segunda-feira, 1 de maio de 2023

 

DIA DA CAATINGA

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de maio de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.876


 

Sim que é melhor lembrar do nosso bioma de que esquecê-lo totalmente. Para isso tem esse tal Dia da Caatinga, quando o nosso bioma está quase totalmente devastado. Viajar pela caatinga é contemplar quase totalmente paisagens abertas, pastagens, roças, terras degradadas e raramente pedaços de matas nativas, principalmente em regiões planas. Podemos dizer que essa devastação dos nossos vegetais primeiros, também fez desaparecer inúmeras espécies animais que hoje só se vê em fotografias. Vivemos sempre correndo atrás, característica do brasileiro, pois bem fala o ditado do povo: “brasileiro só se previne depois de roubado”. Portanto, dia da Caatinga é um reconhecimento tardio. (Estou mentindo Terta?Chico Anysio).

E se o despertar de particulares e autoridades pude alavancar a salvação do bioma, seja bem vindo esse despertar. Remediar sempre sai mais caro do que prevenir, mas fazer o quê? Não adianta “chorar o leite derramado”. Recuperar terras degradas, reflorestar com árvores nativas, conservar mananciais e muitas outras coisas que o homem já sabe fazer, poderá sim salvar os 50% de caatinga que ainda resta. Repovoar de vegetais é bem mais fácil do que se imagina, porém, fazer retornar espécies extintas ou desaparecidas, da área, é muito mais difícil para os mortais estudiosos. Quem vai no devolver a onça-pintada, a onça-de-bode, o veado galheiro, o lobo guará, a ema, o gato-do-mato, o tamanduá... Entre tantos outros animais vergonhosamente desaparecidos?

Além dos estados nordestinos, o norte de Minas Gerais também faz parte do semiárido. A região é muito grande e não se tem notícias do bioma sem as consequências de intenso desmatamento. Inclusive, houve época em que um banco do próprio governo financiava o desmatamento para plantio, o que nem sempre ocorria, pois o cidadão desviava o dinheiro para outras funções. Temos um exemplo claro do serrote do Cruzeiro em Santana do Ipanema. De uma vegetação nativa e com árvores de porte onde a cigarra cantava sempre, passou a um morro pelado que levou 35 anos para nascer nova vegetação e de capoeira, sem árvore nenhuma. Nunca viu um pé de eucalipto da proposta apresentada ao banco. O crime ambiental aconteceu na década de 60, seguido de outros semelhantes no bioma caatinga.

O que fazer? Dizem que enquanto há vida, há esperança, embora... Embora...

ASPECTO DE CAATINGA (FOTO: B. CHAGAS)

 


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domingo, 30 de abril de 2023

 

O PARQUE CHEGOU

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de maio de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.875

 

Mais uma edição da festa do pai de Jesus ocorreu semana passada no Bairro São José. Os festejos iniciaram na quinta-feira e tem seu encerramento, hoje, com procissão solene. Os festejos a São José estão submetidos à paróquia de São Cristóvão, cuja sede está localizada no Bairro Camoxinga. Encontros, missas e foguetórios marcaram esses dias de animação no humilde Bairro São José que desta feita apresentou novidade nas imediações da sua igreja. É que na outra esquina da quadra, havia sido inaugurada uma praça moderna que substituiu a antiga e abandonada Praça das Artes. A praça fica vizinha ao Posto de Saúde do bairro e que agora se completam com essas duas obras úteis e coletivas. Uma cuida da saúde e a outra diverte.

O pequeno parque de diversões sempre presente quando acontece a comemoração. Ocupa a avenida principal, a Avenida Castelo Branco, e que ladeia a extensa murada da repartição Corpo de Bombeiros. É certo que causa um certo transtorno no trânsito, porém, os veículos procuram driblar pelas ruas estreitas da chamada CONHAB VELHA e vencem os obstáculos. Estava ali a roda-gigante, o carrossel e outros aparatos que alegram a criançada e até mesmo adultos que disfarçam o prazer da brincadeira com os meninos no colo. É aquela festa pequena e típica do interior e que funciona como um bálsamo das agruras diárias. O ânimo da população sertaneja se complementa com as previsões do início dos tempos chuvosos ainda para este mês.

Ouvimos por esses dias o som do que o povo chama de zabumba, aquele pequeno e tradicional conjunto que sempre tocava em novenas, principalmente na zona rural. Pífano, caixa e zabumba também chamados de terno de “zabumba” e “terno de pife”. Como o som foi pelo dia e um pouco distante ficamos sem a certeza de que o conjunto musical estava atuando na festa de São José. Agora mesmo, fazendo essa crônica, levamos um susto medonho quando os foguetes espoucaram de repente nessas 18 horas do domingo, 30.  De qualquer maneira, abril vai encerrando por aqui com animação, cânticos, missas e foguetório de louvação às coisas divinas. Em tempos de guerra, então, demonstram verdadeiras bênçãos para quem está distante do furdunço.

PARCIAL DO PARQUE NA FESTA DE SÃO JOSÉ (FOTO: B. CHAGAS)

 

 


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