muitos rios famosos do Sertão desembocam nas imediações de Piranhas, Pão De Açúcar, Belo Monte e Traipu. Outros, no município de Delmiro Gouveia. Rios do sertão: Traipu, Ipanema, Capiá, Moxotó, (rio de fronteira), Farias, Riacho Grande, Desumano, Jacaré e outros mais.

Esperamos que tenha gostado da revisão de hoje.

LAGUNA PARANÁ, SECANDO, EM TRAIPU – RIO CAPIÁ, CHEIO, EM OURO BRANCO: FOTOS: “REPENSANDO À GEOGRAFIA DE ALAGOAS). AINDA INÉDITO.


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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

 

ESTOU SEGUINDO JUAREZ

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.774


Estou gostando muito da novidade da Internet, vídeo de Juarez Jácome, mostrando a vida do sertanejo nordestino em toda a sua plenitude. O cenário escolhido é o próprio sítio rural com sua residência de taipa e os arredores típicos do sertão. O sertanejo do rio Grande do Norte foi muito feliz em querer mostrar todos os detalhes da sua vivência rural. Hábitos, costumes, flora, fauna, o dia a dia do sertanejo morador em casa de taipa. Acompanho passo a passo cada episódio novo e admiro tudo, começando pela qualidade dos seus vídeos, cenários e a realidade misturada um pouco com as fantasias das piadas e às vezes, os exageros de Mauro que faz o papel de pinguço.

Mas nessa sequência de tantos vídeos, três coisas me chamaram atenção, pois vivi muito em área rural, mas alguns costumes me escaparam, principalmente porque não convivi com a casa de taipa. Primeiro foi a forma de varrer a moradia. O chão batido da casa primeiramente é aguado para se varrer, evitando a poeira vermelha do piso de argila. Segundo, o dever de se colocar areia no caco de barro de fazer pipoca para misturá-la ao milho e proceder normalmente como em todos os lugares até que o milho torrado vire pipoca. A areia quente não se mistura à pipoca e esta fica bel alvinha e apetitosa. Terceiro, o hábito da vizinhança em tomar coisas emprestadas, arroz, óleo, feijão, fósforo, farinha e muito mais, quando falta o produto na sua própria casa, entre uma compra e outra na viagem à cidade. Toma-se emprestado até que o credor vai a cidade para novas compras e paga o emprestado.

As terras vermelhas, os galináceos soltos e se alimentando no terreiro, as palhas como telhado da latada, o fogão de barro, à lenha fumarando, roças verdejantes e trabalhadas, tipos esquisitos, o cabaré de Geruza por perto, para as presepadas de Mauro e pontos típicos apresentados, enchem à vista e desperta a saudade imensa do Sertão rural.

Juárez Jácome, você nem precisa agradecer ao povo, o povo é quem deve se mostrar grato diante da riqueza variada das suas apresentações, mostrando todos os detalhes do Brasil roceiro. Ao terminar esses escritos, irei apressado para o celular procurar se tem novidades nos episódios do Juarez Jácome.

Deus abençoe sua vida com o bom tempero nordestino.

JUAREZ JÁCOME (IMAGEM DIVULGAÇÃO).


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