QUEBRADEIRA
Clerisvaldo
B. Chagas, 20/21 de dezembro de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão alagoano
Crônica: 2.816
Parece
coincidência, mas tudo na natureza acontece em ciclos repetidos em meses, em
anos, em séculos, mesmo com outra roupagem, mas com todas as características anteriores.
Quando encerramos o nosso trabalho “Santana, Reino do Couro e da Sola”, após
chegar a parte final, explicando a quebradeira que aconteceu com os curtumes e
as fábricas de calçados de Santana do Ipanema – na época o prefeito era Adeildo
Nepomuceno Marques, o governador era ainda Lamenha Filho e o presidente era
Costa e Silva, do regime militar – são estampadas quebradeiras de fábricas de
calçados famosas na Região Sudeste e na Região Sul, inclusive na famigerada capital dos calçados do Brasil:
cidade de Franca. Coincidência ou ciclo que a natureza faz repetir?
Centenas
de empregados foram demitidos, segundo as notícias, gerando constrangimento e
dor. Imaginem em Santana do Ipanema, esse fenômeno acontecendo com as fábricas
de calçados que existiam, pelo menos três, que acompanharam a quebradeira dos
seus fornecedores de couro e sola, os curtumes dos subúrbios Maniçoba e Bebedouro.
Muitos santanenses viveram a época, mas é como diz o livro documentário: era
uma atividade invisível e até agora, fora o nosso trabalho de resgate, jamais
foi escrita uma linha apenas sobre o tema.
Um cala-boca vergonhoso sobre a nossa história em que tivemos papel de
arqueólogo para “Os canoeiros do Ipanema”, “A igrejinha das Tocaias” e “O Reino
do Couro e da Sola”.
Será
que tem alguém registrando a quebradeira das fábricas calçadistas do Sul/Sudeste.
Quisemos mostrar apenas que não existe coincidência nas coisas pessoais e
coletivas desse mundo. Nesses momentos cresce a Filosofia, ciência chata, mas
necessária para fazer o ser humano pensar.
Agora
falta receber uma avalição do escritor Marcello Fausto, à guisa de prefácio, um
pente fino no que foi dito e uma interrogação como publicar. De qualquer
maneira já foi resgatado o ciclo do couro e da sola em Santana do Ipanema.
Deixe-me
curar uma virose para conversarmos melhor.
PARCIAL
DE SANTANA DO IPANEMA. IGREJA DE SÃO CRISTÓVÃO. (FOTO: B. CHAGAS).
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