quinta-feira, 29 de agosto de 2024

 

SUBINDO A SERRA

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.097.

 



Em Santana do Ipanema, no relevo do entorno da cidade, surge um monte residual isolado, por nome de serra Aguda. Tem a forma de sela, vegetação de caatinga e se encontra a cerca de 6 Km do Centro da urbe. As terras pertenciam ao senhor Marinho Rodrigues e, posteriormente, ao seu filho Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, terras também onde estão situados hoje o chamado conjunto habitacional Marinho e o Hospital que leva o nome do saudoso doutor. Pois é ali, no topo da serra Aguda onde estar sendo construída a maior estátua sacra do mundo. De muitos lugares da cidade, já se avista o esqueleto da construção que será preenchido com a imagem da padroeira Senhora Santana. Não temos, porém, a altitude correta da serra.

Levando-se em consideração que a Matriz da Senhora Santana tem 35 metros de torre e é o mais belo templo do sertão alagoano, calcule a serra em cerca de 400 metros com a estátua da santa com mais de cinquenta! Além disso por ali passará o corredor de junção entre a AL-120 e a BR-316, exaltando o  quarteto turístico perto um dos outros: A estátua sacra mais alta do mundo, a tradicional Igrejinha das Tocaias, a Reserva Ecológica Tocaia e a Represa Isnaldo Bulhões no riacho João Gomes, afluente do rio Ipanema. Um quarteto turístico e religioso para matar a sede de qualquer turista do mundo. A região alta do Hospital sofrerá um impacto que será impressionante para o progresso de Santana, pois será o caminho das novas rodovias.

Na periferia do Bairro Floresta, hoje chamado Bairro Paulo Ferreira, é onde fica a teimosa serra Aguda. É desgastada ao meio da sela, pela erosão pluvial, mas daí a se dividir em duas ainda levará muitos ventos, enxurradas e amplitude térmica assim como de Cadeia de Montanha passou a residual. De qualquer maneira, a belíssima imagem de Senhora Santana, brilhará por uma porção de tempo no topo da serra, irradiando suas milagrosas bênçãos aos quatro Pontos Extremos do Município e, nas ondas divinas, para todas as partes do Planeta. Bem, se você quer conhecer as obras que estão aceleradas, siga até o Bairro Floresta, passe pela frente do hospital do SUS e indague adiante como se chega até lá. Um pulo!

MAQUETA DA IMAGEM DE SENHORA SANTANA (FOTO: DIVULGAÇÃO PREFEITURA).


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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

 

ABANDONO/SOLIDÃO

Clerisvaldo B. Chaga, 29 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.096



 

Só os mais velhos lembram quando fizeram a Cohab que depois recebeu o nome popular de COHAB Velha, em Santana do Ipanema. O bairro ainda era o Camoxinga e, ao receber a construção das casas, recebeu também um modesto grupo escolar como modesta eram também as residências construídas. O funcionamento do grupo, foi sempre muito curto através do tempo. Feio, escuro, lúgubre, o local já funcionou com mais algumas atividades. A COHAB e entorno, fora evoluindo devagar, porém, acontecendo, até que essa região virou bairro e recebeu a denominação de Bairro São José, desmembrado do Bairro Camoxinga. Não se nega a evolução do bairro, mesmo devagar. Corpo de Bombeiros, Mercadinhos, boas escolas, praça bonita, posto de saúde, Igrejinha do padroeiro, festa anual do santo...

Entretanto, o chamado “grupo da COHAB velha”, continua fechado, desprezado, escuro e lúgubre desde o seu início. Uma coisa impressionante de um tempo desprezível para a Educação. O grupo deve ter, aproximadamente 54 anos e nem para outra coisa presta. Rua estreita, deserta, prédio sujo, recanto desprezível, mas recostado por trás do belo Posto de Saúde São José. Para quem de fato ama a cidade em que nasceu, a sensibilidade bate na vontade de chorar com o desprezo e a solidão do grupo.  Um morador das imediações falou que iriam transformar o lugar... Mas, não sabemos exatamente em quê. Acompanhamos a evolução do casario, nem todo, quando seus moradores, com muito sacrifício, iam fazendo as denominadas “puxadas”, pois as casas tinham alguns metros na parte da frente.

