SHOPING
DA VILA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de agosto de
2024
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.089
Construído, aproximadamente, em torno de 1915,
ainda Santana vila, o “prédio do meio da rua”, era uma espécie de Shoping da
época. Um edifício muito grande, situado em parte do Largo do Comércio,
repartido em vários cômodos para aluguel. A sua existência ajudou a estimular
as ações comerciais da vila que sempre demonstrara vigor. Era triangular. Duas
faces grandes, duas faces menores. Na face Oeste, havia as casas comerciais de
Pedro Chocho (tecido), de Doroteu Chagas e Cleto Duarte (tecidos); face Sul,
Marinho Rodrigues (armazém de secos e molhados) depois José Galego ex-jogador
do Ipanema (salão de sinucas); face Leste, Nézio (barbearia); face Norte,
Cariolando Amaral (farmácia), José Azevedo (tecidos). E na esquina Norte/oeste
Ulisses Silva (magazine, tecidos). E, no único primeiro andar do edifício,
sobre o magazine, apartamento onde vivia o viúvo comerciante Ulisses Silva.
Parte da feira de Santana do Ipanema, era
realizada na face Norte e na face Oeste: da Farinha, do Fumo, das Redes, das
Malas, do Sal. Aliás, a feira de Santana do Ipanema, teve início ainda nos
primórdios de vila, aconselhada pelo padre Francisco Correia para funcionar em
dia de sábado, como continua até o presente momento. Depois foi incluída para
preencher o vazio da semana, outra feira semanal da quarta. Esta, mais fraca. Só
supera a do sábado durante a Semana Santa. Na atualidade, Santana dispõe de
feira todos os dias. A posição geográfica da cidade, pleno médio Sertão e boca
do Alto Sertão, fez ali desenvolver um tradicional comércio assegurado como
pujante até este primeiro quarto do Século XXI. Mais tarde, este município que
era o maior de Alagoas, deu origem com as divisões de suas terras a oito novos
municípios seus povoados e vilas.
São filhos de Santana do Ipanema e hoje suas
cidades satélites: Ouro Branco, Maravilha, Poço das Trincheiras, Carneiros,
Senador Rui Palmeira, Olho d’Água das Flores, Olivença, Dois Riachos e parte de
Major Izidoro. Além da força do seu comércio, a cidade oferece prestações de
serviços como rede escolar, rede de saúde, casas creditícias, complexo de
Justiça, clínicas particulares, segurança, hospital SUS e religiosidade diversas.
A cidade é cortada pelo rio periódico Ipanema (daí o seu nome) e o riacho
Camoxinga, afluente do primeiro e que também virou nome do maior bairro da
urbe. O seu comércio é considerado o mais bonito do interior alagoano e o
segundo em movimento, perdendo apenas para o de Arapiraca.
Sertão é Sertão!
ANNTIGO “PRÉDIO DO MEIO DA RUA” Á ESQUERDA. Á
DIREITA, “SOBRADO DO MEIO DA RUA”. (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO/LIVRO 230
ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA).
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