TERNO E
GRAVATA
Clerisvaldo B.
Chagas, 18 de fevereiro de 2015
Crônica Nº 1.369

Por isso ou por aquilo (já narramos esse fato
antes) alguém foi dizer ao delegado civil, comerciante José Ricardo, sobre a
falta de vergonha de alguns banhistas.
O delegado, então, proíbe severamente o banho
com uso de calções. Para isso soldados ficavam entre o Beco São Sebastião, no
comércio e a descida para o poço, atração gostosa da cidade.
Logo os maiores frequentadores do balneário
entre as pedras lisas do Ipanema, tomaram conhecimento. E como Zé Ricardo era
um homem de bem, mas de queixo duro, a rapaziada preferiu não criar problema
com a autoridade e nem mais utilizar os calções da safadeza.
A solução encontrada foi descer para o banho
de terno e gravata, mergulhando com roupa e tudo naquela delícia.
O caso “folclórico” foi comentado com riso
frouxo durante semanas e meses às costas do delegado.
Diante da exigência moderna, vai ficando sem
prestígio o do calção, da bermuda, das roupas afuleiradas ou mesmo os dos trapos
comuns... O tapa sexo completo de cada dia. O olhar alheio para o caráter
exemplar em roupa coletiva passeia do pescoço ao calçado.
O terno bota para correr o mau cidadão e rouba
momentaneamente à dignidade de quem tem. É o homem enganando o próprio homem. A
frase que se usa hoje como brincadeira, não passa da verdade embutida: “Homem de gravata eu respeito”.
Bem, por via das dúvidas, vá de terno mesmo
compadre. Mesmo sem colete e a rima danada que ele tem.
Afinal, o que é o tempo senão as repetições
das horas!
Sua ordem ainda tem prazo de validade, Zé
Ricardo!
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