segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

 

FREI DAMIÃO, PRESENTE

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de fevereiro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.009

 



Após a passagem do primeiro santo do Nordeste, padre Cícero Romão Batista, em 1930, a nação nordestina apegou-se ao segundo santo, Frei Damião, de Bozzano. Mas a dor veio do mesmo jeito em 1997, quando da passagem do Frei.

O Nordeste aguardava, mas não resistiu a dor do falecimento de Frei Damião de Bozzano. O Santo do Nordeste vinha doente, passando quase um mês internado no Hospital Português, do Recife, por grave problema de insuficiência respiratória. O Frei italiano nascera em 5.11.1898, em Bozzano e falecera aos 99 anos de idade, em 31.05.1997.

Com a morte de Frei Damião, o presidente da república, então, Fernando Collor de Mélo, decretou luto oficial por três dias. O féretro ficou à visitação pública, durante também três dias na Basílica de Nossa Senhora da Penha dos Frades Capuchinhos, em Recife.

O sepultamento ocorreu na capela dedicada à Nossa Senhora das Graças, no Bairro do Pina, na capital pernambucana.

Santana do Ipanema chorou a morte de Frei Damião e o homenageia com uma modesta pracinha que leva seu nome e sua imagem de corpo inteiro em redoma de vidro. O local fica na confluência das Ruas Manoel Medeiros de Aquino, Delmiro Gouveia e Maria Gaia no Bairro Camoxinga. Ultimamente não existe mais a redoma de vidro e a imagem está em pedestal mais baixo do que o original, ao alcance de todos.

Informações compiladas com alterações do livro O BOI, A BOTA E A BATINA; HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA que será lançado no próximo mês de março em Maceió e em Santana.

Mesmo invisíveis aos encarnados, os dois santos nordestinos não deixam de trabalhar pelos que apelam para suas intervenções sobre os males terrenos.

Em Canafístula Frei Damião, as romarias parecem sem fim, bem como as romarias à Pedra do Padre Cícero, na cidade sertaneja de Dois Riachos.  E no Juazeiro do Norte, nem se fala, de multidões e multidões que chegam à cidade vindas de todas as partes de País.

A região de Alagoas é que, por certo, envia mais devotos aos principais eventos anuais ao Cariri.

 

Frei Damião continua servindo, padre Cícero nunca parou de servir.

IMAGEM DE FREI DAMIÃO (FOTO: MARLENE COSTA/LIVRO O BOI, A BOTA E A BATINA...)

 


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domingo, 4 de fevereiro de 2024

 

OS CARNAVAIS DOS ANOS 60

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de fevereiro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.009



No sábado saía o Zé Pereira. E nos três dias seguintes, o procedimento era praticamente igual. Pela manhã, desfilavam blocos nas ruas e avenidas. Uns mais famosos, outros não. Esses blocos compostos de somente homens, somente mulheres e raramente mistos seguiam nas ruas até aproximadamente uma hora da tarde. Entravam na casa de políticos e de outras pessoas influentes onde bebiam e comiam. Sempre puxados por um pequeno grupo musical com sanfona, violão, pandeiro e coisas assim. À tarde, lá para as quatro horas, havia frevo no comércio com pessoas da mesma orquestra que tocariam à noite no clube. Nesse frevo pulavam adolescentes, adultos e até crianças e tinha uma duração aproximada de duas horas. Enquanto isso, outras pessoas faziam o corso, isto é, passeavam em jipes e outros carros pelas ruas. Havia frevo à tarde também no Tênis Clube Santanense.

À noite, Carnaval era no Tênis Clube Santanense e na Sede dos Artistas.

O bloco tradicional e o mais aguardado era o do Urso Preto, porém, outros blocos também atraiam foliões como o dos Cangaceiros, fundado pelo saudoso Luís Fumeiro. Os caretas andavam em bando, arrulhando, estalando relho com ponteira, dando carreira em menino. Ainda alcançamos blocos antigos da era de vinte que se perpetuavam como “As Negras da Costa”.  Homens pintados de preto de carvão, vestidos de baianas... Como o conhecido Zé Urbano e Filemon e o bloco do “Bacalhau”, com o deputado Siloé Tavares. Quanto a foliões individuais, havia o ex-prefeito, comerciante e fazendeiro Firmino Falcão Filho, o Seu Nozinho, que, com apenas uma máscara, perambulava sozinho, rua acima rua abaixo; e o professor Reginaldo, seu sobrinho, que inventava uma porção de presepadas.

Tem várias histórias humorísticas dentro dos carnavais de Santana Anos 60, como a dor de barriga do Urso Preto e outra em que um cabra ameaçou estuprar o Urso. Muitos homens conhecidos como sérios, caiam na folia que só um adolescente.

 

 

 

 

 

 


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