MACEIÓ/SANTANA
Clerisvaldo B.Chagas, 12 de julho de 2011
Vamos chegando perto dos meados de julho, o mês que mais chove em nosso inverno alagoano. Mas agora aparece uma chuva entrecortada, confirmando esse modo particular de ser, o clima de Maceió. Usando a expressão sertaneja, o tempo fica bonito para chover, bem que o céu escurece, mandando cada um se prevenir, vem que o maceioense chama de toró. E quando se pensa que o dia será todo sem trégua, o toró vai embora. Bate o estio e assim vai se formando um inverno quebrado, costumeiro da “cidade sorriso”. De vez em quando uma rara friezinha ameaça ficar, mas logo arriba. Quando bate a chuva forte, continuam sofrendo os passageiros de ônibus nos abrigos improvisados, pequenos, sem amparos laterais, verdadeiras toldas de vender bananas. Os motoristas prosseguem imprudentes. Provocam prejuízos. Logo ali perto duas batidas. Uma em cima da outra. O motoqueiro fica estendido no pretume molhado do asfalto. Os gritos de todos os lados nada resolvem. Um policial que vai passando telefona para SAMU. Forma-se imediatamente fila quilométrica, quando os não educados buzinam em vão. Sirenes alarmam e, a vítima é levada, só aí a multidão se dispersa. Mal a fila roda, novo acidente repete a cena anterior.
Vem à mente as festas de Santana do Ipanema. Quem é do interior, na capital é pássaro cativo. Época de início da festa da padroeira e da desmembrada festa da juventude. E por falar em festa da juventude, esse ano não haverá cavalo de pau, atração máxima dos jovens que chegam aquele núcleo. A cidade fica pequena para receber tantos visitantes que honram a “Rainha do Sertão”. Entretanto a força da ordem ainda está muito aquém do desejado. O abuso do som escandaloso estressa até as pedras do rio Ipanema. Parece que em nome das boas vindas, as autoridades liberam o núcleo, à semelhança de cidade sem lei. As ruas principais são interditadas de tantas coisas, tornando o trânsito um inferno, fato que não se admite mais hoje em dia. Quando alguém fala dos absurdos, sempre recebe a sábia resposta própria da terra: “Em Santana tudo pode”.
A festa de Senhora Santa Ana, considerada a maior festa religiosa do interior, esvazia-se devido ao crescimento ligado à festa da juventude. O bom senso ainda não distanciou uma da outra, evitando o fenômeno da antropofagia. Enquanto isso vamos curtindo Maceió, desejando êxito e paz em ambas as festas de Santana do Ipanema. Enquanto a capital continua quente, o Sertão rende um frio de matar sapo. Salve Maceió/Santana, SANTANA/MACEIÓ.
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