Já a COHAB Nova, foi construída num bairro já consolidado e evolutivo que foi o Lajeiro Grande. E que fora o Colorado, é o bairro mais alto da cidade. O casario foi construído e logo com a estrutura básica de calçamento, água, luz e arborização. A parte dos fundos se tornou comércio e prestadora de serviços básicos. Mas, no entender de cada criatura o melhor para as pessoas mais humildes é a COHAB da conveniência particular. Pelo menos a nova não precisou fazer grupo ridículo, pois já havia na vizinhança a Escola Municipal Santa Sofia, bem estruturada, moderna e agradável, construída no Governo Nenoí Pinto. A foto que o leitor ver abaixo, é do dia de ontem (28.08) do mesmo jeitinho de sempre.

GRUPO (FOTO: B. CHAGAS).

 

 


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terça-feira, 27 de agosto de 2024

 

A FOTO DA SAUDADE

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.095

 



A foto abaixo representa trecho do Comércio de Santana do Ipanema, em torno do ano 1960. O retrato parece ter sido tirado da torre da Igreja Matriz de Senhora Santana. Vê-se da esquerda para à direita, casa de arquitetura bruta, construída pelo comerciante Tertuliano Nepomuceno. Casa alugada para diversas atividades e que o período mais famoso do edifício foi com o funcionamento do Banco do Brasil e depois com o PRODUBAN) (Banco do Estado). Vizinho, descendo o terreno inclinado, Casa O Ferrageiro, a loja de ferragens mais antiga de Santana. Vem em seguida a loja de tecidos de Adeildo Nepomuceno, Casa Vitória. Continuando, minúsculo vão onde era a oficina de relógios do consertador Getúlio e, finalmente, casa de esquina que foi loja de tecidos, casa de jogo, barbearia e outras coisas mais.

Não temos nenhuma ideia do que aconteceu com a parte esbranquiçada do primeiro plano da foto. Seria para, pelo menos mostrar um pedaço da praça que fica entre a igreja e essas casas comerciais. Entre o branco da praça e os prédios, desfila um carroceiro com a mesma elegância popular da atualidade. Preste atenção nos outros dois veículos da época. Entenda que os fundos da foto, mostra lá longe o outro lado do rio Ipanema, margem direita, ainda com grande vazio populacional. No segundo plano, isto é, no meio da fotografia, muitas pedras no leito seco do rio. Queremos dizer para os apreciadores de fotos antigas que era preciso coragem para subir a torre da Igreja Matriz de Senhora Santana, até a casa dos sinos e dali fotografar a paisagem.

Na época do cenário abaixo, ainda se encontravam fotógrafos tipo lambe-lambe, que atuavam na calçada alta da Matriz. Aguardavam clientes aos sábados e quartas, dias de feira livre, para fotografarem casamentos, batizados e outras fatos para documentos como as famosas 3X4. Foram esses fotógrafos anônimos que prestaram relevantes serviços para a posteridade da época. Foi à porta do fotógrafo fixo, Seu Antônio, Foto Sporty, que vi pela primeira vez a fotografias enorme de Corisco, em preto e branco, e a comprei. Infelizmente um padre da época, botou os fotógrafos para correr da porta da igreja. Não tendo outro ponto de trabalho os fotógrafos ou fora embora de Santana ou abandonaram a profissão. Não ficou um sequer e assim muitos e muitos fatos históricos deixaram de ser registrados

(FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO). LIVRO 230/ACERVO B. CHAGAS).

 


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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

 

 

OS BECOS DE SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.094

 



Beco é uma via que geralmente liga uma rua a outra. Em Maceió, talvez, o beco mais famoso entre centenas e centena deles, seja o Beco do Moeda. O Beco do Moeda liga à Rua do Sol a Rua do Comércio. É muito movimentado não tão grande, repleto de casas comerciais diversas e mais populares. Em Santana do Ipanema o beco mais famoso de todos, é o Beco de São Sebastião, que liga o Comércio à Rua Prof. Enéas. Uma tradição de mais de cem anos. Na esquina, a igreja de São Sebastião construída particularmente em torno de 1915. Porém, talvez estejam entre os cinco mais famosos do passado: o Beco de Maria Zuza, o Beco de Seu Felisdoro, o Beco da Salgadeira, o Beco de Seu Cirilo. Nenhum com atividade comercial, apenas passagens sofridas entre ruas. Um beco defronte ao outro, quase em linha reta.

