O RIO
AMAZONAS E NÓS
Clerisvaldo B. Chagas,10 de fevereiro de 2015
Crônica
Nº 1.363
Foto: (José de Oliveira/TV Amazonas). |
Eu estava certo. Eu estava certo há vinte anos
quando afirmei a meus alunos e colegas da Geografia, sobre o rio Amazonas. Disse
que não entendia porque nunca tinha ouvido falar sobre o assunto. É que,
estendendo o mapa físico do Brasil, para todos, mostrei ─ utilizando também uma
régua ─ a possibilidade de se transpor água do rio Amazonas para os sertões
nordestinos, acabando definitivamente com o problema de escassez hídrica.
Hoje, com muita satisfação, leio longo artigo do G1(Adneilson
Severiano) a respeito do assunto. Vejamos abaixo:
“A Superintendência Regional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou
que é possível levar água do Rio Amazonas - um dos maiores do mundo - para São
Paulo e outros estados que sofrem com falta d'água no Brasil. Especialista diz
que 1% da vazão do rio daria para abastecer Nordeste e Sudeste do país”.
Vejamos mais:
“(...) porque a Bacia Amazônica concentra mais de 90% da água doce do
Brasil, sendo que aqui a população não representa 10% da população total
brasileira. Enquanto as regiões Sudeste e Nordeste concentram quase 80% da
população e tem uma disponibilidade hídrica de menos de 15%, ou seja, há um desequilíbrio
entre a oferta de água e a demanda. Temos que olhar esse aspecto com muita
seriedade, porque energia tem solução, mas não tem solução para fabricar água.
É preciso deslocar água para onde falta", justificou o representante do
órgão que monitora dados geológicos e hidrológicos do país, Marcos Antônio Oliveira”
E mais:
“Diferentemente da proposta do
governador do Amazonas, que sugeriu a transferência da água na Foz, Oliveira
sugere que a captação das águas poderia ser feita no trecho do Rio Amazonas que
banha o Pará. Para o Nordeste, seriam necessários percorrer cerca de 2 mil km e
para o Sudeste 4 mil km”.
Finalizando:
“O Rio Amazonas joga no Oceano
Atlântico em torno de 200 mil metros cúbicos por segundo. Um metro cúbico corresponde
a mil litros de água, então em média, são 200 milhões de litros de água doce
que o rio despeja no Oceano Atlântico. Na época de cheia esse volume pode
ultrapassar 600 mil metros cúbicos por segundo, conforme dados do CPRM. Marco
Antônio Oliveira explicou que 1% do volume da vazão poderia abastecer São Paulo e o Nordeste.
Para São Paulo, o que falta no
Sistema Cantareira são 30 metros cúbicos por segundo, ou seja, o Amazonas
dispõe de uma vazão mil vezes o que necessita em São Paulo e no Nordeste. Se fizesse
um desvio de água de 1% desses 200 mil m³, para o Rio Amazonas não seria nada,
um desvio insignificante, mas que representa quase toda a vazão do Rio São
Francisco", afirmou o superintendente”.
Vinte anos depois, ao ver minha tese confirmada,
estou feliz como criança e vejo que entre outras coisas, a trajetória pelo
Magistério não tem sido em vão.
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