quinta-feira, 1 de junho de 2023

 

HOMENS SÁBIOS

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica; 2897

 



A Geografia como a conhecemos hoje, teve como base a sabedoria de homens que viveram na antiguidade. Árabes, egípcios, romanos, gregos, chineses..., mas os gregos foram os que mais se destacaram. Vejamos recordando nomes que você talvez tenha visto no seu colégio: Heródoto, Hipócrates, Erastóstenes, Hiparco e Ptolomeu

Heródoto – 484 a.C., muito contribuiu para a Geografia e para a História. Pelas suas observações em viagens, foram produzidos e corrigidos mapas. Para ele o mundo era dividido em quatro partes: Europa, Ásia, Líbia e Delta do Nilo.

Hipócrates – 460 a.C., “O Pai da Medicina”, considerado, também contribuiu para conhecimentos geográficos. Estudou a influência do ambiente sobre os homens. Essa teoria perdurou até a Geografia do século XIX como determinismo geográfico.

Erastóstenes – 275 a.C., Além de muitos outros estudos, produziu o primeiro mapa com coordenadas geográficas. Entre outras coisas, calculou a circunferência da terra. Criou o termo “Geografia”.

(faz lembrar o meu saudoso professor de Matemática ginasiano, Genival Copinho, ensinando o Crivo de Erastóstenes).

Hiparco – 146 a.C., O maior astrônomo da Antiguidade. Inventor do astrolábio, instrumento que localizava as embarcações através das posições dos astros, inclusive, dava para marcar latitudes e longitudes. O astrolábio foi usado durante muitos séculos depois.

Ptolomeu 100 a.C., escreveu uma obra chamada Geografia, composta por oito volumes. Ali estavam conhecimentos geográficos de maior antiguidade, inclusive, latitudes e longitudes de lugares importantes da época.

A Geo foi sendo aperfeiçoada com o tempo, inclusive com os seus princípios como Ciência, por estudiosos franceses do século XIX.

No Brasil tivemos grandes mestres que se destacaram como: Milton Santos, Josué de Castro, Aziz Ab’ Saber (meu predileto), Carlos Minc, Manoel Maurício de Albuquerque e Agnello Bittencourt.

Amar a Geografia é possuir uma ótima noção do mundo em que vivemos. E sem sair de casa.

UMA PAISAGEM DO MUNDO: SERRA DA CAIÇARA, ENTRE POÇO DAS TRINCHEIRAS E MARAVILHA (FOTO: LIVRO INÉDITO REPENSANDO A GEOGRAFIA DE ALAGOAS/B. CHAGAS).

 

 

 

 

 


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quarta-feira, 31 de maio de 2023

 

OS SE DO SERTÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de junho de 2023

Escritor símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.896


 

Se o galo cantar fora de hora, é moça fugindo de casa. Se a sombra do sol estiver abaixo da barriga do cavalo, é meio-dia. Se o jumento ornejar, é hora redonda. Se a acauã cantar, vem tempo seco. Se o Vem-Vem cantar perto de casa, vai chegar à pessoa do seu pensamento. Se a ema gemer e a seriema cantar, coisa ruim vai acontecer. Se a coruja rasga-mortalha passar rasgando, vai morrer pessoa conhecida. Se a rãzinha rapa-rapa cantar rapando, vai chover em 24 horas. Se o João-de-barro fizer a porta da casa contrária ao vento, vai chegar muita chuva. Se a garrincha fizer ninho na sua biqueira, é sinal de casa abençoada.  Se a neblina estiver nas baixadas, o tempo será seco. Se o boi estiver cavando o chão, a chuva está próxima. Se formigas se arrancham nas baixadas, vem tempo seco.

Ora, muita gente fala em superstição. Mas se um fato é sempre repetido, como pode ser superstição? Poderiam argumentar: “Quando a ciência comprova o fato não é mais superstição. Beleza! Nesse caso pode se afirmar com mais segurança ainda o acontecimento. Aí se diz: “O povo estava certo”. Mas quando a ciência não estuda o caso e se estuda não sabe dar explicações... Continua o fato sendo superstição, invenção do povo? E onde fica a experimentação popular, a experiencia? Então um milagre acontecido e que a ciência não consegue explicar, é superstição? Os mistérios da Natureza somente são mistérios para os que não conseguem compreender nem estudar esses tais mistérios. Será que Deus só proporcionou sabedoria aos homens da ciência e a mais nenhuma outra pessoa?

E ainda tem os ditados populares que se perdem em quantidade. Muitos trazem uma sentença antecipada. E vários deles tanto foram aproveitados no romance “Curral Novo”, de Adalberon Cavalcanti Lins quanto nos meus: “Ribeira do Panema”, “Defunto Perfumado”. “Deuses de Mandacaru”, “Fazenda Lajeado” e “Papo-Amarelo”, todos do ciclo do cangaço. Vejamos alguns: Parente é carne nos dentes; filhos criados, cuidados dobrados; quando Deus tira os dentes enlarguece a goela; quem dá valor a “cachorro” fica com o rabo na mão; homem que jura, mulher que não jura e cavalo pedrês, desconfiar dos três; Boa romaria faz quem em casa jaz. Formiga quando quer se perder cria asa.

Ainda é pouco para se meditar muito.

SERTÃO, TERRA DA FILOSOFIA POPULAR (FOTO: B. CHAGAS).

 


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