O Beco de Maria Zuza, ligava a rua, hoje por trás da Câmara, à Rua Benedito Melo (Rua Nova. Barro vermelho e uma vala no meio que tínhamos que saltá-la. A denominação do beco vem de uma comerciante que morava na esquina da Rua Nova chamada Maria Zuza. O beco de Seu Felisdoro ligava a Rua Nova à Rua Antônio Tavares. Solo de terra, desgastado e com urtigas e cardinhos nos pés dos muros. Ao longo do beco, dois ou três quartinhos humildes de aluguel. Assim chamado por causa do bodegueiro de esquina na Rua nova chamado Seu Felisdoro. O Beco da Salgadeira, ligava a Rua Antônio Tavares à Rua Prof. Enéas (Rua de Zé Quirino). Na esquina, a Salgadeira, fábrica de carne de sol do senhor Otávio Magro. A partir da parte de trás da Salgadeira, muito lixo até a rua de baixo, jogado pelo povo.

O Beco de Seu Cirilo, ia da Rua Prof.  Enéas até o rio Ipanema, Ladeado de aveloz (labirinto) e muito mato. O nome vem do morador da esquina, almocreve Seu Cirilo (o último de Santana).

Não importa se o beco tem ou não casas comercias. Beco é beco, necessário em todas as cidades e povoados do mundo. Encurta distâncias, facilita a comunicação e o trânsito. Funciona como uma válvula de escape para as grandes metrópoles. Infelizmente eles são apontados como os párias das ruas. Todas as pessoas lembram de seu beco predileto. Qual é o seu?

BECO DE SÃO SEBASTIÃO (FOTO B. CHAGAS/LIVRO 230 ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA).

 

 


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FOLCLORE DO SERTÃO/CHAPÉU

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.093

 



Sobre os chapéus do sertão falados sexta, ouvíamos todos os comentários. Quem usasse chapéu de couro sem ser vaqueiro ou carreiro, era chamado de corno. Quem usava chapéu de palha era chamado de miserável. No princípio, ninguém falava nada dos chapéus de panamá ou palhinha, e o de baeta ou de massa. Do boné se falava: “Homem de boné, ou é corno ou chufé.

Quando foi formado o batalhão para combater os cangaceiros no sertão, o comandante seria o major Lucena. E quando o batalhão foi deslocado para Santana do Ipanema, o comandante dissera já em Palmeira dos Índios: Encontrou ‘cabra” com chapéu de couro, é para meter o cacete”. Foi quando um dos soldados disse: “Não é assim, major, no Sertão muita gente usa chapéu de couro e é gente direita”.

Dois emboladores na feira de Santana:

 

Cabra do chapéu de couro

Quem não pode com besouro

Não assanha mangangá

 

O adversário responde:

 

Cabra do chapéu de paia

Como vai tua canaia

Já deixasse de roubar?

 

No final dos anos 60, surgiu na praça um chapéu de massa de abas curtas, barato, e trazia uma peninha colorida na carneira. Vendi tanto chapéu desse tipo como se fossem para o mundo inteiro. Entretanto, as pessoas mangavam demais dos matutos compradores, por causa da peninha. Riam de cair de costa com a mangação como a insinuar que aquilo era coisa para “frango”. Entretanto o chapéu de massa, abas curtas com uma peninha colorida foi um grande sucesso no sertão inteiro. A matutada pegou uma amizade ferrenha com o tal chapéu de “frango”. Foi aí que o chapéu de massa pegou popularidade. Esta única vez.

Os cangaceiros usavam chapéus de couro, as cangaceiras, chapéus de massa.

 


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sexta-feira, 23 de agosto de 2024


 


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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

 

CHAPÉUS NO SERTÃO NORDESTINO

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.092

 



Tivemos no Sertão nordestino basicamente quatro tipos de chapéus: de palha, de couro, de massa (baeta) de palhinha (Panamá) e boné

Chapéu de palha. O mais popular de todos, eram encontrados nas feiras, vendidos pelos artesãos locais, os mesmos que confeccionavam abanos, também de palha. Devido a abundancia da matéria-prima, era o mais barato de todos e podemos até afirmar em relação ao preço, era quase de graça. Não aguenta chuva, fica molenga. Tem muita facilidade para o desgaste e para os rasgões. Era usado preferencialmente pelo agricultor que trabalhava diretamente nas roças. Sua preferência, além do preço, era porque a palha não esquenta, permanece frio em temperaturas altíssima, 30 40 graus. O próprio homem de chapéu de palha não era valorizado.

Chapéu de couro. Era usado basicamente pelo vaqueiro e pelo carreiro. Com o tempo, porém, foram surgindo chapéu de couro de várias cores e muitos enfeites, permitindo a adesão por outras pessoas que não eram vaqueiros e nem carreiros. O seu auge foi após sua adoção pelo cantor Luiz Gonzaga. Os cangaceiros usavam o chapéu de couro em outro estilo.

