SEBOEIRO/SEBO
Clerisvaldo B. Chagas, 1 de agosto de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.080
Um dos fundadores de Santana do Ipanema, o
padre Francisco Correia, nasceu em Penedo no Bairro do Seboeiro e estudou em
Portugal. Era visionário, milagreiro e orador vigoroso. O nome desse bairro
antigo faz-nos lembrar de uma pessoa que usava sebo de boi. E naqueles tempos o
sabão era feito de sebo de boi, entretanto, não sabemos a história do bairro
penedense e também se ele ainda existe com essa denominação no Século XXI. Por
coincidência, em Santana do Ipanema também havia uma rua que tanto era chamada
“Rua da Cadeia Velha” quanto “Rua do Sebo”.
Algumas mulheres usavam o sebo de boi para fazer sabão e, montes de sebo
estavam sempre à porta de casa, expostos. Daí a segunda denominação de Rua de
Sebo e que foi a primeira rua de Santana após o quadro comercial. A Cadeia
Velhas foi erguida antes da formação da rua.
A histórica Rua do Sebo ou da Cadeia Velha,
somente ganhou nome oficial na Revolução dos anos 30, quando revolucionários –
sob protestos do povo – aplicaram ali uma placa com o nome Cleto Campelo em
homenagem a um dos cabeças da revolução. Tempos depois, essa via recebeu o nome
de Antônio Tavares, também oficialmente e que perdura até o presente momento.
Na Rua do Sebo nasceram os escritores Oscar Silva e Clerisvaldo B. Chagas, uma
casa defronte a outra, porém não foram contemporâneos, em relação a nascimentos.
É o próprio Oscar Silva quem registra o fato da mudança de nome popular da rua
para Cleto Campelo. Inúmeras crônicas de ambos os escritores, imortalizaram a
antiga Rua do Sebo.
Queríamos apenas chamar atenção para a
coincidência de sebo em bairro de Penedo
e em rua de Santana. O curto trecho onde ficava a Cadeia Velha, recebeu depois
nome independente ficando desmembrada politicamente recebendo o título de Nilo
Peçanha. Atualmente não existe mais vestígio da Cadeia Velha, demolida e
transformada em casa comercial. Entretanto, nunca soubemos porque era chamada
Cadeia Velha se não havia nenhuma cadeia nova. Só pode ter sido por causa da
idade, pois fora erguida ainda no Século XIX.
(Ver no Boi, a Bota e a Batina, História completa de Santana do
Ipanema).
Orgulho da “Rainha do Sertão!”
Orgulho em ser sertanejo, nordestino alagoano!
CROQUI DA CADEIA VELHA NA MEMÓRIA DE BILL
PINTOR.
(LIVRO 230, ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA
DO IPANEMA.
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