O VEADO E O MACACO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de fevereiro de 2015
Crônica Nº 1.361
Foto: (R7, entretenimento. Solnet/The Grosby Group.) |
Nessa fase agitada no estado, o povo tinha
prazer em ir às praças ouvir os argumentos dos discursos inflamados, muitas
vezes correndo risco de vida. Havia muitos seguranças, guarda-costas ou
capangas nos palanques e em pontos estratégicos com seus respectivos “mocotós
de boi” debaixo dos paletós.
No decorrer de uma dessas campanhas ─ narra
um cidadão santanense fã de episódios políticos e do candidato valentão ─ houve
fato interessante. O candidato bruto, além de tentar desmontar o adversário com
várias partes detratoras, ainda o chamou de veado. Naturalmente ganhou muitos
aplausos dos seus seguidores.
Na vez do segundo candidato, no mesmo
palanque, dias depois, o rival rebateu chamando o arrogante de macaco, por ele
ser parecido com um soim.
No terceiro comício o primeiro postulante a
governador, não quis ficar por baixo e gritou para a multidão o fraseado mais ou
menos assim: “O outro candidato me chamou
de macaco. Eu digo que ele é veado. E o que é que vocês têm a dizer? É melhor
votar num macaco ou num veado?”.
O prezado leitor imagina a reação da plateia
de rua.
Passadas algumas décadas, quando grandes
comícios encontram-se em extinção, tem-se observado certa mudança de
comportamento nos gogós demagógicos dos engravatados.
Quanto aos tipos de bichos da floresta, o do
rabinho curto ganhou direito de lei. Pode pular mato à vontade. E o da careta
já pode denunciar as ofensas recebidas.
Quais serão os novos animais estrelas de
palanques?
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