Chapéu de massa ou de baeta: Tipos de chapéus utilizados por alguns comerciantes e algumas outras pessoas de boas condições financeiras. Os da cidade preferiam abas curtas, os da roça, abas grandes. As marcas básicas desses chapéus vendidos em lojas de tecidos eram: Prada, Cury e Ramenzoni.

O chapéu de palhinha ou Panamá: Era mais usado por políticos ou os fazendeiros chamados “coronéis”.

O Boné: O boné só foi aparecer e com raridade, com os primeiros motoristas de táxi ou carro de praça ou com os motoristas de caminhão. Somente a partir das últimas décadas do Século XX, começou a se proliferar.

Na próxima crônica vamos falar sobre o folclore a respeito desses tipos de chapéus, as piadas, as brincadeiras, o que pensavam cada um sobre eles.


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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

 

JUMENTO

 E muito bem adaptado ao transporte de cargas para long

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano.

Crônica: 2.091

 



Depois do ombro do homem e a canoa, o jumento e o cavalo chegaram ao Brasil pouco tempo após o descobrimento para auxiliar no transporte de cargas. O jumento se adaptou bem ao Nordeste com suas diversas raças vidas de várias partes do mundo. Como seu lombo é mais adaptado para cargas, começou a transportar mercadorias de mais peso e, o cavalo a transportar pessoas. Mais tarde, chega o burro vindo de outras partes da América do Sul e adaptado à cargas para longas jornadas. Para completar o trio surgiu o carro de boi que carregou juntos o Brasil nas costas até o surgimento do trem e do caminhão: Jumento, burro, cavalo e carro de boi, fizeram o Brasil chegar ao ponto que você conhece hoje. Cada qual com sua história, vejamos o jumento, jegue ou asno.

Numa fazenda no Sertão Nordestino, um jumento sempre foi um dos sustentáculos da propriedade. Com seus caçuás de cipós, transportando palma para o gado, levando e trazendo cargas de produtos para feira, abastecendo as casas com caçambas de madeira com latas, ou apenas com ancoretas de pau. Quando tinha boa passada servia até de montaria igual ao cavalo.  Mas, com a chegada de veículos motorizados, o jumento foi ficando à margem do interesse e até a proliferação de motos, meu também com vaqueiros que trocaram a montaria animal pelas motos de não sei quantas cilindradas. Os milhares de jumentos do Nordeste foram sendo abandonados, nos cercados, na caatinga, nas estradas...  No asfalto. O jegue passou a ser morador de rua.

Triste realidade da ingratidão humana com seus bichos de tanta ajuda de outrora. Vem então, a cobiça de alguns exóticos países, para adquiri-los por todos os lugares e transformá-los em carne, charque para deleite de seus cidadãos. O jumento já servia regiões áridas da antiguidade. Sempre esteve presente nos momentos mais difíceis do homem, ajudando nas secas prolongadas de inúmeros recantos do Globo. Hoje, somente no Sudeste ou no Centro-Oeste, se cria um tipo de jumento selecionado, visando o cruzamento com éguas, para a obtenção de burros e mulas para passeio e para o trabalho nas fazendas.

Até Nosso Senhor andou de jumento

Ô, humanidade!

JUMENTO AMARRADO NO LEITO SECO DO RIO IPANEMA (FOTO: B. CHAGAS)

 

 


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terça-feira, 20 de agosto de 2024

 

SAGRADA FAMÍLIA

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.090

 



Caso pesquisemos direitinho poderemos até dizer que Santana do Ipanema é a Terra das Igrejas. Não que sejam igrejas grandes e luxuosas, mas sim, a quantidade de templos religiosos encontrados na cidade, como mostra o livro “O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema”, em páginas com o título: “Igrejas e Igrejinhas”. Impressionante a fé católica do povo santanense, inclusive, também em uma das páginas do mesmo livro, é mostrada uma pesquisa feito pelo professor de Geografia sobre o que o povo mais gosta em Santana. A pesquisa em vários bairros, feita por alunos trouxe como resultado “Missa”, em primeiro lugar. E nesse contexto vamos ver a Igreja da foto abaixo (Livro 230, Iconográfico aos 230 Anos de Santana do Ipanema).

