CARNEIROS NO MEU SERTÃO
Clerisvaldo
B. Chagas, 25 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.744
CARNEIROS. Foto: (AlagoasNanet). |
De
Carneiros ainda lembro meu pai mascateando em sua feira aos domingos; do
comerciante bem humorado Zé da Loja; do meu colega de república estudantil em
Maceió, Aristeu dos Anjos, prefeito por duas gestões e, do repentista Zezinho
da Divisão que morava na divisa Carneiros/Santana. Carneiros é uma cidade
pequena, plana, limpa, cheia de sol e agradável. Surpresa boa entre Santana do
Ipanema, Senador Rui Palmeira, São José da Tapera e Olho d’Água das Flores.
Seus festejos não são muitos, mas se mostram intensos na festa da padroeira Nossa
Senhora da Conceição e na data emancipatória.
Mas
em Carneiros não pode faltar uma festa que se tornou tradicional. Este ano, a
comemoração aos trabalhadores completou 29 vezes em evidência. A Festa dos
Trabalhadores aconteceu no dia 29 de abril. Apesar da grande distância à
capital, atrai pessoas de todos os quadrantes do estado. Carneiros fica
bastante animada em vê tanta gente de fora na cidade que não chega aos dez mil
habitantes. Geralmente acontece missa em ação de graças e muitas brincadeiras como
corrida de saco, corrida do ovo, ciclismo, corrida de jegue, quebra-pote e
pau-de-sebo. Durante a festa, ainda tem homenagem aos trabalhadores e
apresentações de cantores e músicos, tanto da terra quanto de fora. E se fosse
vivo, o repentista Zezinho da Divisão, meio santanense, meio carneirense, com o
hábito do tema preferido: “Só vai arrochando tudo” diria mais ou menos assim
sobre Carneiros:
Se chegar um valentão
Desse tipo arruaceiro
Não passe no meu terreiro
Se não ganha uma lição
Vou chamar o campeão
O meu carneiro marrudo
Ele dá marrada em tudo
Tora a banana e o cacho
Acabou-se o homem macho
Só vai arrochando tudo.
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