domingo, 5 de maio de 2024

 

ESTAR BONITO E ESTÁ RUSSO

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de maio de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.040

 



Aproveitando a tarde fastidiosa do último sábado fui resolver negócio no centro do Bairro São José. A festa do humilde trabalhador esposo de Maria, já havia terminado e apenas várias peças de um parque de diversões permanecia interditando a Avenida principal – um erro que se repete sempre causando transtorno aos transeuntes – O foguetório que animava a festa também estava silencioso e pude apreciar com mais tranquilidade os montes da Zona Sul que circundam Santana. Vistos da chã do Bairro São José, fez gosto em apreciar o verdume das colinas, dos serrotes e das serras que na cidade representam a situação rural.  E no meio daquele bonito verde, consequências das últimas chuvas de verão e início de   outono, deu para enxergar parte superior das obras do santuário que está sendo construído no topo da serra Aguda.

A imagem à Senhora Santa Ana, será a maior imagem sacra do planeta e o santuário aos seus pés será obra de primeiro mundo. Ora, se da chã do Bairro São José será visível, imagine a imagem vista do entorno do hospital regional da Cajarana, um dos melhores mirantes artificiais da cidade e bem próximo à serra Aguda. Mas, por outro lado também fomos à Ponte do Padre, para uma olhada ao Largo do Juá, trecho mais largo do rio Ipanema onde prestavam serviços os antigos canoeiros. Água nova havia chegado, porém, não o suficiente para remover o tapete de plantas aquática que se formou por causa da poluição. E mais abaixo, o poço dos Homens se encontrava nas mesmas condições do poço do Juá.

Assim, amiga e amigo, o que passa de bom na serra, passa de ruim no rio Ipanema seco. O Dia do Rio Ipanema, oficialmente falando, ainda não conquistou o respeito e a seriedade dos escalões mandatários do estado. Quanto custa um mutirão de limpeza no trecho urbano do rio, Barragem/Bebedouro? Ingratidão ao pai do filho desnaturado! Ingratidão do santanense ao acidente geográfico que ajudou a povoar o Sertão e fez nascer com toda pujança o núcleo habitacional de senhora Santa Ana! Mas bem diz o ditado: “Pão dormido é esquecido”.

Mas quem sabe! Um dia aparecerá um filho da Natureza, um verdadeiro filho de Deus, cuja missão divina ganhará troféu aqui e de onde foi enviado!

IGREJA DE SÃO JOSÉ, FUNDADA 1993. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230)

 

 

 

 


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quinta-feira, 2 de maio de 2024

 

JARAMATAIA E O AÇUDÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de maio de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 039

 



Não há dúvidas em que a maior atração da cidade de Jaramataia é o seu enorme açude. Aliás, o açude de Jaramataia é considerado o maior do Sertão Alagoano e se estende da cidade ao povoado São Pedro em cerca de cinco quilômetros. Foi construído pelo DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – na década de 60. Esse cartão postal do povo jaramataiense, é formado pelo riacho do Sertão, afluente do famoso rio Traipu que é um dos grandes afluentes do rio São Francisco. Vale salientar que a cidade de Jaramataia é a porta de saída do sertão para quem vai para Arapiraca e a primeira retornando ao semiárido O açude foi construído para minorar os períodos de seca com abastecimento para humanos e animais daquela região.

Apesar do tempo construído, o açude continua prestando relevantes serviços à população da cidade e do seu entorno com irrigação, como bebedouro e lugar de criação de peixes, que até já possui uma colônia de pescadores. Ali se pesca corvina, piaba, xira, piau e tilápia, proteína animal que auxilia no cardápio cotidiano. A cidade também lucra nas visitas turísticas que procuram o açude como atração sertaneja. Afinal, são mais de 19 milhões de metros cúbicos de água. Mas têm razão as autoridades em inspecionar as condições de manutenção e segurança da obra seguindo o ditado do povo: “É melhor prevenir do que remediar”. Bastam as tragédias em reservatório de água que pipocam por esse Brasil inteiro, sobressaindo obras de mineração em Minas Gerias.

Enquanto isso, o Açude do Bode, formado pelo riacho do Bode em Santana do Ipanema, continua praticamente sem serventia. Também foi construído pelo DNOCS na década de 50 e nunca tivemos uma notícia de associação de pescadores, de limpeza, de manutenção. Apesar de ser um agradabilíssimo ponto turístico, é como se não existisse. Não é extenso como o de Jaramataia, indo em torno de 1 quilômetro. A última vez que estivemos por ali, a grama do paredão que evita as erosões, era quase uma floresta que deu trabalho encontrarmos alguma brecha para uma foto do espelho d’água. Após a construção pelo DNOCS, ali foram colocados alevinos do cará-zebu, mas hoje nem sabemos de nada, porque nem sequer notícias você tem do açude do Bode. Afastado da cidade em torno de 2 Km, o citado açude está ameaçado pela expansão do Bairro Lagoa do Junco. Dizem que “C. de bêbedo não tem dono.

 AÇUDE DO BODE (FOTO: B. CHAGAS – Livro 230).

 

 

 

 

 

 

 

 


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