Nunca soubemos o motivo, porém, o comerciante e fazendeiro, o mesmo que iniciou a rua particular vizinha a seu curral de gado e que depois foi chamada Rua de Zé Quirino, hoje Rua Prof. Enéas) senhor José Quirino, planejou fazer uma igreja no Bairro Monumento em homenagem à Sagrada Família. O terreno escolhido fazia parte de um antigo cemitério (o primeiro de Santana), construído no final do Século XIX, pelo padre Veríssimo e, demolido na década de 40. Para isso, o senhor José Quirino andou fazendo uma arrecadação entre os conhecidos, arrebanhando verbas para sua nobre finalidade. Foi erguida, então, a Igreja à Sagrada Família e devido a sua localidade e diferencial, passou a ser chamada pela população de “Igreja dos Ricos”.

 De fato a Igreja Sagrada Família, era frequentada quase somente pela elite do bairro. Contam os mais velhos que durante a campanha de arrecadação, uma das pessoas contatadas pelo senhor José Quirino falou coisas desagradáveis à Sagrada família e mais. Pouco tempo após, aquele homem dos impropérios, tão falado e conhecido em Santana do Ipanema e originário de uma cidade vizinha, morreu tragicamente em acidente automobilístico no lugar denominado Aterro. A Igreja Sagrada Família continua prestando serviços religiosos à população desde o ano de 1959. No terreno total do antigo cemitério, ainda tem uma casa com varanda, um prédio que foi repartição pública e uma parte com terreno baldio.

IGREJA SAGRADA FAMÍLIA (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230 ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA).

 

 

 


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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

 

SHOPING DA VILA

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.089



 

Construído, aproximadamente, em torno de 1915, ainda Santana vila, o “prédio do meio da rua”, era uma espécie de Shoping da época. Um edifício muito grande, situado em parte do Largo do Comércio, repartido em vários cômodos para aluguel. A sua existência ajudou a estimular as ações comerciais da vila que sempre demonstrara vigor. Era triangular. Duas faces grandes, duas faces menores. Na face Oeste, havia as casas comerciais de Pedro Chocho (tecido), de Doroteu Chagas e Cleto Duarte (tecidos); face Sul, Marinho Rodrigues (armazém de secos e molhados) depois José Galego ex-jogador do Ipanema (salão de sinucas); face Leste, Nézio (barbearia); face Norte, Cariolando Amaral (farmácia), José Azevedo (tecidos). E na esquina Norte/oeste Ulisses Silva (magazine, tecidos). E, no único primeiro andar do edifício, sobre o magazine, apartamento onde vivia o viúvo comerciante Ulisses Silva.

Parte da feira de Santana do Ipanema, era realizada na face Norte e na face Oeste: da Farinha, do Fumo, das Redes, das Malas, do Sal. Aliás, a feira de Santana do Ipanema, teve início ainda nos primórdios de vila, aconselhada pelo padre Francisco Correia para funcionar em dia de sábado, como continua até o presente momento. Depois foi incluída para preencher o vazio da semana, outra feira semanal da quarta. Esta, mais fraca. Só supera a do sábado durante a Semana Santa. Na atualidade, Santana dispõe de feira todos os dias. A posição geográfica da cidade, pleno médio Sertão e boca do Alto Sertão, fez ali desenvolver um tradicional comércio assegurado como pujante até este primeiro quarto do Século XXI. Mais tarde, este município que era o maior de Alagoas, deu origem com as divisões de suas terras a oito novos municípios seus povoados e vilas.

São filhos de Santana do Ipanema e hoje suas cidades satélites: Ouro Branco, Maravilha, Poço das Trincheiras, Carneiros, Senador Rui Palmeira, Olho d’Água das Flores, Olivença, Dois Riachos e parte de Major Izidoro. Além da força do seu comércio, a cidade oferece prestações de serviços como rede escolar, rede de saúde, casas creditícias, complexo de Justiça, clínicas particulares, segurança, hospital SUS e religiosidade diversas. A cidade é cortada pelo rio periódico Ipanema (daí o seu nome) e o riacho Camoxinga, afluente do primeiro e que também virou nome do maior bairro da urbe. O seu comércio é considerado o mais bonito do interior alagoano e o segundo em movimento, perdendo apenas para o de Arapiraca.

Sertão é Sertão!

ANNTIGO “PRÉDIO DO MEIO DA RUA” Á ESQUERDA. Á DIREITA, “SOBRADO DO MEIO DA RUA”. (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO/LIVRO 230 ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA).

 

 

 


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domingo, 18 de agosto de 2024

 

A PRIMEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.088

 



A juventude de Santana talvez não saiba, mas a primeira praça da cidade que se tem notícia, foi a Praça do Centenário. O referido logradouro público foi construído na década de 20 do século passado. Apenas uma obra pequena, triangular, à base de cimento, em pleno Centro Comercial. Havia apenas três bancos, também de cimento e sem encostos, para duas pessoas, cada – dizem que foi doação do senhor Cariolando Amaral (Seu Carôla) dono de farmácia no “prédio do meio da rua”. Cada banco doado representava uma das três filhas do homem. Havia no centro da pracinha, um obelisco com um bojo quadrado perto do topo, onde ficavam as luzes que iluminavam a praça. Tempos depois colocaram ali o busto de Dom Pedro I, tudo em homenagem aos cem anos da Independência.

Tudo leva a crer que o intendente que construiu o obelisco em 1921, André Ferreira da Silva, tenha sido também o construtor da pracinha. Na década de 50, ali fora instalado um posto de gasolina do chamado senhor Nequinho. Ali também era ponto de saída e chegada da “sopa” (espécie de ônibus) da linha Santana-Maceió e, na capital o ponto de viagem era o “Hotel Lopes”, na Praça da Faculdade (Direito). Havia politicagem também no tempo de vila, da pracinha. O busto do Imperador amanheceu com uma gravata, o que provocou gargalhadas e polêmica na cidade, mas nunca descobriram que engravatou Dom Pedro I.

O largo, onde estava situada a pracinha do Centenário, passou a ser o ponto da boemia dos adultos e o lazer de crianças e adolescentes. Ali perto, vizinho a escadaria de primeiro andar do “Hotel Central”, funcionava o bar/café do Senhor Antônio Honorato, conhecido como Tonho de Macelon. Apologista de poetas repentistas e charadista insuperável. A boemia da cidade, os rapazes em evidência da época, frequentavam o seu café e a Pracinha do Centenário. Somente dez anos após a Praça do Centenário, foi construída a segundo praça pública de Santana do Ipanema, também por outro Interventor. Esta segunda praça, muito grande, foi sendo reformada com o tempo e, mostra-se hoje como é, defronte à Igreja Matriz de Senhora Santana. A priori, não se sabe, mas a Pracinha do Centenário, deve ter sido também a primeira de Todo o Sertão Alagoano.

PRAÇA DO CENTENÁRIO, 1921. (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO. LIVRO 230, ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA).

 


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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

 

DELFIM NETO

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.087

 



 Foi anunciada a morte do ex-ministro Delfim Neto, com 96 anos de idade. Pois bem, sem querer ofender a memória do ex-ministro, vamos recordar uma das estrofes mais perfeitas dos repentistas nordestinos.  A inflação estava altíssima. Todos os males do Brasil eram atribuídos pelo povo ao, então, Ministro da Fazenda Delfim Neto. Isso criou uma revolta geral na população.

Pois, no Ceará houve uma cantoria de viola e lá para as tantas, alguém deu um tema aos repentistas. Uma espécie de trava-língua:

 

“Se não der fim a Delfim

Delfim dá fim a nação”

 

Os repentistas se engalfinharam e terminou um deles fazendo esse primor de décima:

 

Tamo na segundo etapa

Do tempo do realismo

Vai chegando o comunismo

Desse aí ninguém escapa

Atiraram até no Papa

Mas em Delfim Neto, não

Que falta faz Lampião

Pratirar em cabra ruim

Se não der fim a Delfim

Delfim dá fim à Nação.

 

 Estamos apenas resgatando estrofes que se tornaram célebres em cantorias e que são espalhadas por todo o Nordeste através dos apologistas. Às vezes nem ficam registradas em livro algum, mas não deixam de passar de boca em boca pelos apreciadores da arte popular.

 

 

 


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domingo, 11 de agosto de 2024

 

AUMENTE SEUS CONHECIMENTOS

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.086

 



Quando o ex-dirigente de Santana do Ipanema, governador em exercício, padre Capitulino de Carvalho teve que vir a Santana para resolver problemas entre o dirigente da cidade e os funcionários, viajou no trem de Maceió a Viçosa. De Viçosa a Santana do Ipanema, veio a cavalo com uma comitiva em torno de 100 cavaleiros. Isto no início da era 1920 quando era esta as condições de estradas. Foi recepcionado no subúrbio santanense Maniçoba/Bebedouro por onde passava a estrada para Palmeira dos Índios, Quebrangulo e Garanhuns, vinda da antiga vila da Pedra (hoje Delmiro Gouveia). Houve muita poeira, bombas e foguetes na recepção política. Ao deixar aquela região de subúrbio, os cavaleiros dirigiram-se ao comércio de Santana, pela Rua do Sebo (hoje Antônio Tavares) onde foram recepcionados por uma das bandas de música defronte a chamada Cadeia Velha, nessa mesma Rua. Ao deixarem o lugar, a outra banda musical já aguardava no centro do comércio, onde houve discursos de toda ordem.

Este fato histórico e muito mais, estar registrado em uma das crônicas do nosso escritor da época, Oscar Silva. Mas também estar reproduzida no livro resgate de Clerisvaldo B. Chagas, SANTANA, REINO DO COURO E DA SOLA. Este é um livro que ainda vai ser lançado, porém, já se encontra à venda no Restaurante Santo Sushi, no Bairro Domingos Acácio, em Santana. É uma Santana do Ipanema de uma época que só os mais velhos conheceram. Portanto, vá até ali e adquira seu exemplar que é o único registro sobre o amplo assunto abordado que se conhece.

Também estão à exposição os quatro mais novos romances do autor, ciclo do cangaço. Em breve, estaremos lançando os cinco livros oficialmente. Em breve também estremos com mais dois livros na praça: “Barra do Ipanema, um Povoado Alagoano”, documentário do povoado de Belo Monte, onde fica a foz do rio Ipanema. E “Padre Cícero, 100 Milagres Nordestinos (Inéditos) ”. Este será gratuito e de preferência para os romeiros do Padre Cícero. Será lançado na maior romaria de Alagoas, na Pedra do Padre Cícero em Dois Riachos no dia 20 de julho de 2025, se Deus quiser.

CAPA SURREALISTA DE BURROS CARGUEIROS AO ANOITECER.

 


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quinta-feira, 8 de agosto de 2024

 

MUSEU É MUSEU

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.085



 

Em 1951, entre as gestões de Abílio Pereira, Ulisses Silva e Adeildo Nepomuceno (os dois primeiros provisoriamente naquele ano) foi construído um prédio estreito à Avenida Nossa Senhora de Fátima, que iria servir como multiuso para a prefeitura local, em Santana do Ipanema. Inúmeras funções variadas foram ali dentro feitas e que ainda hoje continuam. O edifício se mantém de pé. Tão discreto, tão sumido, tão humilde que não chama atenção de ninguém. Defronte a famoso restaurante, bem perto da Câmara Municipal que são estrelas, não brilha o invisível edifício com seus respeitáveis 73 anos de existência. Foi ali que em 1959, oito anos após a sua construção, foi inaugurado o primeiro e único museu da cidade. Gestão do “Prefeito Cultura”, Hélio Rocha Cabral de Vasconcelos.

Passei muito por ali em busca do Saber no Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Graças a percepção do prefeito Hélio Cabral, a história do nosso município e do Sertão materializou-se nos inúmeros objetos populares e elitistas catalogados pelo museu. Mesmo sendo uma época difícil de conscientização cultural ampla, o museu da Avenida deus os primeiros passos para essa consciência e que logo se tornou pequeno no que tange as limitações do prédio e, no futuro foi transferido para um casarão relíquia bem no centro comercial da urbe. A única peça quem me vem à lembrança ainda naquele prédio, é uma roda e um farol do carro do pioneiro Delmiro Gouveia. Peças essas levadas para o museu de Palmeira dos Índios, segundo os mais velhos e que agora chegou o tempo de cobrar à volta.

Esses prédios históricos, por mais humildes que sejam e que prestaram relevantes auxílios no desenvolvimento municipal, são como nós os humanos com suas paredes impregnadas de sabedoria, mas dentro de quase total falta de compreensão. E por mais forte que seja o nosso museu, precisa entrar na era dos museus dinâmicos e modernos iguais aos mais avançados do País. É preciso um novo edifício com arquitetura futurista e um espaço imenso para abrigar tecnologias e novos quadros de nossas áreas culturais e históricas. Hoje, um museu dentro deste Século XX, é também uma grande fonte de divertimento e lazer e não apenas uma casa velha de amontoar o que não presta. Parabéns, prédio da Avenida, pelos seus 73 anos de existência.

MULTIUSO DA AVENIDA EM 2013. (FOTO B. CHAGAS/ LIVRO 230, ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA).

