segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

OLHO d'ÁGUA



  OLHO d’ÁGUA
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de fevereiro de 2015
Crônica Nº 1.373

Foto: (nascente do Tietê - Wikipédia).
Nessa escassez de água e sua busca pelos arredores das grandes metrópoles, é que se vê o valor da preservação ambiental. É de dá pena contemplar geólogos subindo colinas e serras em busca de riachos, antes desvalorizados, procurando socorro para matar a sede de populações preocupadas. E quando nos debruçamos no mapa do Nordeste marcamos inúmeras localidades que levam o nome de Olho d’Água.
Olho d’água que também significa nascente tem concentração em locais onde se verifica o aparecimento de uma fonte.
Trazendo o caso hídrico para Alagoas, temos várias cidades com alguma denominação referente à água, a começar do título do próprio estado. Depois, Olho d’Água das Flores, Olho d’Água do Casado, Olho d’Água Grande, Água Branca, Cacimbinhas, Dois Riachos, Minador do Negrão, Lagoa da Canoa, Poço das Trincheiras e Tanque d’Arca. Mesmo assim as fontes que não tiveram cuidado nenhum foram desaparecendo restando somente à denominação oficial de cada município. A segunda metade do século XX foi pródiga em desmatamento que assassinou centenas e centenas de fontes, do litoral ao sertão. Terra sem árvore e mais o pisoteio do gado nas nascentes, resultou no que conhecemos hoje, deserto, falta d’água e desespero.
Com o mesmo sentido de água em abundância, podemos particularizar locais do município de Santana do Ipanema, no sertão, que também ficaram apenas com os nomes em seus sítios rurais. Com a denominação “olho d’água”, temos: da Areia, do Amaro, Grande, Morto, Velho e Olhodaguinha. Com o termo “lagoa”, que não deixa de ser um olho d’água, com seu lençol freático, apontamos: Lagoa do Algodão, Bonita, de Dentro, do Garrote, do João Gomes, do Junco, do Mijo, dos Morais, do Pedro, Redonda, Torta e da Volta.
Ainda bem que uma onda verde de recuperação dos mananciais vem agindo ultimamente e os fazendeiros vão se conscientizando atrás do prejuízo. Os aramados estão retirando o gado das nascentes e o replantio de árvores nativas já estão dando resultado, inclusive com fiscalização e multas para os que são notificados e não agem.
Os quinze dias em que Santana passou sem água da CASAL, ultimamente, poderia ter sido salva pelas cacimbas do rio Ipanema que fez essa cidade crescer. Mas, abandonado e recebendo toneladas de fezes dos esgotos da cidade e com milhões de reais enterrados num saneamento que nunca funcionou e nunca levou ninguém à cadeia, perguntam-se onde estão os culpados e a LEI.






Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2015/02/olho-dagua.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário