quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

CONSCIENTIZAÇÃO

CONSCIENTIZAÇÃO
(Clerisvaldo B. Chagas. 17.12.2009)

Iniciando devagar igualmente às nascentes de um rio, foi surgindo à consciência ecológica no mundo. Pequenos movimentos ilhas começavam a ocupar minúsculos espaços nos jornais. Outras fontes de resistência foram aparecendo e como os pequenos afluentes, foram engrossando o todo que desembocou nas grandes reuniões de cientistas. Daí em diante foi como uma explosão que atingiu em cheio a sensibilidade ecológica adormecida. Os constantes alertas sobre uma hecatombe climática no planeta não está deixando mais ninguém quieto. Todos os meios sociais falam do assunto, principalmente nas escolas do governo e particulares. Ninguém quer ficar fora dessa onda boa para salvar o mundo em que vivemos.
Agora temos a “Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas” na Dinamarca. Estão ali, além de representantes do mundo inteiro, várias ONGS, ativistas, jornalistas, pesquisadores e inúmeros curiosos vindos de todos os recantos do planeta. Mesmo sendo um país organizado, a emoção toma conta da desordem formada por uma multidão. De qualquer maneira, chegando ou não a um grande acordo, passos importantíssimos para a humanidade já foram dados. É a ocasião, inclusive, de muita gente aparecer, do famoso ao anônimo. Confusões, brigas, zoadas e cassetetes, mas com objetivos. Após essa conferência, seja como for, o mundo não será mais o mesmo.
A Dinamarca, cuja capital é Copenhague, está situada no Norte da Europa, na península da Jutlândia, banhada pelos mares Báltico e Norte. Faz parte de uma monarquia constitucional com sistema parlamentar de governo. É membro da União Européia desde 1973 e da OTAN, da qual também é fundadora. A Dinamarca pratica o governo do estado do bem-estar social. É considerado o “país mais feliz e o mais pacífico do mundo, bem assim como o menos corrupto entre as nações”. São eficientes os sistemas de Educação e Saúde. Aliás, os países nórdicos da Europa são ricos e de vanguarda.
Deixando Copenhague e se voltando para o Sertão de Alagoas, infelizmente as providências estão chegando quase tarde demais. Em alguns lugares, tarde mesmo. A caatinga original está praticamente fora do mapa. O desmatamento acelerado movido pela ignorância, aliado a omissão dos órgãos governamentais, deixou o bioma em situação caótica. Mesmo que haja um grande movimento de recuperação da caatinga, tudo indica, não escaparemos da catastrófica desertificação. Como já falamos dezenas de vezes, nós sertanejos somos os últimos a receber as novidades do progresso. Em Alagoas ─ continuamos a afirmar ─ os benefícios somem antes de descer a ladeira de Satuba rumo ao Sertão. Sempre foi assim. Não sabemos se sempre será.
Copenhague está distante. Nosso Sertão muito presente; sem onça, sem tamanduá, sem peba... Sem tatu. A bicharada foi extinta pelo desmatamento. Torcemos para que os gritos lançados na Dinamarca alcancem o Nordeste, Alagoas, o Sertão velho abandonado à própria sorte. CONSCIENTIZAÇÃO.

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