 

 


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quarta-feira, 7 de agosto de 2024

 

MEU EX-ALUNO

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de agosto de 2024

Escritor Símbolo do Sertão alagoano

Crônica: 3.084



 

Fez-me um bem radiante em ter recebido a visita de um ex-aluno de Geografia, já nesse estágio da vida. Formado atualmente em Agronomia, meu antigo aluno chegou à minha casa com um sonho e um projeto sob o braço: Ajudar o Nordeste o Brasil e o mundo com recuperações de nascentes, de terras degradadas, plantio de árvores ciliares e nas propriedades rurais de caatinga já devastada. Era grande o seu entusiasmo e maior a sua humildade no reconhecimento a este professor, com o convite quase imperioso de comando para o seu projeto que já se encontra em partes bem começadas. Filho do campo, raízes no Poço das Trincheiras, uniu a prática da agropecuária com a Geografia, com a Universidade e, armado da coragem e acreditando em si, faz o diferencial entre os que só pensam no próprio destino e as lideranças que primeiro pensam na região, na pátria, no planeta como um todo.

O bioma caatinga é um dos mais castigados do país. Até há pouco anos, além do desmatamento natural de agricultores, criadores e inúmeras outras profissões, ainda recebeu incentivo do governo para desmatamento, aproximadamente nos anos 60. O exemplo de seu pai desmatando para plantar palma forrageira, foi o mesmo exemplo do meu, desmatando para plantar pasto para o gado. Quantos filhos de agricultores, pensam atualmente diferente dos seus pais sobre a Natureza! Isso graças aos bancos escolares desde àquela escolinha da ponta de rua até as melhores universidades. Retornam agora ao campo cheios de conhecimentos novos e de respeito ao meio ambiente, fazendo justamente o percurso contrário aos dos seus pais. Sim, isso é evolução, ainda que seja tardia.

O tempo perdido, entretanto, pode até ser ignorado no uso de tantos conhecimentos e tecnologias que estão alavancando o mundo. Mas voltando ao meu ex-aluno, não pude conter a gargalhada quando ele me disse: “ Professor, não é preciso o senhor estar comigo no campo da luta.  Basta o senhor me orientar e me dar apoio moral. Fica aqui de casa mesmo só dando as ordens como os antigos coronéis do sertão”. Ah... Caro colega professor aposentado, quantos dos milhares de alunos que passaram por nossas mãos, chegam para nos visitar?

É... Mas o Mestre dos mestres nos visita todos os santos Dias.

 


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O ARTESÃO DOS CANGACEIROS

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2024.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.083



 

Visitei mais uma vez o famoso artesão santanense, Roninho.  O homem estava entre as peças da sua criação e que naquele momento trabalhava nos olhos de um personagem novo da sua coleção. Roninho é caricaturista em desenho, mas que levou esse estilo no qual é mestre, para suas criaturas feitas com uma grande variação de material, tendo como base o ferro. Assim passei pela sala de exposição do seu Atelier com inúmeras peças enfileiradas nas prateleiras, com predominância de cangaceiros. Na sala contígua a oficina da sua criatividade. Vendas, encomendas e sonhos vão se acumulando no cérebro dinâmico do artista e as peças vão saindo e se materializando conforme a imaginação do autor. A gente fica até receosa de está atrapalhando o seu mister.

O artesão e desenhista Roninho está nas páginas do meu livro, O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema. Edição primeira esgotada e hoje nas bibliotecas de todas as escolas municipais de Santana, Passou a ser o livro referência de consulta municipal sobre a história da “Rainha do Sertão”. Roninho surge com seus desenhos quando personagens da época não deixaram fotos. A criatividade do escritor se encontra com a criatividade do artesão, enriquecendo a obra citada acima e qualquer outra, E mesmo assim formamos um trio vivo perto um dos outros no humilde Bairro São José: Artesão Roninho, escritor Clerisvaldo e o artista cantor Dênis Marques. E por falar em Dênis Marques, foi esse famoso cantor santanense que animou o lançamento do livro acima.

Entretanto após outros assuntos como Roninho, afirmamos que ainda não lançamos oficialmente os romances “Fazenda Lajeado”, “Deuses de Mandacaru”, “Papo-Amarelo” e “Ouro das Abelhas” mais o documentário “Santana: Reino do Couro e da Sola””. Todos em exposição e venda antecipada no “Restaurante Santo Sushi”. O amigo Dênis Marques já se prontificou à nova ação de lançamento a quem muito agradeço. Para mim somos três fábricas de sonhos capazes de retirar você de qualquer tipo de estresse: apreciando o artesanato cangaceiro de Roninho, lendo os romances do ciclo do cangaço de Clerisvaldo B. Chagas ou mergulhado nas românticas melodias interpretadas por Dênis Marques.

Tenho dito.

ARTESÃO RONINHO EM LOCAL DE TRABALHO ( FOTO: B. CHAGAS).

 


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