ÓI, ÓI O TREM!
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de
setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.733
VLT. Foto (Divulgação). |
“Café com pão
Café com pão
Café com pão
Bolacha não...”
Era assim que a meninada
marcava o ritmo do trem de ferro, antiga Mara Fumaça. Enquanto o tufo de fumo
subia contorcido pelo vento, a máquina apitava roucamente próxima às estações;
ponto de encontro entre os que ficavam e os que partiam dividindo as lágrimas
com os vendedores de laranja e tapioca nas plataformas. Quase todos escritores
filhos de cidades onde havia linha férrea, não deixaram de descrever cenas
acontecidas no trem. Nas Alagoas foi romance necessário que fez desenvolver os
vales dos rios Mundaú e Paraíba do Meio, repletos de canaviais. Eram eles
condutores de cargas para os antigos trapiches armazenadores de mercadorias
para esportações pelos navios do Porto de Jaraguá. Da Zona da Mata de Viçosa, novo ramal tomou
direção do Agreste e foi bater em Palmeira dos Índios para descer até Porto
Real de Colégio, no Baixo São Francisco.
Perdendo a luta para os
transportes rodoviários, as antigas ferrovias morreram pelo abandono. E agora
nos tempos modernos ressuscita-se o trem nas capitais como transporte urbano
sob a denominação de VLT – Veículos Leves Sobre Trilhos – um misto de trem e
bonde, bonito que só uma boneca e confortável que só braços de mãe. O preço de
cada viagem é simbólico e transporta diariamente milhares de trabalhadores em
parte da zona metropolitana de Maceió. Finalmente chega outra excelente notícia
para a capital e os municípios de Satuba e Rio Largo. A reinauguração da
antinga linha ferrovária, totalmente modernizada, do Centro de Maceió ao Porto
de Jaraguá, coisa que parecia um sonho.
Valeu, portanto, o
transtorno causado com as obras dos trilhos até o histórico bairro. Com seria
bom viajar num bichão desse do Sertão à capital! Mas esse sonho nunca aconteceu
antes e pelo jeito parece que nunca acontecerá. O Sertão agora está movido à
Vans, também chamadas de Bestas, por aqui. Até os ônibus passaram a sofrer à nova
onda de transporte menor. O exemplo é o fechamento de importante empresa de
ônibus da cidade de Palmeira dos Índios a qual serviu durantes décadas. Com a
ressureição do trem com alma de VLT pelo menos se resgata parte do romantismo
de outrora, na capital. No restante, vamos embarcando na música de Raul Seixas:
Ói, Ói o Trem...
Ô vida “Marvada”!
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